Quem, de entre aqueles que hoje se encontram pelo menos na “casa dos quarenta” (talvez até um pouco menos), que tenha vivido a sua adolescência em Santa Clara e arredores, não se lembra do “Presépio da Fábrica do Açúcar”?
Quando o Natal chegava, na memória dos habitantes daquela zona estava ainda o alvoroço causado pelas centenas de carroças puxadas por bois, com as altas cilhas de vimes carregadas até mais não poder de beterraba sacarina, que, literalmente, entupiam algumas ruas das redondezas. Bem presente também estava, no ar, o adocicado aroma da beterraba em transformação. Estas recordações, a insaciável curiosidade em ver por dentro (pouco que fosse) aquela instalação industrial, bem como o incontornável “espírito da época”, compunham o clima com que se preparava a visita ao presépio. Porém, transposta a porta do grande armazém de onde uma fragrância a verdura fresca sobressaía, habituada que estivesse a visão à escuridão de uma noite de Inverno bem simulada, logo a nossa atenção era dirigida a um cenário que, embora todos os anos semelhante, sempre nos parecia novidade: ao tradicional quadro bíblico sobrepunha-se o som característico de uma vigorosa chuvada, bem acompanhada de rasgados e luminosos relâmpagos, seguidos de temerários longos trovões.
Hoje, de novo, pode voltar a visitar este presépio. Em boa hora (já desde o passado ano) a Junta de Freguesia de Santa Clara – com a colaboração de José Manuel e Paulo Jorge Soares, descendentes de uma família que em Santa Clara, outrora, também montava um presépio movimentado – retomou esta iniciativa, reabilitando assim uma tradição interrompida durante décadas.
Fica o convite: passe por Santa Clara, visite o “presépio inesquecível”, acredite que a minúcia e engenho daquele trabalho merecem algum do seu tempo.
Quando o Natal chegava, na memória dos habitantes daquela zona estava ainda o alvoroço causado pelas centenas de carroças puxadas por bois, com as altas cilhas de vimes carregadas até mais não poder de beterraba sacarina, que, literalmente, entupiam algumas ruas das redondezas. Bem presente também estava, no ar, o adocicado aroma da beterraba em transformação. Estas recordações, a insaciável curiosidade em ver por dentro (pouco que fosse) aquela instalação industrial, bem como o incontornável “espírito da época”, compunham o clima com que se preparava a visita ao presépio. Porém, transposta a porta do grande armazém de onde uma fragrância a verdura fresca sobressaía, habituada que estivesse a visão à escuridão de uma noite de Inverno bem simulada, logo a nossa atenção era dirigida a um cenário que, embora todos os anos semelhante, sempre nos parecia novidade: ao tradicional quadro bíblico sobrepunha-se o som característico de uma vigorosa chuvada, bem acompanhada de rasgados e luminosos relâmpagos, seguidos de temerários longos trovões.
Hoje, de novo, pode voltar a visitar este presépio. Em boa hora (já desde o passado ano) a Junta de Freguesia de Santa Clara – com a colaboração de José Manuel e Paulo Jorge Soares, descendentes de uma família que em Santa Clara, outrora, também montava um presépio movimentado – retomou esta iniciativa, reabilitando assim uma tradição interrompida durante décadas.
Fica o convite: passe por Santa Clara, visite o “presépio inesquecível”, acredite que a minúcia e engenho daquele trabalho merecem algum do seu tempo.
A. O. 18/12/07; “Cá à minha moda”