terça-feira, maio 31, 2005

PDM; Discussão Pública


Com um "click" sobre a foto a escala aumenta.
Com tempo, e usando o mapa (este convite é especialmente dedicado à equipa que, à distância, elaborou a alteração do PDM ), pode circular pela Rua da Arrequinha, Rua do Outeiro, Rua do Botelho e Canada dos Barões e assim, in loco, verificar as diferentes variantes de uma ESTRADA MUNICIPAL, e o nível de infra-estruturas existentes, sobretudo na última)

O PDM é o documento base para regular o ordenamento e estruturar o território no concelho. Do PDM, em rigor, deverão constar outros documentos tidos como fundamentais, entre os quais; um estudo de caracterização do território municipal, relatórios fundamentados das soluções adoptadas, e, ainda, os eventuais programas contendo disposições indicativas sobre a execução das intervenções municipais previstas, bem como sobre os meios de financiamento das mesmas!
É tudo isso que deverá estar durante cerca de dois meses (dias úteis) em discussão pública, período durante o qual, segundo uma lógica que sinceramente não consigo perceber – nem ninguém ainda ma explicou convincentemente –, podem ser licenciados projectos que o PDM anterior não permitia, mas que entretanto, apenas porque estão a coberto das alterações que constam do documento cuja discussão pública ainda está a decorrer, ganharam legitimidade.
Perceberam? Eu também ainda não!
Passando por cima de outros quesitos de ainda maior importância, e que, à semelhança da questão anterior – ou estarei enganado? - só uma inteligência superior as poderá compreender, não deixo de ter alguma curiosidade em saber o que poderá acontecer a um determinado projecto licenciado no decorrer do “vazio” originado pelos 44 dias de duração deste processo, caso, eventualmente, a discussão pública obrigar a repensar a alteração que o “permitiu avançar”?
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

terça-feira, maio 24, 2005

Da Graciosa para Santa Clara

1ª foto: O Manuel Humberto, eu, e o Paulinho, na Mata da Doca, no fim da década de 50 do século passado (em frente às instalações da Associação Século XX), local completamente soterrado pelo prolongamento do Aeroporto de Ponta Delgada, tendo como cenário de fundo a hoje Rotunda da Autonomia.
2ª foto: O Sr. Humberto Ferreira, pai dos meus amigos, muito possivelmente descendente directo do "João (aliás José) Ferreira" proprietário da taberna/mecearia que me parece ser a referida em "vai levar estes pés de vinha a um sujeito que tem uma loja em frente ao Foral do Carvão", na qual João Herculano Inácio Pacheco Leal, filho do "emigrante da graciosa" de que o livro trata, estava à altura estabelecido .
No seu último livro – o 32º –, Manuel Ferreira, não obstante a sua provecta idade – 89 anos –, revelou-se mais uma vez o homem lúcido, inteligente e perspicaz que desde há muito nos habituou ser. O pesquisador incansável, meticuloso e persistente, ainda senhor de uma invejável capacidade de trabalho, está, sobretudo, cada vez melhor na arte de nos contagiar com aquele seu raro condão – no meu humilde universo; caso único – que nos desperta a paixão e o encantamento para a descoberta – ou aprofundamento – de causas, pessoas, ou coisas com as quais “tropeçamos” no dia a dia, e que, não fora o seu dedicado esforço, dificilmente tomaríamos consciência da sua proximidade e importância!
Em “Um Emigrante da Graciosa em São Miguel” o Comendador Manuel Ferreira, muito embora em determinada passagem - a delicadeza do assunto a isso o obrigou. Presumo!?- tenha dado um “delicioso nó” na sua habitualmente gulosa e escorreita prosa – daqueles que só se desfazem numa segunda passagem –, voltou a não fugir à regra. A páginas tantas, mesmo sem disso darmos conta, lá estávamos perdidos em recordações, deambulando por um edifício e terrenos que só o seu livro foi capaz de recuperar, acompanhando em brincadeiras infantis os descendentes, nossos contemporâneos, de uma das personagens da história.
Nem que seja só por isso; bem hajas Sr. Manuel Ferreira!
PS – (não publicado por exceder os 1400 caracteres que a coluna comporta)
Sobre o “Milagre” de Domingo, e para não bater mais no ceguinho, limito-me a subscrever o que Pedro Lagarto escreveu ontem aqui neste mesmo espaço. Dou também total concordância ao “Aprender com os erros” assinado por Nuno Mendes no jovem Jornal dos Açores.
Não imaginam a pena que tenho de não poder incluir neste grupo o José Silva.
Que mais será necessário acontecer?
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

terça-feira, maio 17, 2005

Os “quási patrícios” (*)


