O "Campo de Jogos Marquês de Jácome Correia" (Norte/Sul), em Janeiro de 1946, ainda antes de ser inaugurado.
O “velhinho” Marquês Jácome Correia comemorará este mês – no próximo dia 27 – sessenta e cinco anos de existência.
Claro que não me refiro ao homem. Este, o Sr. Marquês de facto, de seu nome Aires Jácome Correia, falecera em Genebra – 21 Outubro de 1937 – cerca de um dezena de anos antes do dia em que, com o nome de “Campo de Jogos Marquês Jácome Correia”, abriu ao público o recinto desportivo que veio marcar uma nova era no futebol micaelense.
Na altura, em Ponta Delgada, viviam-se tempos difíceis, com quase todas as actividades – e o futebol particularmente – a sentirem ainda as consequências da II Grande Guerra, que entretanto terminara, mas não sem deixar fortes mazelas.
A prática do futebol oficial, que estivera interrompida desde Junho de 1942, recomeçara recentemente, em Abril de 1945, mas a cidade continuava carecida de um recinto condigno para jogar e ver os espetáculos de futebol já que ao “Campo Açores”, entretanto de novo disponibilizado, além das exíguas condições que sempre oferecera, passaram a acrescer outras dificuldades, nomeadamente, as muitas condicionantes ao seu uso devido à exploração das “Pedreiras da Doca” que entrementes voltara a ganhar actividade por via da construção da Avenida Marginal, que se anunciava para breve.
É oportuno recordar que haviam sido o avolumar das dificuldades colocadas durante o primeiro semestre de 1942 pela Junta Autónoma dos Portos no utilizar do “Campo Açores”, somadas ao fim do uso do “Campo do Liceu” - onde já com o Ginásio a ser construído se iniciara as obras das quais resultariam o seu novo “Campo de Jogos” - o que, conjugadas com as demais contrariedades da época, levara a tão longo jejum na prática oficial do futebol em São Miguel.
Claro que não me refiro ao homem. Este, o Sr. Marquês de facto, de seu nome Aires Jácome Correia, falecera em Genebra – 21 Outubro de 1937 – cerca de um dezena de anos antes do dia em que, com o nome de “Campo de Jogos Marquês Jácome Correia”, abriu ao público o recinto desportivo que veio marcar uma nova era no futebol micaelense.
Na altura, em Ponta Delgada, viviam-se tempos difíceis, com quase todas as actividades – e o futebol particularmente – a sentirem ainda as consequências da II Grande Guerra, que entretanto terminara, mas não sem deixar fortes mazelas.
A prática do futebol oficial, que estivera interrompida desde Junho de 1942, recomeçara recentemente, em Abril de 1945, mas a cidade continuava carecida de um recinto condigno para jogar e ver os espetáculos de futebol já que ao “Campo Açores”, entretanto de novo disponibilizado, além das exíguas condições que sempre oferecera, passaram a acrescer outras dificuldades, nomeadamente, as muitas condicionantes ao seu uso devido à exploração das “Pedreiras da Doca” que entrementes voltara a ganhar actividade por via da construção da Avenida Marginal, que se anunciava para breve.
É oportuno recordar que haviam sido o avolumar das dificuldades colocadas durante o primeiro semestre de 1942 pela Junta Autónoma dos Portos no utilizar do “Campo Açores”, somadas ao fim do uso do “Campo do Liceu” - onde já com o Ginásio a ser construído se iniciara as obras das quais resultariam o seu novo “Campo de Jogos” - o que, conjugadas com as demais contrariedades da época, levara a tão longo jejum na prática oficial do futebol em São Miguel.
Mas, iniciado que estava aquele ano de 1946, a carência de instalações apropriadas para a prática do futebol estava prestes a terminar.
Assim, cuidadosamente preparada pela Associação de Futebol de Ponta Delgada, às 14:30 do dia 27 de Janeiro de 1946, em jogo que colocou frente a frente duas selecções locais, uma denominada “Selecção de São Miguel” e a outra “Selecção de Ponta Delgada” - ambas constituídas por atletas que representavam os cinco clubes a disputar o “Campeonato Distrital” daquela época - foi então inaugurado o Campo de Jogos “Marquês Jácome Correia”.
