Apadrinhada pela Junta de Freguesia de Santa Clara, inaugurou na passada sexta feira – e manter-se-á até ao próximo dia 13 – uma exposição de trabalhos dos alunos da cadeira de arquitectura da Universidade dos Açores.
Passando deliberadamente ao lado de uma das propostas requeridas (composição de uma feira efémera, e elaboração do projecto de construção dos módulos que a estabelecem ao terreno), ressalta da maioria das abordagens ali expostas a clara intenção de qualificação daquela zona, mas fazendo-o sem alterar a topografia da orla marítima, nalguns casos, até mantendo intacto o carácter natural daquele histórico troço da costa de Ponta Delgada, que, embora conspurcado pelos efeitos da estapafúrdia “floresta de tetrápodes” por ali em depósito, mesmo assim, ainda se apresenta como o último reduto da frente de mar de Ponta Delgada que resiste à descaracterização imposta pelo “império do betão”.
Por aquele ser mais um espaço público, e histórico, que por conta do suposto “progresso” também corre risco de ficar soterrado, não pude evitar lembrar a Calheta de Pêro de Teive, seu cais, e o pitoresco porto de pesca que abraçava. Tal como recordei a Cécile e o Pascal, que, em 2000, para concluir o seu Diploma na “Ecole d’architecture de Toulouse”, numa atitude equiparada com a dos autores dos trabalhos agora expostos em Santa Clara, com grande generosidade, propuseram para o espaço entretanto roubado ao oceano um jardim urbano, para usufruto colectivo, interagindo com o mar, tudo perfeitamente articulado com o então existia ali construído.
Só espero um dia não sentir na proximidade da ponta delgada, em Santa Clara, o mesmo que agora se experimenta nos contrafortes do antigo porto da Calheta, quando, hoje, alguém procura olhar o mar; uma frustração!
Passando deliberadamente ao lado de uma das propostas requeridas (composição de uma feira efémera, e elaboração do projecto de construção dos módulos que a estabelecem ao terreno), ressalta da maioria das abordagens ali expostas a clara intenção de qualificação daquela zona, mas fazendo-o sem alterar a topografia da orla marítima, nalguns casos, até mantendo intacto o carácter natural daquele histórico troço da costa de Ponta Delgada, que, embora conspurcado pelos efeitos da estapafúrdia “floresta de tetrápodes” por ali em depósito, mesmo assim, ainda se apresenta como o último reduto da frente de mar de Ponta Delgada que resiste à descaracterização imposta pelo “império do betão”.
Por aquele ser mais um espaço público, e histórico, que por conta do suposto “progresso” também corre risco de ficar soterrado, não pude evitar lembrar a Calheta de Pêro de Teive, seu cais, e o pitoresco porto de pesca que abraçava. Tal como recordei a Cécile e o Pascal, que, em 2000, para concluir o seu Diploma na “Ecole d’architecture de Toulouse”, numa atitude equiparada com a dos autores dos trabalhos agora expostos em Santa Clara, com grande generosidade, propuseram para o espaço entretanto roubado ao oceano um jardim urbano, para usufruto colectivo, interagindo com o mar, tudo perfeitamente articulado com o então existia ali construído.
Só espero um dia não sentir na proximidade da ponta delgada, em Santa Clara, o mesmo que agora se experimenta nos contrafortes do antigo porto da Calheta, quando, hoje, alguém procura olhar o mar; uma frustração!
A.O. 10/03/09; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)