Sem, como é habitual, ter conseguido durante o fim-de-semana adiantar – ou até mesmo completar – trabalho, foi ao cruzar-me hoje de manhã (segunda-feira; 08:30h.) com o meu amigo Carlos que encontrei o mote para estes 1800 caracteres de hoje. O Carlos (que para o caso de pouco importa saber se é nome falso ou verdadeiro) é um português a residir nos Açores há uns bons anos, entretanto já “nacionalizado” – mais que não seja por ser pai de uma linda açoriana –, e que, como quase sempre o faz para “engalinhar” comigo, a propósito já não sei bem de quê, retorquiu à provocação que lhe lancei conjuntamente com o cumprimento, com um: - “ pois pá, sabes como é, isto é porque eu sou continental….”.
E é verdade. Ele é continental; tão continental como os galegos, bascos, espanhóis, catalães, franceses, … (…) … romenos, ucranianos ou russos.
“Pois pá, sabes como é, isto é porque eu sou português...”, teria eu dito se estivesse em seu lugar. Só um preconceito neo-colonial pode levar os portugueses, sobretudo os que aqui vivem, a auto designarem-se, ou a aceitar serem chamados – com gosto ao que parece – por “continentais”. Eu cá, que olho com alguma desconfiança quem me chama “ilhéu” (sobressai na expressão uma quase óbvia intencionalidade de amesquinhar e depreciar) adoro a designação de açoriano. Sinto mesmo um enorme orgulho nisso.
Se o que está em causa são as reminiscências do Império, não percam tempo com aquilo que o próprio tempo se encarregará de resolver. Noutras paragens os ex portugueses (obrigados a decorar “a Portuguesa” e a receberem com palmas e acenando com bandeiras "os representantes imperiais") hoje são: Nos continentes; brasileiros, goeses, guinéus, angolanos e moçambicanos. E nas ilhas; cabo-verdianos, são-tomenses e timorenses.
E é verdade. Ele é continental; tão continental como os galegos, bascos, espanhóis, catalães, franceses, … (…) … romenos, ucranianos ou russos.
“Pois pá, sabes como é, isto é porque eu sou português...”, teria eu dito se estivesse em seu lugar. Só um preconceito neo-colonial pode levar os portugueses, sobretudo os que aqui vivem, a auto designarem-se, ou a aceitar serem chamados – com gosto ao que parece – por “continentais”. Eu cá, que olho com alguma desconfiança quem me chama “ilhéu” (sobressai na expressão uma quase óbvia intencionalidade de amesquinhar e depreciar) adoro a designação de açoriano. Sinto mesmo um enorme orgulho nisso.
Se o que está em causa são as reminiscências do Império, não percam tempo com aquilo que o próprio tempo se encarregará de resolver. Noutras paragens os ex portugueses (obrigados a decorar “a Portuguesa” e a receberem com palmas e acenando com bandeiras "os representantes imperiais") hoje são: Nos continentes; brasileiros, goeses, guinéus, angolanos e moçambicanos. E nas ilhas; cabo-verdianos, são-tomenses e timorenses.
A. O. 06/11/07; “Cá à minha moda”