terça-feira, novembro 21, 2006

A previsível “relação perfeita”







Quando, quase em simultâneo, começam a ser de sinal contrário os indicadores macro económicos que até aqui ajudaram a alimentar a mediática forma de comunicar adoptada pelo actual Primeiro-ministro, e, após a ofensiva das “massas”, agora são também os “detentores da massa” quem começa a reagir às “alfinetadas” a que os ameaçam sujeitar, com uma e outras coisas abrindo as primeiras brechas na bem montada campanha marketing político (um magistral “simplex”) que envolve este “socrático” governo, eis então que surge a oportuna – oportuníssima – declaração de apoio do Sr. Professor à política do Sr. Engenheiro.
Para que não surjam dúvidas nem me incluam no grupo dos que, numa hora destas, possam estar a sentir algum complexo de orfandade, ou pior do que isso, no daqueles que, agora desiludidos, antes integravam as hostes que se convenceram de que S. Exa., a partir do Palácio de Belém, ia fazer guerrilha ou até liderar a oposição, recordo o que, ainda a campanha para as presidenciais não tinha saído do adro (vivíamos então o rescaldo do episódio; “onde está o mentiroso?”), escrevi:
“Mais «mentira» menos «mentira» (as meias verdades são piores que a mentira), e, ou muito me engano, ou ainda todos veremos Sócrates verdadeiramente feliz com a eleição de Cavaco Silva».
Quem então ficou com dúvidas tem agora oportunidade de as esclarecer. A mim sempre me pareceu óbvio; para um Sócrates frio, calculista e pragmático, a eleição de Cavaco, até porque conjugada com as derrotas de Soares e Alegre, foi o melhor que lhe podia ter acontecido; estão agora os ovos todos no mesmo cesto, num alargado “cestão”, que, não fora a “embalagem”, em nada diferia daquele que tanto agradou à Drª. Ferreira Leite.
Afinal, onde estão os que diziam haver mais vida para além deficit?
Do próprio, in A. O. 21/11/06; “Cá à minha moda”

terça-feira, novembro 07, 2006

A via dolorosa



Tentando salvar a face, os “senhores da desgraça”, viciados no perde/ganha que, proporcionando-lhes algum contentamento pessoal, revelou-se dramático para o CDSC, continuam – triste consolação –, “felizes” na função de fabricantes de bizarrices. Assim se entende a euforia à volta da vitória resultante da proposta de um voto de louvor (AG de 28 Outubro de 2006) a quem acabava de fazer a sua mais recente demonstração de incompetência e dolo.
Chamando MRPV (Minoria Realista, Persistente e Visionária) ou G6, a uns, e MDLT (Maioria Delapidadora, Leviana e Trafulhona) aos outros, recordemos as principais escaramuças dos últimos anos:
1998: Capitaneado pelo “herói” de então, e já preparando a cama onde se haveriam de refastelar aquando da “glória efémera”, o MDLT esmagava o G6 na contenda em prol da constituição de uma Fundação para salvaguardar o “Complexo Desportivo”, derrotando doze anos de trabalho e a memória de dezenas de santaclarenses (e milhares de beneméritos). No ano seguinte, com o “caso Clayton”, caiu por terra um dos argumentos então esgrimidos; o passar do tempo veio revelar onde estava a seriedade (e a falta dela)!
2002: Confundindo inchaço com crescimento, porém congregando “os poderosos” em seu apoio, em eleições estrategicamente provocadas por uma demissão em bloco, o MDLT obtém mais uma vitória no trágico processo de levar o CDSC à “banca rota”. Só não consegue, como pretendeu, silenciar definitivamente o G6.
Queimando etapas (ohh quantos avisos feitos sobre a inexistência de contas claras, e de como, verdadeiramente clara, era a situação de falência técnica em que o clube já se encontrava?!), chegamos ao fraudulento “Plano de Negócios”.
2004: Outra vitória. Outro “herói”. Outro êxito, mas só para quem, à custa da própria vítima, se “abotoou à fartazana”.
Tardia. Superficial. Mas abençoada “varridela”.
Do próprio, in A. O. 07/11/06; “Cá à minha moda”