terça-feira, novembro 30, 2004

“Alto astral” na incubadora

Por uma questão de filosofia ou estilo do protagonista - um "style" que se complementa com cabelo esticado a gel, óculos escuros e gravatas vistosas -, quase sem se saber como - tipo delfinato -, passamos a ser iluminados por invejável optimismo, como que se, da noite para o dia, tudo o que sempre foi difícil de obter, exigente para manter, e muito custoso de acrescentar, passasse a estar ao alcance de qualquer um, bastando para isso, apenas, seguir um caprichoso líder!
Quem isso se dispuser contrariar, por mais que sejam as provas dadas, o trabalho desenvolvido, e a competência reconhecidamente demonstrada, mais não é do que um pessimista; um empecilho. E isso, sobretudo, porque insiste em pensar pela sua cabeça, recusando-se a ser guiado pelo mediaticamente ampliado feixe de luz que – a quase todos – vai indicando o caminho, omitindo sistematicamente, por encandeamento, os acidentes de percurso.
A grande habilidade do artista está no valorizar – mesmo se insignificantes – todos os aspectos positivos. E, se estes não existem, também não há que esmorecer; “marcar passo” é uma habilidade de recurso! Os retrocessos – demasiados por ser tão frágil o ponto de partida – são como se nunca existissem, e desvalorizá-los é táctica recorrente!
Só a facilidade na obtenção da benesse justifica tanta leviandade, co-responsabilizando quem cumplicemente a proporcionou ou possibilitou a sua manutenção. Nada que se resolva com um “saltar do barco”, ou com a demonstração de um tardio incómodo!
Parece-me até que, num cinema perto de casa, já vi este filme.
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

terça-feira, novembro 23, 2004

ZEE; questões de soberania

É angustiante, e estranho, o silêncio de alguns sectores políticos açorianos – com, ou sem, o “fait diver” de um agora hipotético alargamento para as 350 milhas – acerca da aplicação da PCP nos actuais modos. Nem deixa de ser sintomática a semelhança, quer dos processos, quer dos protagonistas, com o que em tempos se passou com a tentativa de fazer sair dos Açores o controlo do tráfego aéreo do Atlântico Norte, ou – este um caso consumado a nosso desfavor – com a renegociação do acordo das Lajes!
Sempre que a questão da ZEE vem à baila recordo Hilário Estevez Morera e a muita informação que connosco partilhou por ocasião do primeiro FORÚM AÇORES LIVRES. Este nacionalista canarino que integrou várias comissões de pescas do estado espanhol (Marrocos, Mauritânia e CEE), defende que nas Canárias, nos Açores, assim como em toda a macaronésia, só com a utilização – e rigorosa fiscalização – das artes de pesca tradicionais se pode contribuir para a preservação das espécies piscícolas, e, simultaneamente, garantir dignidade para as suas comunidades piscatórias.
Alguém, que não os pescadores açorianos, irá ganhar com tanta passividade. Já foi assim noutras ocasiões; desvalorizou-se a importância das Lajes; trocou-se dinheiro por sucata bélica, mas há um luxuoso palácio em Portugal, na Lapa, garantindo mordomias a uns quantos que não os directamente envolvidos!
Do próprio. Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

terça-feira, novembro 16, 2004

O terceiro mandato

Fazendo fé nas suas próprias palavras, Carlos César tem – e não a devia desperdiçar – uma enorme oportunidade para fazer história. Basta para tal que nos próximos quatro anos pense decididamente AÇORES, mesmo quando isso não sirva ao P S!
É bom ter em conta as lições do passado. Recordar que foi no terceiro mandato de Mota Amaral que começou o actual ciclo do PSD/Açores – com a derrota em Ponta Delgada logo à cabeça –, tendo sido a sua última vitória nas legislativas, por sinal folgada, como que; “o canto do cisne”!
Em 2008, por muito que César e o PS se esforcem, não será fácil – eu atrever-me-ia a acrescentar; desejável – obter uma quarta legislatura cor-de-rosa, consecutiva. Daí que a aposta acertada seja no futuro, nos Açores, no seu verdadeiro progresso e desenvolvimento; o das suas gentes!
O slogan: “CHEGOU A HORA DE MUDAR”, que até tinha a seu desfavor o facto de muitos dos municípios açorianos nunca terem conhecido a mudança, por ter vindo de fora, e sobretudo por ter sido pensado por quem nos conhece mal – aí João Jardim foi sábio –, desta vez não obteve êxito. Mas não deixa de ser um apelo inteligente, e até um bom mote, tanto para as próximas autárquicas, como também, em coerência, para 2008!O poder vicia. Mais cedo ou mais tarde também corrompe. Convém passar por ele como se fora comissão de serviço. Demonstra desapego, e até os orçamentos agradecem.
Do próprio. Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Subscrevo na íntegra

Se há coisa que me enfurece...
é a prosápia dos figurões que mentem e não têm vergonha na cara.

Alfredo Barroso. FORMULÁRIO. Grande Reportagem. 13 Novembro 2004

Só acrescentava: ... e figurinhas...

domingo, novembro 14, 2004

Lição terminada

Depois de muito "queimar pestanas" e parte do já pouco fósforo que resta, conseguí melhorar a minha "VISITA GUIADA".
Agora, estou convencido, está bastante melhor apresentada, faltando-lhe apenas - será a próxima etapa - uma revisão "à maneira". Não será tarefa fácil!
Resta agradecer ao Francisco Botelho pela sua preciosa ajuda.
Uffa.
Demorou.
Mas já está bem melhor, e valeu a pena.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Experiência

Vamos lá a ver se consigo dar mais um passo. Por exemplo daqui para ali, ou para aqui.

