Aqui; despenalização vs legalização. Ali; “bêbê” vs embrião. Acolá; se o aborto vai ou não continuar crime passado que seja um dia após os setenta que a lei tolerará, e, sinceramente, já estava a tornar-se insuportável esta sebenta e tortuosa campanha eleitoral; uma pena, tratando-se – como foi o caso – de um dos raros momentos em que o sistema nos permite recorrer à democracia directa.
Serenados os ânimos, e procurando manter um frio alheamento aos apelos que enfatizando emoções básicas acabam resvalando para – e revelando – um certo fanatismo religioso (uma “feroz”, poderosa, e bem organizada legião de leigos, qual guarda avançada, assumiu – e assim continua -, posições bem mais radicais do que a própria hierarquia da Igreja Católica), talvez seja hora de, tipo balanço, com quatro perguntas que também apenas pedem um SIM ou um NÃO como resposta, fazer um ponto de situação:
1ª - Após a vitória do sim, e quando a lei em vigor for alterada, ao contrario daquilo que durante a campanha eleitoral alguns, com veemência, pareceram querer fazer crer, alguém irá ser obrigado a abortar?
2ª - Estabelecida a nova situação, quem é que irá impedir os que, sobretudo quanto à questão em causa, se regem por dogmas de fé, de assim continuarem a actuar?
3ª - Não era muito mais desadequado manter a imposição de uma moral e ética particulares a quem as não deseje adoptar?
4ª - Com esta alteração ficam ou não criadas mais e melhores condições de apoio à Vida, principalmente quando esta resulta de uma maternidade desejada, logo, tendencialmente mais feliz?
Serenados os ânimos, e procurando manter um frio alheamento aos apelos que enfatizando emoções básicas acabam resvalando para – e revelando – um certo fanatismo religioso (uma “feroz”, poderosa, e bem organizada legião de leigos, qual guarda avançada, assumiu – e assim continua -, posições bem mais radicais do que a própria hierarquia da Igreja Católica), talvez seja hora de, tipo balanço, com quatro perguntas que também apenas pedem um SIM ou um NÃO como resposta, fazer um ponto de situação:
1ª - Após a vitória do sim, e quando a lei em vigor for alterada, ao contrario daquilo que durante a campanha eleitoral alguns, com veemência, pareceram querer fazer crer, alguém irá ser obrigado a abortar?
2ª - Estabelecida a nova situação, quem é que irá impedir os que, sobretudo quanto à questão em causa, se regem por dogmas de fé, de assim continuarem a actuar?
3ª - Não era muito mais desadequado manter a imposição de uma moral e ética particulares a quem as não deseje adoptar?
4ª - Com esta alteração ficam ou não criadas mais e melhores condições de apoio à Vida, principalmente quando esta resulta de uma maternidade desejada, logo, tendencialmente mais feliz?
Penso que a resposta continua sendo o SIM. Da mesma forma espero, que a partir de agora, uns e outros se mantenham coerentes com posições que em campanha pareceram consensuais; o devido aconselhamento prévio, um efectivo apoio à maternidade desejada, uma eficaz educação sexual e uma doutrina de modernidade quanto a métodos e meios de planeamento familiar!
Do próprio, in A. O. 13/02/07; “Cá à minha moda”