terça-feira, maio 30, 2006

Tenho esperança


Maio de 1926 ..........Abril de 1974 ......Junho de 1975

(Com sorte, amanhã completo a ilustração do "Post")

A democracia, “amadurecendo”, só tende a melhorar!
Por cá, onde para além da juventude do sistema há que ter em conta com as idiossincrasias do nosso povo, os benefícios da democracia serão potenciados quando se conseguir romper com a pesada herança, constituída, entre outros, por três inibidores do seu aprofundamento: A dificuldade – até mesmo ausência – de debate público, uma curvada submissão ao poder instituído (seja ele qual for), e a apatia dos cidadãos quanto à defesa da “res publica”, entregando assim, quase em exclusivo, aos interesses partidários – legítimos, mas excessivamente omnipresentes –, muito daquilo que por simples participação pessoal, ou dever de cidadania, compete ao indivíduo.
Hoje, felizmente – parecendo insignificante, esta é uma das grandes diferenças dos últimos anos (Uns parecem ter esquecido e outros não têm idade para recordar, mas tempos houve, já em democracia, que nos OCS agora tidos como “correias de transmissão” até os genéricos das telenovelas eram censurados) –, são em maior número os desalinhadas do poder que conseguem fazer-se ouvir. Porém, é uma pena que estes, na sua maioria, pareçam mais interessadas em repor a seu jeito uma situação que entretanto lhes deixou de ser pessoalmente favorável, do que em baterem-se pela autêntica defesa do bem comum. Só assim posso entender o acusar dos que já estiveram no poder aos que no poder estão, por tudo e mais alguma coisa, incluindo males semelhantes aos que outrora, em dobro, fizeram!
É na alternância, mas também na renovação dos intérpretes políticos que deposito esperança. Uma nova geração – fruto da democratização do ensino superior, o que aqui nos Açores foi uma autêntica revolução – já por aí anda. A ver vamos se, ao invés dos seus antecessores, estes saberão resistir ao dar – e receber – “o de comer à mão”!
Do próprio, in A. O. “à minha maneira”

quarta-feira, maio 24, 2006

A Festa da Alegria na Praça do Senhor


Uns

e Outros

Fotos “Roubadas” aqui;
(É escusado "clikar" que estas não ampliam)

......

O temor a Deus e a educação para a evocação divina sempre que algo aparentemente sobrenatural necessitava de ser aplacado, levaram os nossos ancestrais que viveram a transição do século XVII para o XVIII, quando confrontados com o pavor causado por uma crise sísmica que parecia não querer terminar, a iniciarem um cortejo penitencial que se mantém até hoje, durante o qual, ainda se podem observar singulares expressões de fé, devoção e religiosidade.
Logo numa das primeiras vezes que o Senhor Santo Cristo percorreu as ruas de Ponta Delgada, com nobres – foram estes, reza a tradição, quem tomou a iniciativa do evento – e plebeus, todos descalços, acompanhando em cortejo a imagem que, ainda hoje, ao passar, suscita estranhos sentimentos mesmo a muitos daqueles que se apresentam como agnósticos, uma “misteriosa” queda da efígie a meio do percurso tornou ainda mais pungente aquela que já era, e durante muito tempo assim continuou sendo, apenas, uma dramática, humilde, e eminentemente religiosa demonstração de fé.
Hoje, para o bem e para o mal, é a parte profana da festa aquela que mais impacto causa; ela é cartaz turístico, é enorme oportunidade de negócio, e até mesmo – há que assumi-lo –, é um autêntico desfile de vaidades onde, o caminhar com pés descalços, deu lugar a minuciosas regras protocolares estabelecendo a ordem de aproximação à venerada imagem, não por motivos de fé, mas de maior visibilidade e destaque!
Estou com imensa curiosidade para chegar a amanhã – o feriado “da festa” obriga-me a escrever isso hoje, sexta, 19 Maio – para poder verificar se, tal como penso que irá acontecer, “a guerra das audiências” obrigará a que misturem o cumprimento das primitivas, dolorosas e sentidas promessas, com folgadas e exuberantes “exibições de pimbalhada”.
Do próprio, in A. O. “à minha maneira”

terça-feira, maio 16, 2006

Mudam-se os tempos...ficam as vontades


Recortes de imprensa (Fev. de 1926)
(Clicando amplia permitindo a leitura)


Foto recente ("roubada" aqui)
....
Caiem os regimes, mas a propensão colonialista portuguesa – questão de sobrevivência, prova-o a história – pouco muda!
Vai para 79 anos, já “engatinhava” aquela que foi a mais longa ditadura da Europa, quando o Delegado Especial do Governo da Republica para os Açores – note-se a semelhança da designação –, por sinal açoriano (Cor. Silva Leal) que logo se fez acompanhar de um dos mais lúcidos e convictos autonomistas (Bruno Tavares Carreiro, que, na verdade, foi para além de autonomista), sob o lema; PELOS AÇORES, trava, e ganha, uma importante batalha em prol de objectivos vindos de 1895, garantindo então, além do mais, a manutenção da moeda própria!
Quase não deu tempo de comemorar. Pouco depois Salazar, por motivos economicistas, faz voltar tudo à primeira forma; em rigor, “dois passos atrás” do ex-ponto de partida!
Cerca de 80 anos depois, temos de novo quem nos represente de forma “Especial”, no caso, alguém que contrariando o último inquilino de Belém, acha – em meu entender MUITO BEM (nisto, e na NÃO concordância com o acrescento de mais mordomias ao cargo, não podíamos estar mais de acordo) – que no actual quadro a autonomia ainda não está esgotada. Boa! Indo por aí, que tal pensar já em extinguir o cargo, pois, sabe-se, custa “uma pipa de massa” a um país onde, também por razões economicistas – não o admitem, mas... – os filhos de “seus filhos” são obrigados a ir nascer longe, nalguns casos, mesmo ao outro lado da fronteira?
Quando poucos a tantos exigem tão grandes sacrifícios, manter um “contrapeso” que não obstante o pomposo do nome para pouco mais serve do que “cumprir a lógica do balanceamento de poderes”, é, creio eu, um luxo demasiado caro.
Deixem evoluir naturalmente – sem tutores (apeteceu-me escrever "olheiros". No AO resisti, aqui tiro partido de uma das vantagens dos "Blogs") desnecessários – a autonomia. Logo se vê!
Do próprio, in A. O. “à minha maneira”

