No fim da década de oitenta, já “agarrado” ao cáustico, irónico e bem escrito estilo; Miguel Esteves Cardoso, porém farto, e cansado, dos excessivos kilos de papel que tinha que comprar para satisfazer um vício naquela altura “embrulhado” entre as dezenas de páginas do pesado Expresso, foi com uma enorme expectativa que passei a acompanhar, amiúde, as notícias que davam conta do lançamento, para breve, de um novo projecto jornalístico, no qual MEC ocuparia um lugar de especial destaque. A ânsia foi tanta que, uma ou duas semanas antes da data efectiva de publicação do primeiro número de “ O Independente” – a 18 anos de distância (como o tempo voa), penso ter então havido um ligeiro atraso no lançamento do novo semanário – eu já andava a perguntar por uma novidade que o próprio vendedor desconhecia no quiosque em frente ao antigo porto da Calheta, onde fui levantar o número zero do INDY, e depois dele, religiosamente ao longo de muitos anos, até o espaço encerrar para mudança de ramo ( mesmo quando me ausentava o jornal que lá ficava sempre à minha espera), gerindo o atraso com que os jornais chegam a Ponta Delgada, continuei passando para trazer cerca de nove centenas dos números que se lhe seguiram.
A agonia era perceptível. Os seus últimos números, nunca perdendo a qualidade que desde a primeira hora o caracterizou, já pouco tinham a ver com o fulgor de outrora. Faltava ali qualquer coisa, também a genialidade de MEC. Pior do que tudo isso foi o INDY se ter deixado “apanhar”, mesmo que só temporariamente, como instrumento da ambição política de Paulo Portas. A partir daí, por maior que tenha sido o esforço para “o reabilitar”, nunca mais recuperou. Para quem se auto intitula de independente, não há nada pior do que a perca de independência.
A agonia era perceptível. Os seus últimos números, nunca perdendo a qualidade que desde a primeira hora o caracterizou, já pouco tinham a ver com o fulgor de outrora. Faltava ali qualquer coisa, também a genialidade de MEC. Pior do que tudo isso foi o INDY se ter deixado “apanhar”, mesmo que só temporariamente, como instrumento da ambição política de Paulo Portas. A partir daí, por maior que tenha sido o esforço para “o reabilitar”, nunca mais recuperou. Para quem se auto intitula de independente, não há nada pior do que a perca de independência.
Ficou a escola; o grafismo, a fotografia e as primeiras páginas são disso o exemplo mais visível. A primeira página do último Independente é um fruto desta escola. Ponto Final!
Do próprio, in A. O. 05/09/06; “Cá à minha moda”