Colorido a laranja; aquelas que foram as fronteiras do Condado Portucalense, consolidadas desde 1068 (Batalha de Zalaca) até que, por volta de 1139, D. Afonso Henriques dá início à sua incursão a Sul derrotando e conquistando aos "Mouros" (a Batalha de Ourique é o primeiro grande marco desta epopeia) importantes faixas do litoral da Peninsula Ibérica; o substancial do Portugal de hoje!


Portugal deve a sua origem à defesa da autonomia que D. Henrique, inteligente e sagazmente, garantiu para o Condado Portucalense. Quando D. Teresa, já viúva, admite aliar-se à Galiza, os nobres da terra revoltam-se (Batalha de S. Mamede; 1128) e fazem do filho da Condessa o seu novo amo. D. Afonso VII, rei de Leão e legítimo senhor de um Condado em luta por emancipação, em vão tenta submeter o seu jovem primo insurrecto; D. Afonso Henriques!
A contendo de interesses estratégicos, o então “polícia do mundo” – cabia ao Papa, na época, o papel das actuais super potências – acaba apadrinhando (Conferência de Samora; 1143) a independência do minúsculo Portugal.
Pouco mais de um século após terem estabilizado as, hoje, mais antigas fronteiras da Europa (Ribacoa; 1295), no prólogo da epopeia marítima portuguesa, capitaneando uma miscelânea de gentes; outros europeus, africanos, mouros, escravos, e alguma da sua própria escória (degredados, criminosos e demais malfeitores), chegaram aos Açores aqueles que estão na génese do povo que hoje somos!
Daí a minha incompreensão, volvidos que estão mais de quinhentos anos, para a intransigência com que se finge ignorar a chegada à maioridade – e o natural desejo de autodeterminação – de um “filho”; sobretudo vindo de quem em apenas 250 anos – metade do tempo de existência com que os Açores já contam – passou de Condado Autonómico a Império dador de “novos mundos ao mundo”.
(*) Enquanto "Gregos e Troianos" vão comemorando este "amaralado" dia dos Açores, permitam-me que faça título com um termo usado por Antero de Quental para designar os portugueses da peninsula ibérica. Obrigado!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

domingo, maio 15, 2005

TENHAM PACIÊNCIA

Aos meus amigos Leões:

Alexandre Pascoal
António Maciel
Clara Cymbron
Durvalino Resendes
Fátima Rosado
João Nuno Almeida e Sousa (que só hoje - 17/05 - fiquei sabendo ser também lagarto)
José Duarte
José Manuel Baião
José Sousa
Manuel Humberto Ferreira
Manuel Melo Santos
Mário Machado
Primitivo Marques


(e outros, muitos outros, dos quais agora não me lembro - são mais discretos no seu sportinguismo -, mas que irei acrescentando a esta lista à primeira oportunidade)







Eu bem que vos fui avisando de que Trapattoni soava a nome de domador de leões!
Além do mais, para facilitar a tarefa ao "velho italiano", o "Leão" saiu manso, submisso, como que conformado e antecipadamente avisado que aquele "naco de carne" não seria por si comido!
Só espero que se restabeleçam rapidamente. Afiem as unhas; será um enorme desperdício não aproveitarem a próxima oportunidade. Trata-se de uma refeição de luxo, manjar directamente importado do "Reino da Uefa", servido em bandeja de prata, para mais, na sua própria jaula!
Felicidades (é muito sincero creiam). Quarta feira quero aqui "postar" a foto de um leão mais "selvagem", com aspecto saudável e bastante vistoso (pelo brilhante e escovado)!
PS - Se há mérito que o Sporting tem (pelo menos nos últimos tempos), é o de ser um bom exemplo de gestão desportiva e empresarial, e um incansável lutador contra as máfias do futebol que, defensivamente, o seu principal responsável (pelo menos em termos de visibilidade pública) classifica de; "o sistema"!
Pena que outros ilustres sportinguistas - até com responsabilidades governativas por cá -, não sigam o exemplo (e fiquemos por aqui)!

terça-feira, maio 10, 2005

O autopata maníaco



Nos últimos dias, já acabado, mas aparentemente ainda bem acompanhado.



