Fronteira ocidental, para aqueles que da Europa fitam a América, ou oriental, para os que da América miram a Europa, os Açores, a meio deste vasto Atlântico Norte, são um autêntico marco físico de fronteira.
De ocidente ainda chega directamente ao povo, embora cada vez mais desvanecido – na intensidade e substância –; o cheiro a “roupa da América”, o apelo de sangue dos muitos entes queridos que para lá emigraram, e o muito arreigado, embora nem sempre real, eterno sonho com fartura e liberdade. A banda de poente é também pródiga em negócios de geoestratégia, e rendem muitos milhões, mas é uma fartança que não chega a todos; sonhos, “candiles” e “roupa da América” para uns, mordomias e palácios na Lapa para outros!
Do oriente chegaram – ainda chegam, mas tempos houve que aparentavam inesgotável abundância – os subsídios destinados à nossa pretensa normalização; produzir valia pouco, no consumir é que, parecia, estava o ganho – que engano! Foi dinheiro a rodos, e como sempre; para uns, poucos, fartos milhões, e para os muitos outros, míseros tostões. Nunca se viveu tão bem como agora! Dizem. E é verdade. Mas também, nunca foi tão grande a diferença a separar uns poucos, os muito ricos, dos outros, os cada vez em maior número, muito pobres. E a factura, já em Euros, só agora está a chegar!
Os povos da raia aproveitam o que de bom há em cada um dos lados da fronteira. Para nós açorianos, infelizmente, não é o caso; ao “dono da quinta” está sempre destinado o melhor quinhão. É ele quem ganha com a localização de uma propriedade de onde, à distância, e sem correr riscos, retira farto usufruto. Nem cavaco nos dá; a Europa entrou-nos porta dentro sem pedir opinião, e agora, vão fazer do “nosso quintal” campo para treino de tiro – mesmo que só virtual –, quer queiramos quer não!
De ocidente ainda chega directamente ao povo, embora cada vez mais desvanecido – na intensidade e substância –; o cheiro a “roupa da América”, o apelo de sangue dos muitos entes queridos que para lá emigraram, e o muito arreigado, embora nem sempre real, eterno sonho com fartura e liberdade. A banda de poente é também pródiga em negócios de geoestratégia, e rendem muitos milhões, mas é uma fartança que não chega a todos; sonhos, “candiles” e “roupa da América” para uns, mordomias e palácios na Lapa para outros!
Do oriente chegaram – ainda chegam, mas tempos houve que aparentavam inesgotável abundância – os subsídios destinados à nossa pretensa normalização; produzir valia pouco, no consumir é que, parecia, estava o ganho – que engano! Foi dinheiro a rodos, e como sempre; para uns, poucos, fartos milhões, e para os muitos outros, míseros tostões. Nunca se viveu tão bem como agora! Dizem. E é verdade. Mas também, nunca foi tão grande a diferença a separar uns poucos, os muito ricos, dos outros, os cada vez em maior número, muito pobres. E a factura, já em Euros, só agora está a chegar!
Os povos da raia aproveitam o que de bom há em cada um dos lados da fronteira. Para nós açorianos, infelizmente, não é o caso; ao “dono da quinta” está sempre destinado o melhor quinhão. É ele quem ganha com a localização de uma propriedade de onde, à distância, e sem correr riscos, retira farto usufruto. Nem cavaco nos dá; a Europa entrou-nos porta dentro sem pedir opinião, e agora, vão fazer do “nosso quintal” campo para treino de tiro – mesmo que só virtual –, quer queiramos quer não!
A. O. 12/02/08; “Cá à minha moda”