segunda-feira, dezembro 04, 2006

Uma justa homenagem



Embora significativamente atrasado, não quero – nem podia – deixar de, modestamente, também contribuir para tentar amplificar o eco do reconhecimento público assumido pela Universidade dos Açores sobre a vida e Obra do Comendador Manuel Ferreira. Que mais não fosse, porque entre o muito que devo ao decano dos autonomistas em combate, está o agradecimento pelo convite (foi com certeza por sua iniciativa que a UA me fez chegar honrosa missiva), assim como a justificação pela minha não comparência na distinta cerimónia (está a acalmar, felizmente, o alucinante rodopio em que para mim se tornou este ano de 2006, com o facto de ter mudado um dos meus poisos habituais a agravar, ainda mais, a desorientação e vertigem).
É relativamente recente – não superior a uma década – e tem sido imensamente gratificante, autêntico privilégio, poder conhecer, de perto, este enorme vulto da açorianidade, o incansável, apesar dos seus noventa anos de idade, lutador pela autonomia dos Açores que é Manuel Ferreira. No entanto, já vem, pelo menos desde os tempos da polémica demolição do antigo “Edifício das Finanças”, a minha fidelidade à sua acutilante pena. Em finais de setenta, já em tempos de liberdade, comprei o “Barco e o Sonho” com o mesmo frenesim subversivo, e quase o mesmo “nervoso miudinho”, com que no início da mesma década, ainda antes de 1974, havia subido a Rua de São João para, receoso, tentar assistir a uma sessão da CDE. Se foi o conto que trata a aventura do “Varito” e do “Vito” o que deu nome e popularizou a publicação, para mim, naquele livro, um verdadeiro ícone é o “Alevante da isca”. Que irreverência; que belo “chamar dos bois pelo nome”. E que dizer quando se sabe que aquele texto foi escrito, e publicado, em 1948?
Bem hajas Comendador Manuel Ferreira.
Do próprio, in A. O. 05/12/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, novembro 21, 2006

A previsível “relação perfeita”







Quando, quase em simultâneo, começam a ser de sinal contrário os indicadores macro económicos que até aqui ajudaram a alimentar a mediática forma de comunicar adoptada pelo actual Primeiro-ministro, e, após a ofensiva das “massas”, agora são também os “detentores da massa” quem começa a reagir às “alfinetadas” a que os ameaçam sujeitar, com uma e outras coisas abrindo as primeiras brechas na bem montada campanha marketing político (um magistral “simplex”) que envolve este “socrático” governo, eis então que surge a oportuna – oportuníssima – declaração de apoio do Sr. Professor à política do Sr. Engenheiro.
Para que não surjam dúvidas nem me incluam no grupo dos que, numa hora destas, possam estar a sentir algum complexo de orfandade, ou pior do que isso, no daqueles que, agora desiludidos, antes integravam as hostes que se convenceram de que S. Exa., a partir do Palácio de Belém, ia fazer guerrilha ou até liderar a oposição, recordo o que, ainda a campanha para as presidenciais não tinha saído do adro (vivíamos então o rescaldo do episódio; “onde está o mentiroso?”), escrevi:
“Mais «mentira» menos «mentira» (as meias verdades são piores que a mentira), e, ou muito me engano, ou ainda todos veremos Sócrates verdadeiramente feliz com a eleição de Cavaco Silva».
Quem então ficou com dúvidas tem agora oportunidade de as esclarecer. A mim sempre me pareceu óbvio; para um Sócrates frio, calculista e pragmático, a eleição de Cavaco, até porque conjugada com as derrotas de Soares e Alegre, foi o melhor que lhe podia ter acontecido; estão agora os ovos todos no mesmo cesto, num alargado “cestão”, que, não fora a “embalagem”, em nada diferia daquele que tanto agradou à Drª. Ferreira Leite.
Afinal, onde estão os que diziam haver mais vida para além deficit?
Do próprio, in A. O. 21/11/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, novembro 07, 2006