A franzina criatura, adicta dos espasmos de adrenalina resultantes da descompensação entre os seus ciclos de optimismo e desespero, mesmo quando à sua volta já tudo se desmorona, volta a evocar o regresso “à glória efémera”; uma histeria quase colectiva responsável pelo caos que, após “o circo”, trouxera a desgraça de que ele subsistia. A derradeira ridícula alucinação, mais do que acrescentar fantasia ao cenário que o louco improvisara para escamotear os sucessivos fracassos do plano pouco tempo antes apresentado como “a solução milagrosa” – sempre com o mesmo “coelho a sair da cartola” –, destinava-se também a contagiar os que, cada vez em menor número, continuavam contemporizando com as alienadas extravagâncias daquela fértil, mas insana, mente!
A aberração auto-intitulada de “o maior”, apesar de aparentemente não sofrer de alguma doença orgânica, nos últimos tempos espelhava a ruína contagiante desencadeada pela desgraça que como cogumelos nascia à sua volta. Consumia-o um temperamento reles, a sua total ausência de carácter, mas sobretudo o efeito das drogas de que usava e abusava.
Já no covil que lhe serviu de último refúgio prosseguiu a sua bestialidade; prescreveu destruições, ordenou extermínios, e só depois, em leal mas não menos insana companhia, suicidou-se!
Nove dias depois, às zero horas do dia nove de Maio, a Europa, por fim, tinha paz.
Entretanto passaram sessenta anos.
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

segunda-feira, maio 09, 2005

Para possibilitar a leitura (verso)

Porque foram muitas as reclamações, e porque, apesar de o ter tentado, não conseguí tornar legível no "post" anterior o conteúdo do documento referido, ele aqui vai da única forma que me é possível fazê-lo. (Um "clik" sobre o documento amplia-o)


Posted by Hello

Para possibilitar a leitura (frente)

Porque foram muitas as reclamações, e porque, apesar de o ter tentado, não conseguí tornar legível no "post" anterior o conteúdo do documento referido, ele aqui vai da única forma que me é possível fazê-lo. (Um "clik" sobre o documento amplia-o)


Posted by Hello

terça-feira, maio 03, 2005

24 Abril 1974 / 02 Maio 2005

João e José não se falam já lá vão mais de trinta anos. Eram amigos, uma amizade resultante de diversos percursos comuns; o colégio, a catequese e consequente comunhão solene, o primeiro ano do liceu, e, mais tarde, já com o “Marcelismo” a agonizar, também a Mocidade Portuguesa!
Nenhum deles escapou à bem montada rede que recrutava nas escolas aqueles que; “cantado e rindo, levados, levados sim”, podiam, um dia “lá ir”. Ao João valeu-lhe a sua faceta desportiva, enquanto ao José, desde cedo um dos mais aplicados nos estudos, lhe foram valorizados outros atributos!
Durou pouco este último percurso comum de ambos. O João, tendencialmente utópico, sempre procurando ver mais além, mas já então impulsivo e frontal, foi expulso da MP após ter partilhado com um superior o convite – sobretudo a estranha sensação que este lhe causara – para comparecer numa sessão de esclarecimento (na Rua de S. João; a última em ditadura) da oposição democrática a um regime já velho e caduco. O José, este, continuou entusiasmado com a MP, organização que entretanto lhe retribuía a dedicação acenando-lhe com a possibilidade de ir frequentar o curso de “Graduados Guias”, patente recentemente adoptada em substituição da de “Comandante de Castelo”. Já em vésperas do 25 de Abril, João ainda publicava na imprensa local textos manifestando a sua satisfação e encanto – autênticas loas – por aquela organização juvenil.
Nem um ano tinha ainda passado sobre o “Abril libertador” quando ambos falaram pela última vez. Quem assistiu recorda José – que nem dotes atléticos possuía – após o seu extraordinário “flik-flak”, de dedo em riste, aos gritos, a apelidar João de “fascista e reaccionário”!
A dura discussão tinha um mote; a Independência dos Açores!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém






O comunicado de Out/72 e o "graffiti" de 6 de Junho de 2000 têm em comum a desinteressada colaboração do João, no primeiro caso, com enormes riscos; Oh... do que é capaz a juventude!