Em Maio de 1934, cumprindo a penúltima etapa da
peregrinação encetada logo no seu primeiro mês devida (nos primeiros sete anos de existência o CDSC passou por sete
diferentes sedes), o Clube Desportivo Santa Clara instalou-se num edifício com
muito boas condições, localizado no “coração de Ponta Delgada” (esquina da Rua
Machado dos Santos com a Rua Híntze Ribeiro: até recentemente a sede do Micaelense Futebol Clube). Um
acordo – que por pouco não deu em fusão – com a SPER (Sociedade Promotora da
Educação e Recreio) permitiu uma facilidade que, não fora a perspicácia de
Manuel Inácio de Sousa, logo ali poderia ter descaracterizado aquele que já então
dava passos significativos para um dia vir a ser o maior clube de futebol dos
Açores (na época de 1933/34 o CDSC acumulou o seu 5º título consecutivo de campeão:
1 da LDM e 4 da AFPD).
Avaliada a situação, com uma congregação de esforços
– uma das que mais tarde levaria António Horácio Borges (um homem do MFC) a
proferir e eternizar a célebre frase: “o Santa Clara é o retrato da alma popular,
um milagre de vontade” –, ainda antes do final de 1934 já o CDSC estava
a efectuar as obras e adaptações para, a 31 Janeiro de 1935, ser oficialmente
inaugurada a sede que, de então até hoje, nunca mais deixou de ocupar.
No ano seguinte, já com o Dr. Alberto Paula de
Oliveira na presidência – substituindo o Capitão Reis Rebelo, primeiro
presidente do CDSC (1927/1935) –, com pompa e circunstância foi celebrado o
primeiro aniversário da “Nova Sede”. O brilhantismo da festa, tal como o de
outras que se lhe seguiram, anos mais tarde (1949), acabou gerando o equívoco ainda hoje não completamente dissipado que confunde a data da inauguração da
sede, 31 Janeiro de 1935, com a data de fundação do CDSC (remetida para o ano
de 1921, depois de antes também serem referidos os anos de 1919 e 1920, em todos os
casos enredando o CDSC com o “fenómeno Santa Clara”, a origem dos “Campeonatos
de Santa Clara”, no qual as equipas das “lojas” do bairro se defrontavam renhidamente
em regime de “desafio vs desforra”).
80anos, uma vida. Razão suficiente para repetir: “a
nossa casinha, apesar de velhinha, é sempre a nossa casinha”!
Com os melhores cumprimentos,
Senhor MeloAO. 31/01/2015; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)