A via dolorosa



Tentando salvar a face, os “senhores da desgraça”, viciados no perde/ganha que, proporcionando-lhes algum contentamento pessoal, revelou-se dramático para o CDSC, continuam – triste consolação –, “felizes” na função de fabricantes de bizarrices. Assim se entende a euforia à volta da vitória resultante da proposta de um voto de louvor (AG de 28 Outubro de 2006) a quem acabava de fazer a sua mais recente demonstração de incompetência e dolo.
Chamando MRPV (Minoria Realista, Persistente e Visionária) ou G6, a uns, e MDLT (Maioria Delapidadora, Leviana e Trafulhona) aos outros, recordemos as principais escaramuças dos últimos anos:
1998: Capitaneado pelo “herói” de então, e já preparando a cama onde se haveriam de refastelar aquando da “glória efémera”, o MDLT esmagava o G6 na contenda em prol da constituição de uma Fundação para salvaguardar o “Complexo Desportivo”, derrotando doze anos de trabalho e a memória de dezenas de santaclarenses (e milhares de beneméritos). No ano seguinte, com o “caso Clayton”, caiu por terra um dos argumentos então esgrimidos; o passar do tempo veio revelar onde estava a seriedade (e a falta dela)!
2002: Confundindo inchaço com crescimento, porém congregando “os poderosos” em seu apoio, em eleições estrategicamente provocadas por uma demissão em bloco, o MDLT obtém mais uma vitória no trágico processo de levar o CDSC à “banca rota”. Só não consegue, como pretendeu, silenciar definitivamente o G6.
Queimando etapas (ohh quantos avisos feitos sobre a inexistência de contas claras, e de como, verdadeiramente clara, era a situação de falência técnica em que o clube já se encontrava?!), chegamos ao fraudulento “Plano de Negócios”.
2004: Outra vitória. Outro “herói”. Outro êxito, mas só para quem, à custa da própria vítima, se “abotoou à fartazana”.
Tardia. Superficial. Mas abençoada “varridela”.
Do próprio, in A. O. 07/11/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, outubro 31, 2006

Pobre Santa Clara....

necessitou de cerca de dez anos para assimilar o básico; só agora, quando praticamente já perdeu - não é da vertente desportiva que me refiro - praticamente tudo, se ouve em uníssono as palavras; RIGOR E TRANSPARÊNCIA (continuam porém a fazer vista grossa a uma outra muito importante; VERDADE).

Pobre Santa Clara...

onde mesmo depois de "se falar" - só falar - em RIGOR e TRANSPARÊNCIA, descredibilizando o discurso FINALMENTE adoptado, são visíveis os expedientes pouco honestos usados na constituição das listas e, - mais logo se confirmará - também reservados para a hora da "contagem de espingardas".

Pobre santa clara...

onde, as cambalhotas e "flicks flacks" continuam uma constante, nalguns casos, autênticas cenas de sofisticada ficção. Viram as declarações de Ricardo Almeida ontem na RTPAçores?
Nem queria acreditar. Sobretudo depois de me terem dito que, alegando razões que tinham a ver com uma postura de isenção?!?!?!?, aquela estação não tinha ido cobrir a conferência de imprensa que encerrou a campanha da outra lista.

Já digo como o outro:
Dizer (mais) o quê?
Mesmo de bancada isto enoja-me. Muito!

terça-feira, outubro 24, 2006

NÃO ACREDITO (O apito da vergonha II)




Agora que o meu compasso neste espaço é mais pausado, depois do parceiro de coluna se ter comprometido em para aqui não trazer o “Santa Clara”, e, já que de uma forma ou de outra sei que sou um bom “bode expiatório”, deixem-me abrir uma excepção – prometo que não se repete –, regressando, sem folga, ao assunto anterior.

Dizem-me com insistência, alguns até aceitam apostar (eu por mim só aposto quando tenho a certeza), mas por mais convincentes que procurem ser; não acredito. Não. Não me convencem que o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Santa Clara convocou “de rajada” as AG’s de 28 e 30, só porque, há quinze dias, aqui, escrevi isto:

“Acham normal que um clube, após ter desbaratado todo o seu património e subsistir apenas por “misericórdia” do erário público, continue ignorando regras básicas – estatutariamente obrigatórias – e se mantenha, displicentemente, sem apresentar contas (orçamento incluído) aos seus sócios?
Eu não. Mas, pelos vistos, não só é possível como, parece, desejável.”

E sabem porque não acredito? É simples! Se o Dr. Noé Rodrigues “me desse ouvidos” não só já tinha feito uma destas convocatórias à muito mais tempo, como, ainda – o que seria bem mais importante; para ele, para mim, para o Santa Clara e para muitos outros –, teria também convocado uma outra Assembleia-Geral – tal como se comprometeu – , para que fosse discutida a possibilidade de executar uma auditoria esclarecedora ao CDSC (como foi possível “torrar” tanto dinheiro? E, por favor, não venham atirar “areia para os olhos” com a questão dos encargos resultantes dos “contratos paralelos”!). Por exemplo: saberão os sócios do Santa Clara que, contas redondas, nos últimos anos, só com os “gestores especializados” (em cavar fundo uma sepultura) o clube “enterrou” mais de 50.000c. (escudos/moeda velha)?
Procurar com seriedade algum consenso, mais do que tentar juntar tudo e todos num mesmo saco, será pugnar pelo rigor, por transparência e pela verdade!

Do próprio, in A. O. 24/10/06; “Cá à minha moda” (Após acrescer mais alguns caracteres aos 1800 da coluna)

terça-feira, outubro 17, 2006

O apito da vergonha

Mais de uma semana depois, com um novo cmputador (a trevoada queimou o anterior assim como a ligação telefónica e o moden), e depois de restabelecer, minimamente, a capacidade instalada.

.....



