Tem sido enorme o “sururu” criado à volta da recente revelação de Günter Grass, na qual aquele seguidor de Beckett e Ionesco, em tempos (1999) galardoado com o Prémio Nobel da Literatura confessa ter sido membro de uma das mais temíveis unidades de elite do regime nazi. Num repente lembrei-me do muito que se disse e escreveu tendo por base assunto similar, porém sob pontos de vista antagónicos, logo depois de ter sido visto o fumo branco de transformou o Cardeal Joseph Ratzinger no Papa Bento XVI. É sempre bom nunca esquecer como pode ser injusta a história. Só depende do prisma por onde é olhada – ou nos é apresentada!
Por muita que seja a agitação do momento, estou convicto que nunca será um desvio juvenil – embora de grande significado como é o caso –, para mais praticado em época tão conturbada (final da II Grande Guerra), o que poderá desvirtuar uma longa carreira, também política, como é a de alguém que é considerado um dos maiores escritores alemães do seu tempo. Mas é exactamente esta enorme dimensão, quer a dada pelo seu legado literário, quer a intuída pela nobreza de carácter que a sua intervenção política transmitia, o que realça a infeliz forma como um intelectual de tal gabarito lidou com tão delicado assunto, mantendo “o segredo” na gaveta por mais de sessenta anos. Isto é hipocrisia. É imperdoável. Até causa um sentimento de alguma frustração!
No meio de tal turbilhão há duas questões para as quais gostaria de ter resposta:
Primeira. Teria o Nobel sido na mesma atribuído caso o segredo fosse antes conhecido?
Segunda. Foi o remorso, ou o fruto de uma bem delineada estratégia comercial, aquilo que agora trouxe à luz do dia a dolorosa nódoa?
Por muita que seja a agitação do momento, estou convicto que nunca será um desvio juvenil – embora de grande significado como é o caso –, para mais praticado em época tão conturbada (final da II Grande Guerra), o que poderá desvirtuar uma longa carreira, também política, como é a de alguém que é considerado um dos maiores escritores alemães do seu tempo. Mas é exactamente esta enorme dimensão, quer a dada pelo seu legado literário, quer a intuída pela nobreza de carácter que a sua intervenção política transmitia, o que realça a infeliz forma como um intelectual de tal gabarito lidou com tão delicado assunto, mantendo “o segredo” na gaveta por mais de sessenta anos. Isto é hipocrisia. É imperdoável. Até causa um sentimento de alguma frustração!
No meio de tal turbilhão há duas questões para as quais gostaria de ter resposta:
Primeira. Teria o Nobel sido na mesma atribuído caso o segredo fosse antes conhecido?
Segunda. Foi o remorso, ou o fruto de uma bem delineada estratégia comercial, aquilo que agora trouxe à luz do dia a dolorosa nódoa?
Talvez qualquer dia a minha curiosidade seja satisfeita.
Do próprio, in A. O. 22/08/06; “Cá à minha moda”