terça-feira, março 29, 2005

A quem de direito

Mostra eficácia o sistema que permite a PSP zelar pelos interesses de quem transformou a via pública numa oportunidade de negócio. Negociata que parece boa para as duas partes; a que o explora, e, logicamente, a que o concessiona. A ambos porém – embora com responsabilidades não comparáveis –, parece não interessar indagar se nas artérias entregues para exploração, os peões, têm condições para circular em segurança!
Para não me repetir vou ignorar os que, lá estabelecidos, travam diariamente uma descomunal luta; cargas, descargas, obras, mas sobretudo, as reclamações de clientes que – literalmente –, só ziguezagueando, ou arrastando-se pelas paredes, conseguem sê-lo.
Hoje, vou dar voz aos moradores; poucos mas resistentes. Aqueles que, em teoria, TODOS incentivam a evitar o desertificar da cidade, mas que, aos quais, NINGUÉM dá ouvidos quando se trata de criar o mínimo de condições para isso!
Desde há muito – embora ultimamente com maior frequência e gravidade –, nas mesmas ruas onde durante o dia não faltam vigilantes e logo de seguida (via telemóvel) polícias, à noite, as viaturas, as moradias, os estabelecimentos e muito mais, têm sido alvo de um vandalismo bárbaro. Inqualificável!
Por aquilo que me disseram – não havendo outra forma –, também os lá residentes estão dispostos a pagar “gratificados”. Só necessitam saber como, e já agora, a quem devem dirigir-se.
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

terça-feira, março 22, 2005

Ilhas (des)afortunadas

Nós, e toda a comunidade Macarronesa que já integra a UE, até por uma questão de solidariedade, devemos apoiar o povo irmão de Cabo Verde (sendo este o seu desejo) numa sua eventual pretensão de integração europeia!
Sobre este desígnio, depois de auscultada a vontade soberana do Povo, e ao invés do que em tempos aconteceu também connosco, não pode haver “meias tintas”; é necessário corrigir os erros da descolonização, e, já agora, terminá-la!
O facto da recente posição ter sido concertada por Mário Soares e Adriano Moreira, personalidades ideologicamente quase nos antípodas, só demonstra como se já está a atingir a cicatrização político/social que cimentará novos avanços.
Os Açores, no mínimo, têm o mesmo direito que foi reconhecido a Cabo Verde para serem um estado independente. Aliás, o nosso desejo de emancipação é bem anterior ao daquele arquipélago, e o desenvolvimento económico dos Açores – e, em 1975 isso ainda era mais notório –, tendo em conta aquele desiderato, sempre foi mais favorável do que o Cabo-verdiano.
Mas nem tudo são boas notícias; Mário Soares, quando questionado sobre a debilidade da economia Cabo-verdiana (A Capital 16 Março de 2005), respondeu: “(…) Mas isso pode-se arranjar. Do ponto de vista europeu são peanuts,(…). São porta-aviões no meio do Atlântico e que ligam à Europa, África, Brasil, América Latina. E à América do Norte”.
Vá lá saber-se porquê, pensei em Timor!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

segunda-feira, março 21, 2005

NO DIA MUNDIAL DA POESIA


Aproveitando para enviar um especial agradecimento à Fátima Rosado (e já agora ao Luís. Vamos lá evitar a ciumeira...), aqui vai um 2 em 1 de Pessoa!
E, com um duplo "clik", sempre se lê melhor.

terça-feira, março 15, 2005

Ainda Março, ainda autarcia

Entre o salazarista “orgulhosamente sós” e a utopia progressista expressa em: “A última palavra sobre o socialismo ainda não foi pronunciada. Não está entre os ricos. A solução para os nossos problemas está em assumirmos definitivamente nossa autarcia!” (C.B. Notas sobre o Relatório ONU 2000), estará o meio-termo que nos interessa. Com certeza, mais próximo da atitude empreendedora e visionária dos açorianos que transformavam em ouro os frutos da terra que vendiam na “Europa desenvolvida”, do que na dos seus actuais patrícios, conformados, cúmplices de desperdícios incalculáveis - já próximos do dia em que o "barril de água" será o fiel da "balança global", nos Açores, até água continuamos a comprar fora - , vivendo do dinheiro da "europa rica" que nos chega via "europa terceiromundista"!
A última campanha autonómica (1974/77) é um marco importante da nossa história recente, e com óbvios reflexos na afirmação, dignificação e bem-estar dos açorianos. Mas a nossa completa realização só acontece criando de riqueza. E, se é certo que houve esforços e avanços no crescimento económico-social, sobretudo no sector da educação e infra-estruturas, é também certo que a nossa situação económica continua muito dependente, isso, não obstante o seu grande potencial.
Quando aliado a um eficaz projecto de desenvolvimento sustentado - envolvendo e beneficiando todos -, o brio que só um ser independente pode ter, é uma parte muito importante daquilo que é necessário para ser capaz de ultrapassar a dependência económica!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

sábado, março 12, 2005

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Eu sei que ao fim de semana toda a BLOGOSFERA abranda na produtividade. Mas, c’os diabos, há duas notícias que dada a sua invulgaridade não podem esperar;

Primeira:

O FCP levou ontem, em casa, 4-0.
O reinado de Pinto da Costa nunca tinha assistido a tamanho desaire.
É caso para dizer:
- CHIÇA esta merda do “apito dourado” está mesmo fazendo mossa; até já afecta o “Papa”!