Roubada aqui:


O Dr. Loureiro, substituto (e subordinado) do Major Loureiro, falou recentemente na vergonha da justiça, para então, só depois de espicaçado, acabar também referindo-se à vergonha do futebol.
Vai haver mudança. Dizem. De facto, depois deste universo obscuro sempre envolto em densa penumbra a que chamam “mundo do futebol” ter descido tão fundo, a hipótese mais plausível seria iniciar o seu processo de regeneração. Mas, não obstante este ser o caminho natural, céptico como sou – e oxalá que desta vez me engane – não acredito. Para dizer a verdade estou convencido que ainda não será desta. Gostaria de estar enganado, mas creio que estamos, mais uma vez, em presença da “velha sentença”; há que mudar qualquer coisa para que tudo fique na mesma. É que, num meio em que de forma pouco séria é muito fácil manipular entusiastas maiorias, quando são cada vez maiores os interesses envolvidos e a cada passo se tropeça com vigaristas e embusteiros altamente qualificados, colocar gente séria no processo pode ser importante, mas não é o suficiente. Será sempre, e só, uma questão de tempo; mais cedo ou mais tarde “os bons” ficam de mãos atadas (alguns “batem com a porta”). Há também que mudar os métodos; exigir rigor e transparência, particularidades de que não gostam os que agem em função dos resultados, mesmo quando apenas satisfatórios e obtidos de forma irregular e desonesta.
Acham normal que um clube, após ter desbaratado todo o seu património e subsistir apenas por “misericórdia” do erário público, continue ignorando regras básicas – estatutariamente obrigatórias – e permaneça displicentemente sem apresentar contas (orçamento incluído) aos seus sócios?
Eu não acho. Mas, pelos vistos, não só é possível como, parece, desejável.

Não será por aí que a regeneração deve começar?
Do próprio, in A. O. 10/10/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, outubro 03, 2006

1, 2, 3, Oliveira 4.



Fotos roubadas algures (açores.net, rejsende.dk etc) com a ajuda do google


1. Ponta Delgada: Vandalismo ou desenvolvimento?
Após alguns dias de peregrinação pelas livrarias (sem êxito quanto à intenção de compra, mas ganhando com as visitas plena consciência do interesse e forte procura que a obra despertava), logo que satisfeita a aquisição, não resisti a uma imediata, porém ainda superficial, primeira “vista de olhos”. Que agradável surpresa. Isso, mesmo para quem, como eu, foi seguindo de muito perto a versão digital. Tem toda a razão o Professor Carlos Riley; “é uma monografia histórica de indiscutível mérito e, para além disso, um verdadeiro manual de urbanidade e boas maneiras”. Com o autor partilho o desgosto pelo “alisamento” da orla marítima de Ponta Delgada, enormidade iniciada pelo Estado Novo, mas que como que impelida por forças poderosíssimas ainda não parou. Nem parará se não ganhar eficácia o despertar cívico contra este tipo de vandalismo. Parabéns Dr. Carlos Falcão Afonso. Indispensável.

2. Res publica
Com a revolução já em curso matam Miguel Bombarda (03/10/910). Perante algumas hesitações, temendo o pior, Cândido dos Reis suicida-se. Machado dos Santos e a Carbonária mantêm-se firmes. A revolução está na rua, entregue ao povo.
Antero, cerca de 40 anos antes, Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, desde a primeira hora.
Viva a Pátria Açoriana.

3. Apito enferrujado.
C
omo se já não bastasse todo o resto, ficamos agora a saber que até o ouro oferecido aos árbitros não era “de lei” (veremos se esta não é mais uma manobra para descriminalizar os corruptos?). Que mais faltará para ser falsificado no “maravilhoso” mundo do futebol? Que cambada de vigaristas...!

4. Desdobramento.
Tarde é o que nunca chega. Se tudo correr bem, em breve – espero que já na próxima semana – a minha passagem por este espaço passa a quinzenal. Ganham os leitores, entre outras razões, porque descansam deste meu “chover no molhado” semanal. Ganho também eu; é que com um compasso mais lento a “obrigação” será mais tranquila. E, assim o espero, também bem mais proveitosa.

Do próprio, in A. O. 03/10/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, setembro 26, 2006

E nós por cá... tudo na mesma.



