Kit “Governo dos Açores”:
Já recebi o meu. Gostei. Só que ainda não o abri. Nem o faço tão cedo. É que, do que mais gostei, foi da tampa da caixinha, onde, um “antes morrer livres do que em paz sujeitos” em fundo, dá devido realce a: GOVERNO DOS AÇORES.
Não há Povo Açoriano, mas há Governo dos Açores! Por enquanto, pois estou certo já ter faltado mais para que algum neocolonialista empertigado repare nalguma grave inconstitucionalidade que a frase possa conter, obrigando ao seu “arquivamento”.
“Kat_urrice”:
O Matadouro Frigorífico e Industrial de Ponta Delgada, hoje um repugnante amontoado de ruínas, foi nos seus tempos áureos – certamente ajudado pela propaganda do Estado Novo –, “um dos melhores em qualquer parte do mundo”. Não obstante isso, nem meio século durou!
Antes dele, no mesmo local, e durante mais de três quartos de século, funcionou o “velho” matadouro de Santa Clara, uma instalação mais modesta, que a partir de Abril de 1886 passou a substituir, com vantagem, o barracão para o mesmo efeito existente no centro de Ponta Delgada, naquilo que então se denominava “Calhau da Matriz” – hoje, algures por baixo da Avenida Infante Dom Henrique, ligeiramente para poente da Praça Gonçalo Velho.
Perante este encurtar dos ciclos de vida útil (do melhor que há em qualquer parte do mundo), ocorreu-me:
- Que tal, mesmo que o horizonte temporal não vá além do próximo quarto de século, mas sobretudo sem recorrer a doses maciças de betão, ordenar – e limpar – a orla marítima de Santa Clara tendo como balizas, exactamente, as “Cancelas da Doca” e as dantescas ruínas do matadouro?
Santa Clara agradecia, a ponta delgada e rasa também, e estou absolutamente convencido que, sem grandes dispêndios, facilmente ali se recriaria, natural e espontaneamente, uma tradicional e muito apetecível zona balnear que só o lixo desaconselha e os tetrápodes camuflam.
A. O. 23/09/08; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)