Para que conste, e conforme registava a convocatória resultante da reunião de Direcção da AFPD efectuada a 23 de Janeiro de 1946, os atletas participantes no acontecimento foram os que se seguem. Integrando a equipa denominada “Selecção de São Miguel”: Armando Goyanes (GR), Tomas Azevedo, Manuel Salsa, José de Sousa, Fernando Ferreira, Hélder Miranda, Artur Sousa (Garalha), Renato Pereira (Genina), Carlos Azevedo (Talefa), João Vicente (Ratana) e José Garcia. E na de “Ponta Delgada”: Manuel Cristiano da Costa (GR), Henrique de Medeiros, Alberto Ferreira, Fernando Branco (Fernando Madeira), Humberto Correia, Duarte Lopes, José de Sousa Teixeira, João de Deus, Reinaldo Simões, António Duarte e José Vicente. O lote dos suplentes, comum a ambas as equipas, foi o seguinte: Hugo Machado, Pedro Ventura, José Botelho, José Valentim, Fernando Simões de Almeida e Edmundo Batista.
Assim, cuidadosamente preparada pela Associação de Futebol de Ponta Delgada, às 14:30 do dia 27 de Janeiro de 1946, em jogo que colocou frente a frente duas selecções locais, uma denominada “Selecção de São Miguel” e a outra “Selecção de Ponta Delgada” - ambas constituídas por atletas que representavam os cinco clubes a disputar o “Campeonato Distrital” daquela época - foi então inaugurado o Campo de Jogos “Marquês Jácome Correia”.
Para que conste, e conforme registava a convocatória resultante da reunião de Direcção da AFPD efectuada a 23 de Janeiro de 1946, os atletas participantes no acontecimento foram os que se seguem. Integrando a equipa denominada “Selecção de São Miguel”: Armando Goyanes (GR), Tomas Azevedo, Manuel Salsa, José de Sousa, Fernando Ferreira, Hélder Miranda, Artur Sousa (Garalha), Renato Pereira (Genina), Carlos Azevedo (Talefa), João Vicente (Ratana) e José Garcia. E na de “Ponta Delgada”: Manuel Cristiano da Costa (GR), Henrique de Medeiros, Alberto Ferreira, Fernando Branco (Fernando Madeira), Humberto Correia, Duarte Lopes, José de Sousa Teixeira, João de Deus, Reinaldo Simões, António Duarte e José Vicente. O lote dos suplentes, comum a ambas as equipas, foi o seguinte: Hugo Machado, Pedro Ventura, José Botelho, José Valentim, Fernando Simões de Almeida e Edmundo Batista.
Para o total deste grupo, entre “Selecção de São Miguel”, “Selecção de Ponta Delgada” e respectivos suplentes, o Clube Desportivo Santa Clara contribuiu com mais de onze jogadores. A saber:
Manuel Cristiano da Costa-GR, Henrique de Medeiros, Fernando Ferreira, José Botelho, Fernando Branco (Fernando Madeira), Artur Sousa (Artur Garalha), Renato Pereira (Genina), José Garcia, João Vicente (Ratana), José Valentim e José Vicente.
Quanto ao “Jácome Correia”, já há muito que se foram as “castiças” tascas – uma em cada canto, e cada qual afecta a um diferente clube – que o ornamentavam e completavam; Há muito tempo também que o “popular Albano” deixou de ser o seu principal zelador; Do pregão “quem quer morrer” com que o não menos popular “Caracol” anunciava gelados e outras guloseimas, já poucos se lembram; E nem mesmo a “barraquinha Esquimó” resistiu. Mas, sessenta e cinco anos depois, ampliado, renovado e adaptado às circunstâncias actuais, o “velhinho”, embora agora desconsiderando o Clube Desportivo Santa Clara que tanta vida lhe deu, continua desempenhando o importante papel que lhe foi destinado em Janeiro de 1946.
Quanto ao “Jácome Correia”, já há muito que se foram as “castiças” tascas – uma em cada canto, e cada qual afecta a um diferente clube – que o ornamentavam e completavam; Há muito tempo também que o “popular Albano” deixou de ser o seu principal zelador; Do pregão “quem quer morrer” com que o não menos popular “Caracol” anunciava gelados e outras guloseimas, já poucos se lembram; E nem mesmo a “barraquinha Esquimó” resistiu. Mas, sessenta e cinco anos depois, ampliado, renovado e adaptado às circunstâncias actuais, o “velhinho”, embora agora desconsiderando o Clube Desportivo Santa Clara que tanta vida lhe deu, continua desempenhando o importante papel que lhe foi destinado em Janeiro de 1946.
A.O. 04/01/2011; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)