Completam-se hoje (ontem quando isto for publicado no AO*) 24 anos sobre a data em que, na Corunha, reuniu a Assembleia Fundadora do Bloco Nacionalista Galego. Vinte e quatro anos; quase tantos quantos aqueles que tem a democracia espanhola e a sua nova Constituição!
O exemplo mais visível é o económico. Mas não é só economicamente que a Espanha “dá cartas” a Portugal. Também no que respeita à consolidação da democracia, a Espanha, não obstante ter saído mais tarde da longa e cruel – mais cruel do que a portuguesa – ditadura que a atrofiou, está muito mais avançada do que Portugal. Pode mesmo dizer-se que entrou no século XXI de cabeça erguida, em nada se comparando com o vizinho ocidental, o Portugal complexado, colonodependente, cuja Constituição, mesmo depois das suas sucessivas revisões (a última das quais bem recente), continua tratando os Açores e a Madeira de forma muito semelhante com aquela que a Constituição de 1933 tratava Cabo Verde, São Tomé e as restantes colónias africanas.
Regressemos ao BNG. Com pouco mais de 10000 militantes, o “principal partido nacionalista galego da Galiza” tem autarcas eleitos em diversos concelhos da Galiza, deputados no Parlamento Galego, no Congresso Espanhol, tendo até, no auge daquele que foi o seu melhor ciclo eleitoral [1996; 2 deputados ao Congresso Espanhol/1997; 18 deputados no Parlamento Galego/1999; 589 deputados Municipais/2000; 3 deputados ao Congresso Espanhol], em 1999, eleito um deputado, Camilo Nogueira, para o Parlamento Europeu.
E nós por cá, como a lesma, sempre na mesma – “lá vamos, cantando e rindo, levados, levados sim...” –, continuamos resignados a uma Constituição que, para além de apelidar de fascistas a quem defende a autodeterminação da sua terra, insiste na proibição dos “Partidos Regionais”.

* Razões ainda não completamente esclarecidas levaram-me, ontem, a enviar via e.mail um anexo sem o respectivo texto. Resta-me pedir desculpas; ao A.O. (já dei conta do quanto atrapalhei) e aos leitores (fiquei sabendo que os há. Assíduos).
Do próprio, algures in A. O. 27/09/06

terça-feira, setembro 19, 2006

Ponta Delgada sem carros


Ponta Delgada, 08:45 de 19 Setembro de 2006

No âmbito da III Semana Europeia da Mobilidade, mais uma vez sem o desejado carácter formativo e sensibilizador para a problemática do uso excessivo de carros na cidade, tampouco alertando e fazendo pedagogia para uma maior utilização dos transportes públicos – e das vantagens da articulação destes com parques de estacionamento à entrada da cidade –, com horário restrito, e em zona delimitada, Ponta Delgada voltou também a celebrar o “Dia Sem Carros”.
Não fosse “a festa” – sempre ela; viva a animação –, e nem se tinha dado pela “coisa”!
De facto, uma “Ponta Delgada sem carros” é incompatível com a Ponta Delgada que gasta milhões para arrumar os carros no mais profundo do seu âmago. Tal como numa Ponta Delgada que retira aos peões o usufruto e fruição das suas centenárias artérias – transformando-as em apetecível negócio de parqueamento capaz de subordinar alguns agentes da PSP à eficácia do seu controlo – faz pouco ou nenhum sentido trnasformar o “Dia Sem Carros” numa iniciativa, importante, para a redução das deslocações em transporte individual.
Porque é que “progresso” há-de ser, necessariamente, sinónimo de betão?
Porque é que um mega parque de estacionamento não é instalado a norte da cidade (da zona do hospital, imaginem um semicírculo com um raio de 400 ou 500mt, tendo por eixo horizontal a via rápida)?
Assim, para aí também poderia ser deslocada a tal central rodoviária, podendo tudo isso ser o ponto de partida de um eficaz sistema de transportes públicos (melhorar o existente; mais “minibuses”, maior frequência na sua rotação, e, sobretudo, articular o preço do estacionamento com o uso do transporte público) cobrindo não só o centro urbano como ainda as áreas adjacentes, e contemplando a diversificação modal com a desejável incorporação de transportes de emissão zero.
Do próprio, in A. O. 19/09/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, setembro 12, 2006

Regressar a Santa Clara, à Nau da Índia, ao Apolinário, ao Farol.


FAROL: Local aprazado para a concentração; primeiros momentos.
Com os devidos agradecimentos ao "Zé Braçado" e VIDA NOVA FAROL

Estou de “peito cheio” com os primeiros resultados do “Projecto Participar” (o nome é já fruto do método). Ao sucesso da conferência – como parte interessada, perdoem-me a imodéstia –, seguiu-se outro; o da “visita guiada”. Um “brain-storming” que excedeu as expectativas, tanto quanto ao número de participantes, como, e sobretudo, no que concerne há qualidade e exequibilidade das ideias colhidas.
Em tarde de fim de verão, e até o sol mergulhar por completo por detrás da “Nordela”, calcorreamos “a beira da rocha”, entre “o Farol” e o “Calhau da Areia”, com a síntese da visita sendo efectuada paredes-meias com o “Castelhinho”, que, como alguém observou, dado o ambiente gerado (grupos familiares, conversas interessantes), já pouco faltava ao espaço para parecer um jardim.
Entre a “Ponta da Eira” (junto ao Farol), e a “Ponta da Sardinha” (a delgada e rasa (...)), recordando algumas das “bocas” que o meu texto de 29/08 suscitou, não pude deixar de relembrar o Apolinário Serrão e na sua história.
Repetindo a fonte; (Arq. dos Açores, Vol. X pg. 131 e seguintes), julgo não ser demais deixar-vos outras das preciosidades contidas num texto com mais de 400 anos, segundo o seu autor, escrito dentro da trincheira:
As cerca de 100 embarcações, que vindas por “Loeste” há mais de uma semana permaneciam ao largo da costa entre Santa Clara e Vila Franca, pertenciam à armada de Roberto de Bordéus, Conde de Essex, a mesma que no ano anterior havia tomado e saqueado Cadiz e Faro, então (Out. 1957), já acrescida com outros navios entretanto capturados. E foi neste cenário que o Governador mandou encalhar a Nau da Índia em pedra viva, com parte da descarga a fazer-se para as trincheiras de Santa Clara, em pequenos bateis, chegados até ao mar sobre parais.
Do próprio, in A. O. 12/09/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, setembro 05, 2006