quarta-feira, maio 10, 2006

De Leão a Águia

Um anónimo – para mais marcador de penaltys à figura – não merecia resposta. Mas esta – que até completa o “post” anterior –, porque me dá gozo, vai como excepção a uma regra que procuro cumprir. É assim:

Eis o emblema instituído pelos estatutos de fundação do CDSC, um documento – que define pormenorizadamente as cores do equipamento (vermelho e branco, mas às riscas horizontais) e o emblema – aprovado na AG expressamente convocada para o efeito que ocorreu a 21 de Junho de 1927.



Este outro aqui abaixo é bem mais recente. Foi adoptado, se não estou em erro (ando ocupado com anos muito anteriores a estes. Garanto que em 49/50 ainda “imperava o leão”!), na década de sessenta, é contemporâneo do período áureo do Benfica, era então Presidente do “Clube da Luz” o Dr. Borges Coutinho, altura em que o CDSC foi designado “Delegação do Sport Lisboa e Benfica em Ponta Delgada”.

("clicando aumenta, permitindo ler parte da pág. 133 do "Açor Eterno" de Manuel Ferreira, que incluí um excerto da proposta de estatutos aprovada em 2001, procurando "açorianizar" a águia do Benfica)

terça-feira, maio 09, 2006

Porque não pôde ser de outra maneira...


("Clikando aumenta e permite a leitura")
*
*Ponto 5 (página 11) do malogrado Plano d(o)e Negócio(s)

TUDO RESOLVIDO COMO SE VÊ!

Mas, para quê "chatear" com tanta "balela"

se:

Até quanto à história,
persistem em viver
da ilusão, e na mentira?




****Outubro de 1922******* Março de 1927****** Junho de 1927***
.....

De regresso às páginas do decano dos jornais açorianos – e, por pouco, quase também dos jornais europeus –, por mais que o quisesse evitar (esforcei-me. Acreditem!), exigiu a minha consciência que o tema de abertura fosse; Clube Desportivo Santa Clara.
Outra época terminou, e, os objectivos pomposamente anunciados, de novo – qual alucinogénico –, só serviram para embalar, e “animar a malta”!
Se, quanto à parte desportiva, nada do que se está a passar seria preocupante não fora o passado irregular, obscuro, desregrado, durante o qual, irresponsavelmente, foram excedidas as capacidades do clube – subir; SIM. Fazê-lo “a qualquer preço”; NÃO! –, tudo muda de figura tratando-se de outro tipo de objectivos: O passivo continua a engordar; os compromissos a serem ignorados; os prazos a prorrogarem-se (facilita o presente, e, quanto ao futuro... logo se vê. Pudera!), e – “esta é que é esta” –, das muitas soluções milagrosas saídas da cartola de artista, não há uma para amostra, da qual, dada a sua importância, se possa dizer: “Benza-os Deus!” (só espero que, por pudor, não se vangloriem dos “milagres” do fim da época passada - a não descida na última jornada -, assim como do “milagre” que precedeu o início da época que terminou - a inscrição “last minut”)!
Até mesmo aquilo que, por fim, parecia já ter “entrado nos eixos” – cumprir os estatutos com zelo. Atitude que publicamente cheguei a elogiar –, regressou à cepa torta. Em ano eleitoral, o orçamento, vai para oito meses, continua por aprovar – estratégia?
Bom. E o que pensar do “assobiar para o lado” quanto ao convocar a AG - compromisso assumido pelo PAG perante a própria AG - para discutir a possibilidade de levar a efeito uma auditoria (jurídico/contabilística), credível e independente?
Mais do mesmo. Claro!
Do próprio, In A. O. “à minha maneira” (acrescido de mais centena e meia de caracteres).

quinta-feira, maio 04, 2006

Em resposta a Ledif; "Ernesto"



O culto da personalidade não se esgota, nem aqui – AÇORES –, nem nos EUA tampouco em Cuba, com o atribuir de nomes a ruas.
Digamos que – esta é apenas a minha opinião –, em termos de se enfatizar o culto de determinada personalidade, dar o seu nome a uma rua é bem menos eficaz do que, por exemplo, aparecer só a espaços e com o aparato habitual dos regimes totalitários.
Para deixar-mos Fidel folgar, lembremo-nos por exemplo do “António” que muitos de nós ainda conhecemos, do seu amigo Franco, e, para variar de latitude política, da “carismática dinastia” Kim Il Sung, donos de Pyongyang, arredores, e Senhores dos desgraçados 20.000.000 de “chinocas” que lhes têm de prestar vassalagem!
Mas, atenção. Também em democracia há o culto da personalidade. E de que forma!
É vê-los porem-se em sentido quando o líder, por vezes até já retirado, passa ou está por perto. Ui! Se há!

segunda-feira, maio 01, 2006