Vai para quatro anos, Carlos César colocava em marcha a sua candidatura ao terceiro, E ÚLTIMO (explicitavam os documentos divulgados), mandato como Presidente do Governo dos Açores.
Tendo em conta a amplitude dos ciclos políticos anteriores, o último dos quais, já em democracia, durou 20 anos, os três mandatos (12 anos) a que Carlos César se propunha não escandalizavam ninguém. Pelo contrário. Mesmo quem, como eu, que insiste em ver na alternância dos detentores de poder uma das vantagens da democracia – chamem-lhe ingenuidade, se quiserem, que eu não me importo –, considerando por isso que dois mandados são, em regra, o tempo idealmente tolerado de “submissão democrática”, facilmente passou a apoiar, de forma tão convicta quão desinteressada, o projecto. Afinal, tratava-se do prolongar por mais quatro anos da agradável lufada de ar fresco que em Outubro de 1996 soprou nos Açores.
Entretanto foi posta em marcha a campanha que pretende modificar o paradigma proposto em 2004. É pena! E pena porque:
Um. Perdem os Açores; não parece politicamente saudável esta tendência para “eternizar” o líder (reminiscências do Estado Novo e/ou vontade de rivalizar com Alberto João Jardim), o que fatalmente nos “amarra” a longos e monolíticos ciclos políticos, realçando velhos estigmas.
Dois. Nem mesmo para Carlos César a solução parece muito vantajosa; para além de tudo o mais, deixa fugir a grande oportunidade de fazer diferente, demarcando-se de práticas de um passado ainda recente, também por ele muito criticadas.
Três. Até para o PS/A a decisão não parece ser a melhor; nunca foi tão fácil, estou em crer, fazer “a sucessão” sem ter de trilhar os penosos caminhos em que o PSD/A se atolou.
Eu, sinceramente, gostaria de continuar a acreditar que se vai cumprir 2004!!!
A. O. 01/01/08; “Cá à minha moda”
Tendo em conta a amplitude dos ciclos políticos anteriores, o último dos quais, já em democracia, durou 20 anos, os três mandatos (12 anos) a que Carlos César se propunha não escandalizavam ninguém. Pelo contrário. Mesmo quem, como eu, que insiste em ver na alternância dos detentores de poder uma das vantagens da democracia – chamem-lhe ingenuidade, se quiserem, que eu não me importo –, considerando por isso que dois mandados são, em regra, o tempo idealmente tolerado de “submissão democrática”, facilmente passou a apoiar, de forma tão convicta quão desinteressada, o projecto. Afinal, tratava-se do prolongar por mais quatro anos da agradável lufada de ar fresco que em Outubro de 1996 soprou nos Açores.
Entretanto foi posta em marcha a campanha que pretende modificar o paradigma proposto em 2004. É pena! E pena porque:
Um. Perdem os Açores; não parece politicamente saudável esta tendência para “eternizar” o líder (reminiscências do Estado Novo e/ou vontade de rivalizar com Alberto João Jardim), o que fatalmente nos “amarra” a longos e monolíticos ciclos políticos, realçando velhos estigmas.
Dois. Nem mesmo para Carlos César a solução parece muito vantajosa; para além de tudo o mais, deixa fugir a grande oportunidade de fazer diferente, demarcando-se de práticas de um passado ainda recente, também por ele muito criticadas.
Três. Até para o PS/A a decisão não parece ser a melhor; nunca foi tão fácil, estou em crer, fazer “a sucessão” sem ter de trilhar os penosos caminhos em que o PSD/A se atolou.
Eu, sinceramente, gostaria de continuar a acreditar que se vai cumprir 2004!!!