Independência(s)



No fim da década de oitenta, já “agarrado” ao cáustico, irónico e bem escrito estilo; Miguel Esteves Cardoso, porém farto, e cansado, dos excessivos kilos de papel que tinha que comprar para satisfazer um vício naquela altura “embrulhado” entre as dezenas de páginas do pesado Expresso, foi com uma enorme expectativa que passei a acompanhar, amiúde, as notícias que davam conta do lançamento, para breve, de um novo projecto jornalístico, no qual MEC ocuparia um lugar de especial destaque. A ânsia foi tanta que, uma ou duas semanas antes da data efectiva de publicação do primeiro número de “ O Independente” – a 18 anos de distância (como o tempo voa), penso ter então havido um ligeiro atraso no lançamento do novo semanário – eu já andava a perguntar por uma novidade que o próprio vendedor desconhecia no quiosque em frente ao antigo porto da Calheta, onde fui levantar o número zero do INDY, e depois dele, religiosamente ao longo de muitos anos, até o espaço encerrar para mudança de ramo ( mesmo quando me ausentava o jornal que lá ficava sempre à minha espera), gerindo o atraso com que os jornais chegam a Ponta Delgada, continuei passando para trazer cerca de nove centenas dos números que se lhe seguiram.
A agonia era perceptível. Os seus últimos números, nunca perdendo a qualidade que desde a primeira hora o caracterizou, já pouco tinham a ver com o fulgor de outrora. Faltava ali qualquer coisa, também a genialidade de MEC. Pior do que tudo isso foi o INDY se ter deixado “apanhar”, mesmo que só temporariamente, como instrumento da ambição política de Paulo Portas. A partir daí, por maior que tenha sido o esforço para “o reabilitar”, nunca mais recuperou. Para quem se auto intitula de independente, não há nada pior do que a perca de independência.
Ficou a escola; o grafismo, a fotografia e as primeiras páginas são disso o exemplo mais visível. A primeira página do último Independente é um fruto desta escola. Ponto Final!
Do próprio, in A. O. 05/09/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, agosto 29, 2006

A nau que encalhou no lugar da ponta delgada


(Clikando aumentam)
Cartaz roubado aqui
e foto das três pontas; a da eira (farol) em primeiro plano, a da "Sardinha" a meio (quase no alinhamento do barco), e a da Galera, lá no horizonte à esquerda (só aumentando)


Aos que vão a Santa Clara nestes dias, sobretudo para aqueles que ao passarem pela “barraquinha da igreja”, olhando o mar e o horizonte (ao por do sol de preferência) conseguem ainda recordar a “Ponta da Sardinha” antes desta se ter tornado depósito de entulho, aqui fica uma pequena história.
Decorria o ano de 1597 (já D. António Pior do Crato havia falecido. É importante!), estava toda a costa sul da ilha cercada por naus inglesas, quando na manhã do dia 17 Outubro, à saída da missa, o Governador foi avisado que vinda de Poente, perto de terra, já aproximando-se do porto, navegava uma nau aparentando vir da Índia, logo, com valioso carregamento nos porões.
Sem perder tempo, foi o próprio governante quem atravessou Ponta Delgada a galope, e, já em Santa Clara, confirmando a missiva recebida e antevendo a nau já a ser pilhada, lamenta não ter como avisar a tripulação de que os navios que dela se aproximam são inimigos. Logo junto dele se apresenta um jovem, em calções, oferecendo-se para chegar a nado até à nau, para isso só aguardando ordens, e que lhe fosse transmitido o recado a dar. O governador emocionado e agradecido, abençoando-o, apenas lhe pede para avisar o pessoal de bordo do perigo que correm, sugerindo-lhes que o melhor que têm a fazer é entrar por terra adentro para por ali mesmo descarregarem o navio. O jovem lançou-se ao mar sem medo, e, “nadando como um golfinho” por entre as ondas, cumpriu com o que lhe fora confiado. O “inimigo” perdeu a nau, salvando-se a rica carga.
Chamava-se Apolinário. Apolinário Sarrão (Arquivo dos Açores, Vol. X pg. 131 e seguintes), e a sua missão bem que podia ser dada a qualquer um dos muitos jovens que ainda vi nadar desde o “Calhau da Areia” até avistarem o Relógio da Matriz.
“Coisa de rapazes de Santa Clara”!
Do próprio, in A. O. 29/08/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, agosto 22, 2006

