Embora significativamente atrasado, não quero – nem podia – deixar de, modestamente, também contribuir para tentar amplificar o eco do reconhecimento público assumido pela Universidade dos Açores sobre a vida e Obra do Comendador Manuel Ferreira. Que mais não fosse, porque entre o muito que devo ao decano dos autonomistas em combate, está o agradecimento pelo convite (foi com certeza por sua iniciativa que a UA me fez chegar honrosa missiva), assim como a justificação pela minha não comparência na distinta cerimónia (está a acalmar, felizmente, o alucinante rodopio em que para mim se tornou este ano de 2006, com o facto de ter mudado um dos meus poisos habituais a agravar, ainda mais, a desorientação e vertigem).
É relativamente recente – não superior a uma década – e tem sido imensamente gratificante, autêntico privilégio, poder conhecer, de perto, este enorme vulto da açorianidade, o incansável, apesar dos seus noventa anos de idade, lutador pela autonomia dos Açores que é Manuel Ferreira. No entanto, já vem, pelo menos desde os tempos da polémica demolição do antigo “Edifício das Finanças”, a minha fidelidade à sua acutilante pena. Em finais de setenta, já em tempos de liberdade, comprei o “Barco e o Sonho” com o mesmo frenesim subversivo, e quase o mesmo “nervoso miudinho”, com que no início da mesma década, ainda antes de 1974, havia subido a Rua de São João para, receoso, tentar assistir a uma sessão da CDE. Se foi o conto que trata a aventura do “Varito” e do “Vito” o que deu nome e popularizou a publicação, para mim, naquele livro, um verdadeiro ícone é o “Alevante da isca”. Que irreverência; que belo “chamar dos bois pelo nome”. E que dizer quando se sabe que aquele texto foi escrito, e publicado, em 1948?
É relativamente recente – não superior a uma década – e tem sido imensamente gratificante, autêntico privilégio, poder conhecer, de perto, este enorme vulto da açorianidade, o incansável, apesar dos seus noventa anos de idade, lutador pela autonomia dos Açores que é Manuel Ferreira. No entanto, já vem, pelo menos desde os tempos da polémica demolição do antigo “Edifício das Finanças”, a minha fidelidade à sua acutilante pena. Em finais de setenta, já em tempos de liberdade, comprei o “Barco e o Sonho” com o mesmo frenesim subversivo, e quase o mesmo “nervoso miudinho”, com que no início da mesma década, ainda antes de 1974, havia subido a Rua de São João para, receoso, tentar assistir a uma sessão da CDE. Se foi o conto que trata a aventura do “Varito” e do “Vito” o que deu nome e popularizou a publicação, para mim, naquele livro, um verdadeiro ícone é o “Alevante da isca”. Que irreverência; que belo “chamar dos bois pelo nome”. E que dizer quando se sabe que aquele texto foi escrito, e publicado, em 1948?
Bem hajas Comendador Manuel Ferreira.
Do próprio, in A. O. 05/12/06; “Cá à minha moda”
Do próprio, in A. O. 05/12/06; “Cá à minha moda”