Feita que foi a saudação ao acréscimo de pluralidade com que as eleições de Outubro p.p. brindaram o Parlamento dos Açores, é chegada a hora de abordar uma outra das particularidades do último acto eleitoral.
Pela primeira vez, em eleições do género, foi ultrapassada a barreira dos 50% (53,24 para ser mais preciso), cifra que adicionada aos 2,72% de votos brancos e nulos – decisões maioritariamente conscientes e com uma expressão quantitativa que daria folgadamente para eleger mais um deputado pelo circulo de compensação – atira para cerca de 56% o número de eleitores “fora do sistema”.
Claro que, numa clara tentativa de minimizar os danos, chegaram-se à frente alguns responsáveis políticos reconhecendo ser dos partidos a grande responsabilidade pelo enorme, e em crescendo, alheamento cívico que a elevada abstenção expressou. Pois sim. Mas é importante não colocar tudo no mesmo saco, mas sim apontar, inequivocamente, a que partidos se devem assacar aquelas responsabilidades. Aos mais pequenos, que até, no caso, regra geral, reforçaram significativamente a sua votação, não deve ser com certeza!
56% do eleitorado é de facto muita gente! Tal como é também muita gente aquela que, aos poucos, começa a ter a certeza – pois a percepção já há muito que a tinha – que este “sistema de vasos comunicantes”, independentemente das suas oscilações da direita para a esquerda e vice versa, acaba sempre regando as mesmas flores. É a velha história do “prato das papas”, que umas vezes mais, outras menos, mas rotativamente vai sempre parar às mesmas mesas!
O melhor exemplo disso foi assistir à forma como a sucessão que podia – e devia – ser feita no PS o não foi, para aquela que já há muito devia – e podia – ter sido feita no PSD só agora acontecer.
É tanto o calculismo que mais parece acordo tácito prévio.
Pois então bons negócios; com lucros garantidos e dividendos a depositar no mesmo BPN cujas acções, agora, querendo ou não, todos teremos de subscrever e pagar.
Pela primeira vez, em eleições do género, foi ultrapassada a barreira dos 50% (53,24 para ser mais preciso), cifra que adicionada aos 2,72% de votos brancos e nulos – decisões maioritariamente conscientes e com uma expressão quantitativa que daria folgadamente para eleger mais um deputado pelo circulo de compensação – atira para cerca de 56% o número de eleitores “fora do sistema”.
Claro que, numa clara tentativa de minimizar os danos, chegaram-se à frente alguns responsáveis políticos reconhecendo ser dos partidos a grande responsabilidade pelo enorme, e em crescendo, alheamento cívico que a elevada abstenção expressou. Pois sim. Mas é importante não colocar tudo no mesmo saco, mas sim apontar, inequivocamente, a que partidos se devem assacar aquelas responsabilidades. Aos mais pequenos, que até, no caso, regra geral, reforçaram significativamente a sua votação, não deve ser com certeza!
56% do eleitorado é de facto muita gente! Tal como é também muita gente aquela que, aos poucos, começa a ter a certeza – pois a percepção já há muito que a tinha – que este “sistema de vasos comunicantes”, independentemente das suas oscilações da direita para a esquerda e vice versa, acaba sempre regando as mesmas flores. É a velha história do “prato das papas”, que umas vezes mais, outras menos, mas rotativamente vai sempre parar às mesmas mesas!
O melhor exemplo disso foi assistir à forma como a sucessão que podia – e devia – ser feita no PS o não foi, para aquela que já há muito devia – e podia – ter sido feita no PSD só agora acontecer.
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A.O. 04/11/08; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)