Uma demorada história



Tem sido enorme o “sururu” criado à volta da recente revelação de Günter Grass, na qual aquele seguidor de Beckett e Ionesco, em tempos (1999) galardoado com o Prémio Nobel da Literatura confessa ter sido membro de uma das mais temíveis unidades de elite do regime nazi. Num repente lembrei-me do muito que se disse e escreveu tendo por base assunto similar, porém sob pontos de vista antagónicos, logo depois de ter sido visto o fumo branco de transformou o Cardeal Joseph Ratzinger no Papa Bento XVI. É sempre bom nunca esquecer como pode ser injusta a história. Só depende do prisma por onde é olhada – ou nos é apresentada!
Por muita que seja a agitação do momento, estou convicto que nunca será um desvio juvenil – embora de grande significado como é o caso –, para mais praticado em época tão conturbada (final da II Grande Guerra), o que poderá desvirtuar uma longa carreira, também política, como é a de alguém que é considerado um dos maiores escritores alemães do seu tempo. Mas é exactamente esta enorme dimensão, quer a dada pelo seu legado literário, quer a intuída pela nobreza de carácter que a sua intervenção política transmitia, o que realça a infeliz forma como um intelectual de tal gabarito lidou com tão delicado assunto, mantendo “o segredo” na gaveta por mais de sessenta anos. Isto é hipocrisia. É imperdoável. Até causa um sentimento de alguma frustração!
No meio de tal turbilhão há duas questões para as quais gostaria de ter resposta:
Primeira. Teria o Nobel sido na mesma atribuído caso o segredo fosse antes conhecido?
Segunda. Foi o remorso, ou o fruto de uma bem delineada estratégia comercial, aquilo que agora trouxe à luz do dia a dolorosa nódoa?
Talvez qualquer dia a minha curiosidade seja satisfeita.
Do próprio, in A. O. 22/08/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, agosto 15, 2006

Até que enfim; mas ainda é pouco!


Nº21 da Rua do Sacramento, à Lapa.
Lisboa - Portugal



Já não era sem tempo.
Só agora – e, a ter em conta as declarações do principal visado, ainda aguardando confirmação inequívoca –, mais de vinte anos depois de ter conhecido o seu primeiro momento, eis, finalmente, ter chegada a hora de colocar um açoriano na FLAD; A Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.
Criada em 1985, a FLAD é a face mais visível da última grande tranche, em “cash” (cerca de 85 milhões de euros), proveniente do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA, vulgo; “Acordo da Base das Lajes”, uma instituição que, tal como recomenda a velha tradição colonial, está comodamente instalada numa das zonas mais “chic’s” da “capital do império”, em palacete luxuosamente recheado, no qual, por designação de sucessivos primeiros-ministros, se tem vindo a providenciar digna acomodação a vários, e distintos, representantes da Nação. Açorianos, é que não! Até a soberba colecção de arte que possui, um must com cerca de 1000 obras, é bem representativa da discriminação "Luso Açoriana" praticada. Aliás, nada que não esteja contemplado na trama habitual; fiquem vocês, açorianos, com a fama (estou a lembrar-me da célebre cimeira Bush, Blair e “José Barroso”, ou, mais recentemente, do voo em cuja escala técnica ficou dispensada a confirmação do manifesto de carga) que para nós, portugueses, chega-nos e sobra o proveito.
Bom. Depois. Sim, depois, vêem os grandessíssimos “saca de aparas” (para mais informações, por favor, consultar: http://azorpress.blogspot.com/2006/08/os-dois-exemplares-da-fauna-ibrica.html), em longa cáfila, falar do que só conhecem à distância; dos “gangs” das ilhas - que actualmente garantem dimensão universal ao “rectângulo à beira mar plantado” –, da (não)justeza dos défices, ou, mais “inocentemente”, com bacocas comparações entre insularidade e interioridade. Passa fora!
Do próprio, in A. O. 15/08/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, agosto 08, 2006

FIDELização


Graffiti ainda presente (Abril 2006) numa das paredes da Universidade de Havana. (a nitidez deve-se ao "milagre" produzido pela manipulação da foto).



