Ainda os portugueses (atletas - naturalizados inclusive -, dirigentes, comentadores e público em geral), na sua olímpica bipolar esquizofrenia, ora carpiam mágoas ora comemoravam eufóricos os resultados de Pequim, já as atenções futebolísticas se focavam na estreia de Carlos Queirós, em jogo tido como fácil, contra uma selecção onde uma das estrelas ganha a vida como carpinteiro.
Por mim, futebol à parte, prefiro analisar este Portugal vs Ilhas Faroé por um outro prisma: o das autonomias quando o são de facto; quando “a pátria mãe” não tem medo da evolução autonómica; e quando a emancipação pode acabar acontecendo, naturalmente.
As ilhas Faroé, ou “Ilhas das ovelhas” ("dos carneiros", teimosos mas seguidistas, ou "das vacas", com sua irritante passividade bovina, seria bem pior), com apenas 47.000 habitantes – 16.000 dos quais fixados em Streymox, a maior e mais populosa das 18 ilhas do arquipélago –, embora aspirem e façam por isso, não são um país independente, mas sim, ainda e só, uma região autónoma. Com uma autonomia que paulatinamente se tem alargado e consolidado; autonomia em cujo horizonte se perfila a independência, mas, por enquanto, só e apenas, uma Autonomia (desde 1948, logo com 60 anos, quando a dos Açores, no papel, tem quase o dobro desta idade).
Imaginando o dia em que, tal como aconteceu antes do jogo com as Ilhas Feroé, poderei ver futebolistas portugueses perfilados perante a Bandeira Açoriana ao som do nosso Hino, logo pensei na oportunidade que o Presidente da Republica Portuguesa com certeza não desaproveitaria para dar trabalho ao Tribunal Constitucional, e/ou promulgar mais um veto!
Passado o devaneio, ocorreu-me a seguinte questão:
Por mim, futebol à parte, prefiro analisar este Portugal vs Ilhas Faroé por um outro prisma: o das autonomias quando o são de facto; quando “a pátria mãe” não tem medo da evolução autonómica; e quando a emancipação pode acabar acontecendo, naturalmente.
As ilhas Faroé, ou “Ilhas das ovelhas” ("dos carneiros", teimosos mas seguidistas, ou "das vacas", com sua irritante passividade bovina, seria bem pior), com apenas 47.000 habitantes – 16.000 dos quais fixados em Streymox, a maior e mais populosa das 18 ilhas do arquipélago –, embora aspirem e façam por isso, não são um país independente, mas sim, ainda e só, uma região autónoma. Com uma autonomia que paulatinamente se tem alargado e consolidado; autonomia em cujo horizonte se perfila a independência, mas, por enquanto, só e apenas, uma Autonomia (desde 1948, logo com 60 anos, quando a dos Açores, no papel, tem quase o dobro desta idade).
Imaginando o dia em que, tal como aconteceu antes do jogo com as Ilhas Feroé, poderei ver futebolistas portugueses perfilados perante a Bandeira Açoriana ao som do nosso Hino, logo pensei na oportunidade que o Presidente da Republica Portuguesa com certeza não desaproveitaria para dar trabalho ao Tribunal Constitucional, e/ou promulgar mais um veto!
Passado o devaneio, ocorreu-me a seguinte questão:
- Mas afinal, para Portugal, não seria mais honroso defrontar (mesmo tendo de se colocar em sentido frente à Bandeira dos Açores) uma sua Região Autónoma em lugar da congénere dinamarquesa? Para mais, quando no mesmo dia, as equipas principais dos Reinos da Dinamarca e de Espanha se defrontavam, assim como que conferindo a Portugal o estatuto de comunidade autónoma espanhola.
Eu cá acho que sim!
A. O. 26/08/08; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)