terça-feira, agosto 08, 2006

FIDELização


Graffiti ainda presente (Abril 2006) numa das paredes da Universidade de Havana. (a nitidez deve-se ao "milagre" produzido pela manipulação da foto).



Por maior simpatia que possa haver pela romântica personagem revolucionária que encarna – e eu tenho alguma –, é impossível poupar Fidel às consequências dos desvios por ele causados ao processo revolucionário doutrinado por José Martí, no entretanto subvertido pela ditadura de Batista, e que, assim esperavam, em 1959 retomaria o desejado curso natural.
De facto, quando se fala em “Revolução Cubana”, no imediato só nos ocorrem os nomes de Che, Fidel e mais uns quantos, alguns – o “misteriosamente desaparecido” Camilo Cifuentes por exemplo –, então, tão ou mais carismáticos do que o actual “grande comandante”, os líderes naturais de um mais ou menos alargado grupo populacional e de companheiros de armas, a quem se ficou a dever o esforço que permitiu derrubar o regime de Fulgêncio Batista. No entanto a verdadeira “Revolução Cubana” aconteceu quase um século antes (1868-1898), após longa campanha de luta pela emancipação da ilha ao jugo Imperialista Espanhol, período que depois de uma série de bem sucedidas expedições, com homens, armas e munições a chegarem regularmente dos EUA, culminou na “invasão libertadora”. Papéis importantes neste processo tiveram; O Partido Liberal Cubano, cuja divisa era; “autonomia como única solução prática e salvadora”, o Partido Autonomista, no qual se perfilavam os patriotas cubanos melhor preparados politicamente mas contrários a uma solução belicista, e o Partido Revolucionário Cubano, que, com José Martí (Pérez) como seu grande impulsionador, tinha – teve – como única finalidade conseguir a Independência de Cuba recorrendo à luta armada. A estes três partidos acresce ainda um outro, praticamente constituído por “peninsulares”, e demasiado comprometido com a defesa de resquícios esclavagistas; o Partido da União Constitucional.
Do próprio, in A. O. 08/08/06; “Cá à minha moda”