Por maior simpatia que possa haver pela romântica personagem revolucionária que encarna – e eu tenho alguma –, é impossível poupar Fidel às consequências dos desvios por ele causados ao processo revolucionário doutrinado por José Martí, no entretanto subvertido pela ditadura de Batista, e que, assim esperavam, em 1959 retomaria o desejado curso natural.
De facto, quando se fala em “Revolução Cubana”, no imediato só nos ocorrem os nomes de Che, Fidel e mais uns quantos, alguns – o “misteriosamente desaparecido” Camilo Cifuentes por exemplo –, então, tão ou mais carismáticos do que o actual “grande comandante”, os líderes naturais de um mais ou menos alargado grupo populacional e de companheiros de armas, a quem se ficou a dever o esforço que permitiu derrubar o regime de Fulgêncio Batista. No entanto a verdadeira “Revolução Cubana” aconteceu quase um século antes (1868-1898), após longa campanha de luta pela emancipação da ilha ao jugo Imperialista Espanhol, período que depois de uma série de bem sucedidas expedições, com homens, armas e munições a chegarem regularmente dos EUA, culminou na “invasão libertadora”. Papéis importantes neste processo tiveram; O Partido Liberal Cubano, cuja divisa era; “autonomia como única solução prática e salvadora”, o Partido Autonomista, no qual se perfilavam os patriotas cubanos melhor preparados politicamente mas contrários a uma solução belicista, e o Partido Revolucionário Cubano, que, com José Martí (Pérez) como seu grande impulsionador, tinha – teve – como única finalidade conseguir a Independência de Cuba recorrendo à luta armada. A estes três partidos acresce ainda um outro, praticamente constituído por “peninsulares”, e demasiado comprometido com a defesa de resquícios esclavagistas; o Partido da União Constitucional.
Do próprio, in A. O. 08/08/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, agosto 01, 2006

Contemplação



O Médio Oriente arde. O que se passa no Líbano é uma barbaridade. De parte a parte. E bárbaros também são todos aqueles que podendo fazer algo mais, nada mais parecem querer fazer do que insistir na retransmissão do seu lamento; do que chorar, hipócrita e cumplicemente, o desfecho de tão previsíveis acontecimentos!
Há pouco mais de dez anos, da última vez que calcorreei vários cantos daquela encruzilhada religiosa, iniciava-se então (com destaque para Jericó) o processo de transferência de poderes para a Autoridade Palestiniana, eu, ingénuo – mas também contagiado pela enorme tranquilidade que testemunhei existir em zonas tidas como “muito quentes” –, cheguei a pensar que, por fim, se aproximava a solução do problema. Imperfeita. Mas uma solução. A possível!
Há de facto problemas que parecem não ter (não querer ter) resolução!
Falta-me fé para acreditar que se possa compatibilizar, e racionalizar, tantos, e tão grandes, excessos de Fé.
Faltam-me também as palavras. Recorro a um "santo". Evoco a sua imensa sabedoria. Procuro recordar, de memória, uma das suas orações. Não consigo!
Dirijo-me ao seu altar do “Jardim do Colégio”. Lá está a prece. Releio. Copio. Partilho:

"Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre ideias e espíritos pairando.

Que é o mundo ante mim? Fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre o vácuo insondável rastejando...

E dentre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
E a queixa, o profundíssimo gemido.

Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só pressentido..."


Palavras sábias; até parecem ter sido escritas de propósito, também para isso!
Do próprio, in A. O. 01/08/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, julho 25, 2006

Solidariedade



Hoje, em Santiago de Compostela, sob o lema; “Estatuto não; Autodeterminação!”, assistir-se-á a mais uma celebração o "Dia da Pátria Galega". É uma iniciativa das Bases Democráticas Galegas, movimento social supra partidário, que integrando um amplo e plural leque de forças políticas e de intervenção social, procura elevar a fasquia colocada pelo PSOE/BNG na revisão do Estatuto Autonómico local.
Depois de outras nações do estado espanhol; Euskadi e Catalunha, terem garantido importantes avanços no seu processo de emancipação, as BDG entendem que a simples reforma do Estatuto é, novamente, a maneira que o aparelho do Estado Espanhol e os seus representantes na Galiza têm de se furtar ao legítimo direito do Povo em decidir o seu destino, exercendo o direito de autodeterminação e reivindicação da sua soberania. Exigem também uma democracia mais profunda: um âmbito de decisão que parta do exercício da autodeterminação, que considere a Galiza em toda a sua entidade territorial, para além das fronteiras restritas da actual Comunidade Autónoma da Galiza; um quadro galego de relações laborais que possibilite o avanço das reivindicações sem interferências alheias; um contexto de liberdades políticas plenas que cesse com o assedio contra a militância independentista.
Alegram-me os avanços. Porém, não posso deixar de estar solidário com alguns dos “pretensos ultrapassados”, sobretudo com Camilo Nogueira, autor desta, ainda recente, mensagem:
Quero manifestar-vos o meu apoio a todas as aspirações de liberdade e autogoverno dos Açores e dos açorianos (...). Eu como galego que partilho a vossa cultura e a vossa língua e que luto pelo autogoverno de Galiza como nação, sinto-me especialmente solidário convosco e com o vosso extraordinário pais atlântico, um pais irmão. (...).”
Do próprio, in A. O. 25/07/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, julho 18, 2006

