sábado, outubro 25, 2014

AFPD: na senda do centenário


Tendo iniciado actividade em Abril de 1923, embora a sua “certidão de nascimento”, cuidada pelo Dr. Agnelo Casimiro e obtida em consequência da revisão estatutária iniciada pelo Dr. Dr. Francisco Luís Tavares em Abril de 1924 (mas só a aprovada mais de meio ano depois) seja de 4/11/1924, a Associação de Futebol de Ponta Delgada (“Associação de Foot-ball de Sam Miguel” até Agosto de 1941) começa a trilhar, a partir da próxima semana, aquela que bem se pode denominar a “Década do seu Centenário”. Percorrido que foi um longo caminho, que iniciado ainda antes fim da I República atravessou duas ditaduras (a Militar e a do Estado Novo), conviveu com a “Primavera Marcelista”, com o “PREC” e com a paixão Emancipalista Açoriana, a AFPD prosperou, como quase tudo e todos, com as vantagens e “virtudes” da Autonomia conquistada pós 24 Abril.
Seguir o percurso das sedes que abrigaram “a Associação” é um – dos muitos – rastos visíveis deste longo percurso de 90 anos. Desde a residência do “presidente proprietário” (Rolando Viveiros), passando pelo escritório do primeiro presidente eleito (Dr. Francisco Luís Tavares), ou mesmo a sua estadia, durante os anos de 45, 46 e parte do de 47 na sede do Clube Desportivo Santa Clara, muitos foram os lugares de poiso da AFPD até conseguir casa própria. A saber: Rua da Esperança; Rua da Cruz; Rua de Lisboa; Rua Coronel Silva Leal; Praça 5 de Outubro; Rua Tavares Resende; Travessa da Conceição; Rua de Lisboa (novamente); Rua Tavares Resende (novamente); Rua da Misericórdia – daí passou para a sede do CDSC, para de lá regressar novamente à Rua da Misericórdia – e Rua Joaquim Nunes da Silva. Quanto a sedes próprias foram duas: a primeira ocupada até 2009 na esquina da Rua Tavares Resende com a Rua dos Capas, sendo a outra a actual: enorme, funcional, construída de raiz para tal!

Por motivos vários refleti mais de uma vez se usaria este tema, hoje, nesta coluna. Enquanto hesitava ocorreu-me o Albano. Ele próprio um “histórico” da AFPD, também quase centenário (embora, em abono da verdade deva dizer que o Albano dos últimos anos fazia inveja ao Albano que conheci em 66/67). RIP Albano. O teu sorriso indicava como estavas em paz. Olha que já me faz falta ouvir, vinda de ti, a expressão: “Seja pela tua saúde” (era muito mais o de davas do que aquilo que recebias)!

AO. 25/10/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado) 

domingo, outubro 12, 2014

Santa Clara: nove anos de Vida Nova



Já vai para uma década que os santaclarenses, conquistando a sua independência em relação a São José, tomaram em suas mãos os destinos da “nova” Santa Clara (a velha Santa Clara, a primeira de seu nome e terceira freguesia a ser criada em Ponta Delgada, foi determinada pelo Bispo D. Pedro de Castilho em 1580).
Completaram-se ontem (escrevo na sexta) exactamente nove anos que um grupo de cidadãos – o passar dos anos só tem vindo a reforçar a opção então tomada –, contrariando e “batendo o pé” à lógica do forte poder então praticamente prevalecente em todo o Concelho de Ponta Delgada, saiu vencedor na disputa eleitoral de 09 de Outubro de 2005. Daí para cá, apesar da “estratégia de retardamento” levada a cabo por quem a partir do “Paço do Concelho” nunca digeriu bem a democrática vitória de Santa Clara - Vida Nova (o caso dos sistemáticos avanços e recuos com a Segunda Rua de Santa Clara é disso paradigma), Santa Clara muito melhorou: foi a requalificação da Príncipe do Mónaco; foi o ordenamento do trânsito a Norte desta, com a construção da “Rotunda Vida Nova” (fim da “perigosa armadilha” que aquele entroncamento representava); foi o valorizar do que sobrou da “Mata da Doca” que deu lugar ao “Jardim Padre Fernando”; foi a total transformação do “Caminho Velho do Ramalho”, incluindo a zona fronteiriça à antiga aerogare (em curso está a demorada deslocalização dos “Tanques do Óleo” e o fim do “buraco negro” em que se tornou o antigo “Matadouro Frigorífico Industrial”).
Como se vê são avanços consideráveis: notáveis mesmo tendo por padrão os que durante o mesmo período aconteceram na “freguesia mãe” – São José!
Satisfeitos? Não! Mas o ânimo que dá, paulatinamente, ir vendo resolvidos um a um a esmagadora maioria dos itens do Manifesto Eleitoral de 2005 proporciona um valioso suplemento de força e determinação para encarar o que falta, sobretudo o que a “estratégia de retardamento” atrasou! Até porque, como é cada vez menos o que está por resolver, mais tempo e dedicação lhe está reservado: é Santa Clara; é Vida Nova; é mesmo assim!

AO. 11/10/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)