Cedo se deu
conta da impreparação de Pedro Passos Coelho – e de grande parte da sua equipa –
para a governação, tudo se tornando muito mais notado ainda por se tratar de uma administração
a ter de ser feita em tempos difíceis e sob condições exigentes, como é o caso.
Rápido e fácil foi perceber ter sido “a dívida” a Miguel Relvas e a
sua subordinação ao “mundo de Victor Gaspar” aquilo que melhor qualificara o
ex-jotinha – em tempos rebelde, liberal e algo esgrouviado – para tão
importante quanto difícil empreitada. Claro que na vida há momentos e
oportunidades: as “faces ocultas” e demais trapalhadas que antecederam o seu
tempo de PM ajudaram bastante, com a convulsão financeira iniciada no Lehman
Brothers estendendo o tapete vermelho que ele haveria de passar até “chegar ao
pote”.
Porque a ocasião assim pedia, o liberal (nos costumes)
rapidamente se transformou num ultra liberal ideológico, defensor do
empobrecimento como método de redenção e da eliminação das funções sociais do
Estado como forma de reduzir o deficit. Passaram à história as promessas com
que ele “abriu caminho”: os impostos que não iriam subir; os despedimentos que não
aconteceriam; as tais “gorduras do Estado” que com uma redução mais ou menos
significativa nos “gastos intermédios” chegaria e sobraria para “fazer o
milagre”. Esqueceu-se disso e de muito mais, olvidando até, para já em parte e
apenas temporariamente, as generosas compensações que uma ONG da Tecnoforma lhe
havia proporcionado, com ou sem a fundamental cooperação da “face oculta de Relvas”.
Eis mais um bom exemplo de uns e de outros: uns, aqueles que “vivem acima das suas possibilidades” e para quem o empobrecimento é apresentado como redentor; e outros, agora porque convém ditos remediados, outrora tão bem gratificados que hoje se dão ao luxo de esquecer terem recebido num só mês montantes que no caso dos verdadeiros remediados correspondem a alguns (muitos) meses de vencimento. Esta sim – por enquanto, porque dos “off-shores” podem vir mais más notícias – é a face cada vez mais visível do “nosso primeiro”.
Passa fora!
Eis mais um bom exemplo de uns e de outros: uns, aqueles que “vivem acima das suas possibilidades” e para quem o empobrecimento é apresentado como redentor; e outros, agora porque convém ditos remediados, outrora tão bem gratificados que hoje se dão ao luxo de esquecer terem recebido num só mês montantes que no caso dos verdadeiros remediados correspondem a alguns (muitos) meses de vencimento. Esta sim – por enquanto, porque dos “off-shores” podem vir mais más notícias – é a face cada vez mais visível do “nosso primeiro”.
Passa fora!
AO. 27/09/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)