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Antes tarde do que nunca; primeiro, com a criação da freguesia, agora também com os tanques da Bencom.
Em SANTA CLARA a VIDA NOVA já começou!
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Um misto de satisfação e estranheza. Foi essa a sensação com que fiquei após ter lido o artigo da Dra. Berta Cabral da passada segunda-feira neste mesmo espaço. Satisfação porque constato nesse artigo a assunção pública por parte da actual Presidente da Câmara de um compromisso particular com o desenvolvimento desta (re)nova(da) freguesia, caso mantenha no futuro o seu mandato municipal. Estranheza porque, a não ser que a Dra. Berta Cabral tivesse a possibilidade de dedicar um artigo particular a cada uma das 24 freguesias do Concelho antes de 9 de Outubro (o que é materialmente impossível), não se compreende (e até pode induzir discriminação para outras) um tratamento opinativo público particular, para uma determinada freguesia, da parte de quem tem responsabilidades institucionais equitativas perante todo Concelho. E não se diga que é por ser nova, porque nessa situação há mais duas: Pilar da Bretanha e Ajuda da Bretanha. A não ser, o que então seria bizarro porque a Dra. Berta é candidata à Câmara e não à Assembleia de Freguesia de Santa Clara, que tenha sentido a necessidade de assumir pessoalmente a campanha eleitoral para esta freguesia, esquecendo as suas responsabilidades municipais e substituindo-se àqueles que efectivamente se candidatam a ela, o que, para além de uma intromissão de legitimidade duvidosa, demonstra alguma falta de confiança nas capacidades da lista para Santa Clara apresentada pelo seu próprio partido.
Não tenho dúvidas que pelo voto da Dra. Berta na Assembleia Legislativa Regional, pelo voto de quem ela nomeia no seu artigo: o Sr. Manuel Augusto Ramos, na Assembleia de Freguesia de S. José, o Dr. Manuel Arruda, na Câmara Municipal de Ponta Delgada, e pelo voto de outros, houve também gente do PSD em posições institucionais que apoiou a criação da Freguesia de Santa Clara. Mas já tenho sérias dúvidas, senão mesmo a certeza, de que alguma vez esta Freguesia viesse a ser criada pela iniciativa do PSD, dadas as divergências internas cristalizadas nesse Partido, que sempre a tolheram e bloquearam e, o que é mais grave, aconteceram enquanto o PSD liderava os órgãos autárquicos essenciais para a tomar com facilidade, transformando-se assim este partido na causa directa que fez perder a Santa Clara o direito que lhe assistia há muito de passar a freguesia. E daí, que em abono da verdade, me parece ter faltado lisura de espírito à Dra. Berta Cabral ao ignorar no seu artigo outras nomeações, fora da área do PSD, em particular os verdadeiros responsáveis pela efectiva e irrecusável (porque, como bem diz a Dra. Berta, correspondia às aspirações de todos os santa-clarenses) proposta da criação da freguesia na Assembleia Legislativa Regional. E esses que deram voz institucional sem hesitar às aspirações de todos os santa-clarenses foram o Grupo Parlamentar do PCP em 2001, e foi essa proposta que a Dra. Berta votou (tal como todos os deputados dos vários partidos) e que baixou depois, para parecer, à Assembleia de Freguesia de S. José e à Câmara Municipal de Ponta Delgada, onde sobre ela se pronunciaram os seus nomeados, mas onde, infelizmente, só apareceram reservas de vogais de um único partido: o PSD!
Daqui colhe a ideia de que foi preciso, muito antes de certas conversões de última hora, esquecer estreitezas partidárias para que Santa Clara adquirisse possibilidades de renascer dos muros que a foram excluindo, enclausurando e degradando ao longo dos anos sem que os responsáveis locais, agora tão lestos na defesa dos interesses da nova freguesia, dessem ouvidos àqueles (entre os quais gente afecta também ao PSD) que se afogavam em tanques de combustível, bombas de gasolina e degradação urbana e ambiental, e que lutavam por um futuro diferente daquele que lhes estava sendo destinado e aos seus filhos. Que, assumida como freguesia e tendo por base a indispensável conjugação de esforços e vontades plurais, neste pontapé de saída para uma vida nova, possa agora novamente ganhar a dignidade perdida e a qualidade de vida que tem sido negada aos seus. Tarefa a levar a cabo, neste primeiro mandato, pela mão de quem, seja deste ou daquele partido ou não seja de partido algum, não é de hoje, nem de ontem, mas desde sempre pela Freguesia de Santa Clara. E assim nasceu uma lista de cidadãos eleitores (sem vergonha de mostrar a cara) independente dos partidos (mas que os tem de todos e também de nenhum), dos quatro cantos da nova freguesia, livre de todos os compromissos prévios que não sejam os interesses de Santa Clara, totalmente disponível e aberta, com a autoridade que esta aglutinação de vontades lhe dá, para encetar com a futura Câmara e o Governo Regional o caminho que já tardava: Uma vida nova para Santa Clara com gente que, ao contrário do que propalou a Dra. Berta na sessão de apresentação da “sua” lista, já “descobriu” há muito o local onde nasceu e habita.
