quarta-feira, setembro 24, 2008

Permitam-me a pergunta…


- Que grande desassossego terá havido ontem para que este meu humilíssimo blog, local onde em regra não passam mais de 20 diferentes visitantes diários, tenha, de um momento para o outro, atraído mais do quádruplo das atenções habituais?

terça-feira, setembro 23, 2008

Momento KitKat



Kit “Governo dos Açores”:

Já recebi o meu. Gostei. Só que ainda não o abri. Nem o faço tão cedo. É que, do que mais gostei, foi da tampa da caixinha, onde, um “antes morrer livres do que em paz sujeitos” em fundo, dá devido realce a: GOVERNO DOS AÇORES.
Não há Povo Açoriano, mas há Governo dos Açores! Por enquanto, pois estou certo já ter faltado mais para que algum neocolonialista empertigado repare nalguma grave inconstitucionalidade que a frase possa conter, obrigando ao seu “arquivamento”.

“Kat_urrice”:

O Matadouro Frigorífico e Industrial de Ponta Delgada, hoje um repugnante amontoado de ruínas, foi nos seus tempos áureos – certamente ajudado pela propaganda do Estado Novo –, “um dos melhores em qualquer parte do mundo”. Não obstante isso, nem meio século durou!
Antes dele, no mesmo local, e durante mais de três quartos de século, funcionou o “velho” matadouro de Santa Clara, uma instalação mais modesta, que a partir de Abril de 1886 passou a substituir, com vantagem, o barracão para o mesmo efeito existente no centro de Ponta Delgada, naquilo que então se denominava “Calhau da Matriz” – hoje, algures por baixo da Avenida Infante Dom Henrique, ligeiramente para poente da Praça Gonçalo Velho.
Perante este encurtar dos ciclos de vida útil (do melhor que há em qualquer parte do mundo), ocorreu-me:
- Que tal, mesmo que o horizonte temporal não vá além do próximo quarto de século, mas sobretudo sem recorrer a doses maciças de betão, ordenar – e limpar – a orla marítima de Santa Clara tendo como balizas, exactamente, as “Cancelas da Doca” e as dantescas ruínas do matadouro?
Santa Clara agradecia, a ponta delgada e rasa também, e estou absolutamente convencido que, sem grandes dispêndios, facilmente ali se recriaria, natural e espontaneamente, uma tradicional e muito apetecível zona balnear que só o lixo desaconselha e os tetrápodes camuflam.
A. O. 23/09/08; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)



sexta-feira, setembro 19, 2008

O Kit “Governo dos Açores”

Já recebi o meu Kit. Gostei, e não entendo o alvoroço que fazem à volta da distribuição, democrática, desta prendinha pré eleitoral. Afinal o Kit vai chegar a casa de cada um de nós, tornando-se assim, talvez, no único mimo de campanha com vida útil superior a um dia – é este, mais ou menos, o tempo que duram os aventais, panfletos e outro lixo (as tshirts duram um pouco mais) – entregue massivamente ao “peixe miúdo”, pois os outros regalos, os substanciais, vão directamente para “os tubarões” (e nisto, poder e oposição com possibilidade de um dia vir a ser poder, em pouco ou nada diferem).
Gostei sim. Muito. Só que ainda não abri a caixinha, nem a abro tão cedo. Tenho medo de ver frustradas as minhas expectativas, e logo arrepender-me. Deixar de gostar!
É que, do que mais gostei, foi do destaque: GOVERNO DOS AÇORES.
Não há Povo Açoriano – não dá dinheiro pelo que dizem! –, mas há Governo dos Açores. Bem bom. Por enquanto, digo eu. Porque quando algum neocolonialista mais empertigado reparar – será por isso que nos “spots” publicitários o locutor diz invariável e complexadamente “Governo Regional dos Açores”, e não, simplesmente, Governo dos Açores? – vamos com certeza assistir a mais um qualquer veto proverbial, logo seguido das solidariedades alaranjadas que, como já vai sendo costume, nestas coisas lhe fazem sempre alargado coro!

Claro que gostei também do “Antes morrer livres do que em paz sujeitos”. Mas esta, convenhamos, é uma proposição já consolidada desde a primeira campanha autonómica.
Governo dos Açores, pelo contrário, é afirmação bem mais recente, que há que começar a divulgar, e interiorizar; não venha para aí mais um qualquer Salazar e a retire, tal como o outro fez com a moeda!
Façam como eu. Coloquem a caixinha em local de destaque. Olhem para ela sempre que puderem. Leiam: GOVERNO DOS AÇORES. Habituem-se. Habituemo-nos!

sexta-feira, setembro 12, 2008

Um açoriano à conquista de Portugal


Um artista açoriano esconde-se em museus portugueses para, clandestinamente, pendurar os seus quadros e assim mostrar o fruto da sua criação.

Quer saber mais? Compre ou consulte a “Sábado” desta semana.

terça-feira, setembro 09, 2008

Cantigas ao desafio


Em Abril de 1886, 25 anos após o início da construção do porto artificial da cidade, inaugurou o matadouro Municipal de Ponta Delgada, então uma instalação bem mais modesta do que aquela que, reconstruída e completamente remodelada, surgiu em meados do século XX como exemplo de avanço tecnológico e arrojo arquitectónico, e que agora se apresenta como uma miserável ruína que a todos, especialmente aos santaclarenses, envergonha e incomoda.
A 7 de Maio de 2008, mais ou menos de surpresa, o “Matadouro de Santa Clara” foi mote de uma “desgarrada” da qual, mais do que as inflamadas palavras que a animou, interessa sim conferir a pratica seguida até aqui – e a que irão seguir?! – pelas entidades envolvidas na demanda pela posse do obsceno destroço em que se transformou aquele antigo sinal de modernidade.
Na ocasião, ficou a ideia que os santaclarenses serão soberanos na escolha do destino a dar àquele espaço. Seria bom que assim fosse. Veremos se assim será, até porque aquela zona pode ser a ancora, e/ou o aprimorado remate, da urgente e necessária ordenação da orla marítima de Santa Clara, que apesar de tudo, é a única em Ponta Delgada a manter o seu perfil natural (mais ou menos original), inserindo-se neste, ainda, a “ponta delgada e rasa”, que deu a Ponta Delgada o seu nome.
Porém, e porque os “senhores do poder”, ao contrário do que nos pretendem fazer crer, continuam a existir – e não de modo muito diferente ao que, destemidamente, em 1968 o Padre Fernando denunciou –, não estou convencido da generosidade ali subitamente manifestada: é que não há nada melhor do que umas quantas toneladas de betão – no caso de Santa Clara, perfeitamente dispensáveis – para conciliar determinados interesses (veja-se o caso da Calheta de Pêro Teive). Também por isso temo que o melhor proveito para os santaclarenses não coincida com o das partes ali em disputa.

A. O. 09/09/08; “Cá à minha moda” (Revisto e acrescentado)