Cada um tem a máfia que merece


Este sim, é o verdadeiro “Lucky Luciano”
(roubado aqui)

Atribuída a um ex-craque brasileiro – Zico se não estou em erro?! –, li algures uma frase que dizia qualquer coisa como; “o futebol bonito já só existe nas peladinhas (...) ”.
Esta afirmação, perfeitamente confirmada com o decorrer do último campeonato do mundo, quando direccionada para outros aspectos “do jogo” – ou da industria do futebol se o preferirem –, pode também ter diferentes leituras; é cada vez mais feio, menos sério, e extraordinariamente mais desonesto, aquilo que se entendeu convencionar como “mundo do futebol”. A bem de ver, quanto mais a modalidade se afasta da sua vertente desportiva e recreativa, tanto mais se vê enredada na promíscua selva dos interesses pessoais e negócios sujos!
Vejamos. Tal como já acontecera no fim de outro ciclo que acabou consagrando a “bota da Europa ” como campeã do mundo, a elite do futebol italiano está novamente envolvida – até ao pescoço – em mais um esquema mafioso. Desta vez a coisa promete. Se na década de 80 foi Paolo Rossi, quase sozinho, quem figurou como “cabeça de cartaz”, agora, fruto de um aturado trabalho de investigação dos magistrados napolitanos, ao que parece, poderá ser neutralizado um polvo gigante, um esquema controlado pelo dirigente da Juventus; Luciano Moggi, cujos enormes tentáculos podem ir muito para além das apostas desportivas com resultados previamente combinados. Veremos!
Há máfias e máfias, adaptando-se cada uma delas ao meio onde operam, sem que sejam de desprezar os “polvinhos locais”, comezinhos, simplórios, mas nem por isso menos danosos; um sorvedouro do maior manancial de recursos algum dias colocados ao dispor de um projecto desportivo nos Açores, e que, não obstante tamanha fartura, ainda conseguiu delapidar um avultado património.
E contas, e contas? Parece incrível!
Do próprio, in A. O. 18/07/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, julho 11, 2006

ZEE; 200 milhas



Um destes dias, aqui nos Açores, o ministro português Jaime Silva, perdeu uma excelente oportunidade para estar calado. Bem vistas as coisas, e para quem observa a questão por um determinado prisma – o meu por exemplo –, as palavras daquele governante, tal como as de todos os que decidem à distância sobre os Açores, nem chegaram a causar grande admiração; são fruto do natural desprendimento que costumam ter os “administradores” de algo que não lhes pertence, e por isso não lhes causa grande mossa uma alienação patrimonial mesmo quando carregada de elevado simbolismo, já que importante é que “o seu” esteja assegurado, e este – “o deles” – quem o garante são as “multinacionais de interesses” de que dependem, e perante a quais têm de ser zelosos e até mesmo submissos.
Mesmo que a Causa se apresente como “missão impossível” – o que de facto não é! –, abdicar comodamente de uma tenaz luta em prol da defesa de uma ZEE de 200 milhas para os Açores é um acto de cobardia. Salvaguardadas algumas diferenças – não muitas – até faz lembrar Timor. Ou melhor dizendo; o caso do seu abandono perante a invasão Indonésia!
Para os Açores, a luta por uma ZEE de 200 milhas tem de ser encarada como questão de soberania. De soberania e de sobrevivência; a pedincha, e as facilidades a curto prazo, geralmente maus negócios no futuro, um dia vão acabar. Há que ser firme e exigente na defesa e manutenção dos recursos próprios. Para mais este não é um assunto de âmbito exclusivamente europeu. Pensar e decidir sobre as 200 milhas é um processo que deve envolver de forma abrangente toda a Macaronésia, com Cabo Verde, para já o único arquipélago estado do grupo, apresentando-se como um parceiro fundamental para a necessária adaptação do Direito Público Marítimo a esta importante questão!
Do próprio, in A. O. 11/07/06; “Cá à minha moda”

segunda-feira, julho 10, 2006

Pormenores para a Lúcia IV

Os principais artistas

(clicando aumenta)
Três musicos e o construtor do Farol (quem se der ao trabalho de ir ver as fotos da noite das estrelas logo verá quem são uns e quem é o outro).

Pormenores para a Lúcia III

Preparando a saída

(clicando aumenta, permitindo ver todos os detalhes)

Conversa animada ignorando a curiosidade dos forasteiros

Pormenores para a Lúcia II

Afinação do tom

(clicando aumenta, permitindo ver todos os detalhes)

...ou quando o Farol de Santa Clara parece maior do que o Farol da Ponta da Doca

Pormenores para a Lúcia I

P - O que ia no Barco (que até tinha Cristo no nome) ?

Roubada aqui
(Clicando aumenta, permitindo ver todos os detalhes)

R - Uma bandeira do Espírito Santo e a Massa sovada

sábado, julho 08, 2006