Já agora, Dra. Berta, parabéns por o seu partido finalmente (mais vale tarde do que nunca) tomar a iniciativa pública de reivindicar a transferência dos depósitos de combustível da Bencom. Não tenho dúvidas que essa reivindicação agora expressa foi desbloqueada e estimulada pela actual época eleitoral e pela existência da lista de cidadãos a que me refiro. O que muito nos honra (“nos” porque também dou a cara por ela), e é um primeiro sinal de que poderemos trabalhar bem em conjunto, se os eleitores nos decidirem atribuir as responsabilidades pelos destinos da nova freguesia. Apenas um esclarecimento mais, sobre este assunto: A resolução de 2002, aprovada pela Assembleia Legislativa Regional, de que se socorre o deputado Pedro Gomes do PSD para agora requerer a transferência dos depósitos de combustível, foi apresentada por José Decq Mota, então deputado do único partido (todos foram contactados, bem como a Câmara do Dr. Manuel Arruda) que deu seguimento a um abaixo-assinado com quase mil assinaturas promovido pela “Comissão de Protecção de Pessoas e Bens da Pedreira do Meio (Santa Clara)”, composta por gente também de vários partidos (PSD incluído), ou sem partido, e que, como é óbvio, também não foi só agora que “descobriu” Santa Clara nem os seus problemas. E como se vê, pelo anteriormente exposto, Santa Clara já está tendo Vida Nova…
Não tenho dúvidas que pelo voto da Dra. Berta na Assembleia Legislativa Regional, pelo voto de quem ela nomeia no seu artigo: o Sr. Manuel Augusto Ramos, na Assembleia de Freguesia de S. José, o Dr. Manuel Arruda, na Câmara Municipal de Ponta Delgada, e pelo voto de outros, houve também gente do PSD em posições institucionais que apoiou a criação da Freguesia de Santa Clara. Mas já tenho sérias dúvidas, senão mesmo a certeza, de que alguma vez esta Freguesia viesse a ser criada pela iniciativa do PSD, dadas as divergências internas cristalizadas nesse Partido, que sempre a tolheram e bloquearam e, o que é mais grave, aconteceram enquanto o PSD liderava os órgãos autárquicos essenciais para a tomar com facilidade, transformando-se assim este partido na causa directa que fez perder a Santa Clara o direito que lhe assistia há muito de passar a freguesia. E daí, que em abono da verdade, me parece ter faltado lisura de espírito à Dra. Berta Cabral ao ignorar no seu artigo outras nomeações, fora da área do PSD, em particular os verdadeiros responsáveis pela efectiva e irrecusável (porque, como bem diz a Dra. Berta, correspondia às aspirações de todos os santa-clarenses) proposta da criação da freguesia na Assembleia Legislativa Regional. E esses que deram voz institucional sem hesitar às aspirações de todos os santa-clarenses foram o Grupo Parlamentar do PCP em 2001, e foi essa proposta que a Dra. Berta votou (tal como todos os deputados dos vários partidos) e que baixou depois, para parecer, à Assembleia de Freguesia de S. José e à Câmara Municipal de Ponta Delgada, onde sobre ela se pronunciaram os seus nomeados, mas onde, infelizmente, só apareceram reservas de vogais de um único partido: o PSD!
Daqui colhe a ideia de que foi preciso, muito antes de certas conversões de última hora, esquecer estreitezas partidárias para que Santa Clara adquirisse possibilidades de renascer dos muros que a foram excluindo, enclausurando e degradando ao longo dos anos sem que os responsáveis locais, agora tão lestos na defesa dos interesses da nova freguesia, dessem ouvidos àqueles (entre os quais gente afecta também ao PSD) que se afogavam em tanques de combustível, bombas de gasolina e degradação urbana e ambiental, e que lutavam por um futuro diferente daquele que lhes estava sendo destinado e aos seus filhos. Que, assumida como freguesia e tendo por base a indispensável conjugação de esforços e vontades plurais, neste pontapé de saída para uma vida nova, possa agora novamente ganhar a dignidade perdida e a qualidade de vida que tem sido negada aos seus. Tarefa a levar a cabo, neste primeiro mandato, pela mão de quem, seja deste ou daquele partido ou não seja de partido algum, não é de hoje, nem de ontem, mas desde sempre pela Freguesia de Santa Clara. E assim nasceu uma lista de cidadãos eleitores (sem vergonha de mostrar a cara) independente dos partidos (mas que os tem de todos e também de nenhum), dos quatro cantos da nova freguesia, livre de todos os compromissos prévios que não sejam os interesses de Santa Clara, totalmente disponível e aberta, com a autoridade que esta aglutinação de vontades lhe dá, para encetar com a futura Câmara e o Governo Regional o caminho que já tardava: Uma vida nova para Santa Clara com gente que, ao contrário do que propalou a Dra. Berta na sessão de apresentação da “sua” lista, já “descobriu” há muito o local onde nasceu e habita.
Já agora, Dra. Berta, parabéns por o seu partido finalmente (mais vale tarde do que nunca) tomar a iniciativa pública de reivindicar a transferência dos depósitos de combustível da Bencom. Não tenho dúvidas que essa reivindicação agora expressa foi desbloqueada e estimulada pela actual época eleitoral e pela existência da lista de cidadãos a que me refiro. O que muito nos honra (“nos” porque também dou a cara por ela), e é um primeiro sinal de que poderemos trabalhar bem em conjunto, se os eleitores nos decidirem atribuir as responsabilidades pelos destinos da nova freguesia. Apenas um esclarecimento mais, sobre este assunto: A resolução de 2002, aprovada pela Assembleia Legislativa Regional, de que se socorre o deputado Pedro Gomes do PSD para agora requerer a transferência dos depósitos de combustível, foi apresentada por José Decq Mota, então deputado do único partido (todos foram contactados, bem como a Câmara do Dr. Manuel Arruda) que deu seguimento a um abaixo-assinado com quase mil assinaturas promovido pela “Comissão de Protecção de Pessoas e Bens da Pedreira do Meio (Santa Clara)”, composta por gente também de vários partidos (PSD incluído), ou sem partido, e que, como é óbvio, também não foi só agora que “descobriu” Santa Clara nem os seus problemas. E como se vê, pelo anteriormente exposto, Santa Clara já está tendo Vida Nova…
in Jornal dos Açores, 13/09/05, Mário Abrantes