CONSEGUÍ!

Obrigado Pedro.
Obrigado Barata.

"Já papei" mais uma etapa!

terça-feira, novembro 09, 2004

Descubra as diferenças

Suspendi a “gulosa” leitura de uma pilha de “papéis velhos” para assistir à celebração do 80º aniversário da “velha” AFPD, sessão onde foi reafirmado, por mais de uma vez, o determinante papel dos clubes no desenvolvimento do futebol, segundo alguns, em contraste com os modelos ecónomo/mercantilistas agora em moda.
Sobre este assunto estou em perfeita sintonia com o Prof. José Romão. Acrescentava apenas serem aqueles – os novos modelos – autênticas “bolas de neve” que na sua desvairada “fuga prá frente” atraem por sucção um sem número de oportuno/vigaristas!
Com corpo ali mas espírito ainda ocupado pelas leituras interrompidas, ocorreu-me o plano idealizado em 1923 para financiar o projecto de uma sede para a então AFSM, onde os 50c. (insulanos) tidos por necessários, seriam obtidos com a emissão de mil obrigações de 50$, subscritas equitativamente por cada um dos quatro clubes fundadores, que por sua vez as distribuiriam pelos seus associados. Ou, como, em anos seguintes, para cá trazer as equipas que ajudaram a promover a modalidade entre nós, era feito um acordo prévio (AFSM/clubes) garantindo a execução financeira da iniciativa.
Nas notícias recentes, e não obstante a facilidade com que agora se obtém “milho para os pardais”, são cada vez mais; as irregularidades, os arrestos, as hipotecas e penhoras.É o vil desrespeito pelo esforço colectivo anterior. “Mete nojo”!
Do póprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

segunda-feira, novembro 08, 2004

Agradecer e justificar

O :Ilhas elegeu este seu humilde concorrente - qual aprendiz de feiticeiro - com o prémio “esperança”. Não o merecia. Existem verdadeiras esperanças, de facto, na globosfera açoriana.
De qualquer forma; OBRIGADO!
Juro que quando ouvi pela primeira vez a notícia da nomeação, temendo o corrosivo sentido de humor da vossa excelente equipa de criativos, criadores e escribas, senti um “arrepio na espinha”. Sensação que, meio brincando meio a sério, revelei quando eu próprio li o “post” anunciador.
Da nomeação ao prémio efectivo quase nem dei conta; o Lagido como “quebra gelo” foi óptimo, o Tinto com que acompanhei a refeição caiu muito bem, e a conversa, com ou sem o SALMO, manteve-se sempre viva. Para mais, fui o primeiro a “subir ao palco” para a cena dos “Óscares”. Só aí, “caí de novo em mim”!
O “arrepio na espinha” voltou quando pressenti ser um livro o prémio que o João Nuno tinha para me entregar!
É que, assim, quando já parecia ter escapado ileso da vossa cáustica sátira, tudo poderia voltar à estaca zero se o livro a receber fosse – e confesso que isso me passou pela cabeça – o “Saber escrever….” da Edite Estrela e companhia. O que, bem vistas as coisas, não era mal feito!
Não foi. Que simpáticos. Foram uns anjos.
Assim, já que não consegui resistir à tentação provocadora do Nuno Barata quanto ao divulgar “O lugar da Ponta Delgada”, prometo daqui para a frente cuidar – só um pouco mais. Conheço as minhas limitações! – melhor deste meu arquivo de velharias.
É uma obrigação que me criaram.
Também por isso vos agradeço!
Irei tentar merecer o prémio; o “Outra vez” do Che Guevara é que já ninguém mo tira!
OBRIGADO .

terça-feira, novembro 02, 2004

Pão por Deus

O feriado de ontem e o encurtar de prazo que provocou – estes 1400 caracteres já são rotina de fim-de-semana – trouxe-me alguma inquietação. Reajo mal ao síndroma da folha fazia, sobretudo se espartilhado pelo tempo!
O título saiu com naturalidade. Não só o próprio 1º de Novembro o sugeria, como também, por ainda recentemente – na “defesa da honra” – ter sido fiel companheiro de ardina durante dois dias, dei sentido em concreto ao “Pão por Deus” da minha infância. Mas o tempo corre e eu continuo “bloqueado”! Assim sendo, o Pão por Deus “que se pode amanhar”, fica por conta de Inês Serra Lopes, e do Indy da semana passada:
“Não é preciso confirmar o que a própria realidade atesta: o nosso sistema de Justiça é um verdadeiro passador no que toca à investigação de crimes como a corrupção e o tráfico de influências. O sistema é, em si mesmo, corrupto.
Há tempos apropriei-me de uma frase que me parece tristemente sintomática: somos o único país africano a norte de Gibraltar. Hoje, ocorre-me o que me disse, há mais de 10 anos, um amigo que andava então militantemente pela política: a distinção entre nós e os países africanos é que a corrupção lá não gera riqueza, porque o dinheiro é todo mandado para cá, para a Europa. Em Portugal, pelo contrário, o dinheiro da corrupção sempre fica por cá e vai, bem ou mal, alimentando a economia doméstica.”
Pão o quê? “Halloween”, é que é!
Do próprio. In Açoriano Oriental/ Crónicas do Aquém.