domingo, julho 22, 2012

Relvas, “o despachado”

      

Numa tirada que não sei como ainda não foi aproveitada para enriquecer o cada vez mais vasto anedotário que por aí circula, como que em defesa do Dr. Miguel Relvas, alguém – agora não me ocorre quem! –, por palavras muito diferentes das que aqui uso, dizia que a tão lusófona quanto supersónica licenciatura seria apenas e só mais um exemplo da forma “rápida e ligeira” como o “super ministro” – eu cá diria o “dono” do primeiro-ministro – se movimenta e vive. E logo se seguiram alguns exemplos dos “dossiers” que lhe haviam sido entregues para despachar, despachadamente: a redução dos municípios (que rapidamente virou apenas extinção de freguesias) e a privatização da RTP. Tendo em conta o número de “inimigos” supostamente criados, o pseudo defensor do detentor da recente turbo licenciatura não deixou de aproveitar a ocasião para, vitimizando o “triste desgraçadinho”, ao epíteto de “despachadinho” lhe tentar associar também o de “coitadinho”. Não creio que tenham sido muitos os convencidos, uma coisa porém ficou devidamente esclarecida: por comparação com o processo de licenciatura (alô José Sócrates, também nesta já foste ultrapassado, e pela direita. Perdoado ainda não mas equiparado já estás), irregularidades à parte, tendo em conta a “ligeireza” do processo, está mais que percebida a forma grosseira e leviana como, pelo menos no caso “Documento Verde da Reforma da Administração Local” bem como do diploma que deste documento acabou resultando (Lei 44/XII), este assunto foi abordado.

Como um mal nunca vem só, por cá, os subservientes amigos dos condutores do “medonho rolo compressor centralista” já em marcha, sem saberem como se demarcar da obsessão ideológica “Relvas/passista” que os comanda e empurra, “embrulham-se” em pontos e vírgulas (ver o caso das “freguesias urbanas”: como se Lisboa e Ponta Delgada tivessem muito a ver uma com a outra) e/ou em receitas ultra liberais (ver o caso da RTP/Açores: triste janelinha onde na maior parte do tempo a informação açoriana é transmitida no rodapé) para assim, em simultâneo, agradar aos caudilhos do Terreiro do Paço e confundir aqueles a quem pedem o voto.

Renovação: que avance uma nova geração!

A.O. 23/07/2012; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)

domingo, julho 08, 2012

Avançar SIM; regredir NÃO!


Se dúvidas houvessem, as recentes intervenções de Vasco Cordeiro (tanto os discursos proferidos como a entrevista que se lhes seguiu) foram demonstração inequívoca das vantagens da Renovação: uma renovação autêntica, marcadamente geracional, facilmente identificada – quer no conteúdo das mensagens quer na forma – com o mensageiro que as transmitiu, e a dispensar cenários, figurantes e demais adereços.

Há estilos que marcaram uma época mas já estão ultrapassados. Podem até ainda ter alguma eficácia junto de uma franja do eleitorado, mormente o mais conservador e idoso, falta-lhes porém uma perspectiva de futuro; o encanto da irreverência; e, sobretudo, a tolerância para aceitação da crítica – e até da derrota – sem logo retaliar com a mesquinha “vingançazinha” ou fazendo uso de uma perversa dádiva ao ”vizinho do lado”, como quem diz: “já viste o que perdes por me contrariares?”. Muitos podem, por falta de idade ou memória, já não se lembrarem até de como antes era (de facto dezasseis anos são muito tempo), mas para estes a Madeira é um bom exemplo da aplicação do “old fashion style”, sendo também a mesma Madeira – e isso não é de somenos importância – um significativo figurino do que a falta de renovação provoca.

“Estilos” à parte, é o próprio momento actual o que mais recomenda a energia e determinação – bem expressas nas comunicações já referidas – que só a vitalidade de uma nova geração, ainda para mais já experiente, pode proporcionar: importa sim, em vez de acenar com a pedincha das “ajudas da república” (estou a lembrar-me do caso da RTP/A), saber exigir o cumprimento das prerrogativas já conquistadas pela (escassa) Autonomia entretanto conseguida. É que, com “amigos” como Cavaco, Coelho e Relvas – entre outros: que o digam João Jardim ou Mota Amaral – que não obstante as afinidades partidárias, foram, são e sempre serão, antes de tudo o mais, uns incorrigíveis centralistas, bem que os Açores podem esperar, sentadinhos, pelas “ajudas da república”. Até porque estes senhores insistem fingir desconhecer que, tal como nos ensina a história, foram (e são) sempre mais as ajudas idas dos Açores para Portugal do que as vindas em sentido contrário.

A.O. 08/07/2012; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)