Quanto mais se sabe sobre o BPN
mais este colossal buraco se parece com um coador de ralo variável, que em
passagens sucessivas, como que cumprindo o plano pré determinado, filtrou o
produto das vigarices engendradas pelos seus promotores por forma a servir
“material limpo” (expurgo pelo menos de infracções criminais já que das morais
e de consciência cada um falará por si), deixando consecutivas borras cada vez
mais sujas, com as últimas mutações transformadas em autêntica escória tóxica.
Foram, nas “primeiras passagens”,
as mais-valias bolsistas privilegiadas e de favor; foram, ainda em “tempo de
bonança”, as ofertas de financiamento para amigos e apaniguados em condições
singulares; foram também, já com recurso a “veículos off-shore” e outros
cambalachos, os negócios ruinosos cujos responsáveis passam incólumes mas que a
todos nos arruínam; foi a falta de controlo e supervisão que tudo isso permitiu
e acabou na promoção (como quase sempre) com “fuga para cima” do supervisor
mor; foi a nacionalização (dos resíduos insalubres); foi a reprivatização (do
derradeiro quinhão “descontaminado”). É aquilo que se continua a conhecer, dia
após dia, até sabe-se lá quando? Em tudo isso há um padrão: independentemente
do valor, cuja amplitude varia entre as centenas de milhar e os milhares de
milhões de euros, alguns, poucos, em regra gente dita distinta, governantes sérios
e competentíssimos, ficaram com os lucros. Para os restantes, todos nós, o
Povo, sobram os prejuízos. Paga e aguenta!
A “talho de foice”:
O obstinado Relvas, como que ainda extasiado pelo “Réveillon” desfrutado
em companhia de um dos beneficiários do BPN (eles sim, a viver acima das nossas
possibilidades), sem nada aprender com o “Documento Verde” e subsequente Proposta
de Lei 44/XII (onde equiparou as Assembleias Municipais às Assembleias
Legislativas dos Açores e da Madeira), voltou agora, de novo, a “misturar” o que
não deve ser confundido: a Lei das Finanças Locais com a Lei das Finanças dos
Açores e da Madeira. Livra que “ele não se enxerga”, mas o mais grave é ver
quem, ali tão perto, não seja capaz de colocar “o rapazinho” em sentido. Bem bom,
desta vez votaram contra! A.O. 16/02/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)