Segunda (já de hoje):

Desde há muito que o discurso de tomada de posse de um primeiro-ministro não era tão curto, incisivo e prenhe de conteúdo!
Se PSL esteve atento – e percebeu – só não se enfiou num buraco porque este não devia existir; é que foi abissal a diferença – já nem quero recordar outros pormenores do processo – entre a comunicação de hoje e aquela que o “menino guerreiro” fez meia dúzia de meses antes. E como foi há pouco tempo as comparações serão inevitáveis!
Se muitos, a uma hora destas, já devem estar "assobiando p'ro lado", outros há que começam a esboçar um sorriso matreiro!
Por exemplo, sendo mosca, gostava de estar por perto de Manuela Ferreira Leite e apreciar - sem ser notado - o sorriso maroto que deve ter feito a propósito.
É que, tudo me leva a crer - até mesmo tendo em conta o genero -, "o limão", agora, irá ser ainda mais espremido; não lhe sobrará uma gota!

sexta-feira, março 11, 2005

O Cotonete


Este é um dos machos (castrado; coitado).
Passou recentemente por um mau bocado. Mas já está a recuperar!
Fica a faltar só um; o MOBUTU, que, para se deixar fotografar, vai de certo cobrar um "Caché" muito alto.
Veremos!

terça-feira, março 08, 2005

Autarcia e independência

Quem, na Rotunda que já foi “do Príncipe do Mónaco” e é hoje do “monumento à autonomia”, procurar com atenção – entrando pela Rua de Lisboa, à direita –, encontra ensombrada pela “obra de arte sem autor” que tem agora como companheira, a placa de basalto com letras de bronze que denomina o local; “Rotunda do Governo Interino”.
Esta é, creio, a única e envergonhada memória que Ponta Delgada exibe do 1º de Março de 1821, dia da proclamação da Independência de S. Miguel, consequência da revolução liberal que nesta cidade, então, aconteceu!
Acto menor, dizem uns; independência apenas da tutela sitiada então na Terceira!
Não quero – não sei – aprofundar o assunto, sugiro antes um bom naco de história [ilhas.blogspot.com/2005/03/OutrosMarços/1º Março de 1821], mas acho que não devo perder a oportunidade de referir que o grande protagonista da altura; José Medeiros da Costa Albuquerque, quarenta anos antes, já havia referido ser S. Miguel “o País mais fértil da Europa”. Interessa-me, isso sim, por contraponto àqueles que depreciativa e intencionalmente – dividir para reinar –, ignorando a ordem natural das coisas, confinam o nacionalismo açoriano à ilha de S. Miguel, enfatizar esta histórica normalidade; fora outras ocasiões, foi assim em 1781, 1821, 1895, 1921/22, 1924/25, 1975, 1978, e quando chegar ao almejado dia, assim será. Alguém tem de “puxar a carroça”!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

domingo, março 06, 2005

Bia_Ax

Surpresa
Alegria
Senti quando a Bia,
(a menina mais bonita do Pico da Pedra)
Distante,
Aparentemente fria,
Mesmo assim
(a mais bonita do Pico da Pedra)
Já mulher,
Nos escolheu para este dia!

Foi pela Florinda não por mim,
Eu sei!
Fico porém,

Feliz assim,
Também.

sábado, março 05, 2005

MANIFESTO

Votei CDS/PP. Fi-lo para tentar um objectivo que embora modesto, sabia-o perfeitamente, não seria fácil; eleger um deputado “sem papas na língua”, com sotaque açoriano (micaelense), e que nunca colocaria os interesses do partido em cujas lista fora eleito acima dos interesses do AÇORES.
Mesmo assim, fui avisando, para isso necessitava de, logo de manhã, tomar uma colher de azeite – não cheguei a fazê-lo tal foi o entusiasmo que coloquei no projecto – para que “o sapo” me não causasse engulhos!
Não estou a justificar o meu erro. Isso está feito!

Gostava é de saber em que estado estará a garganta daqueles que, votando no PS de Sócrates, tiveram de “chupar” sofregamente – embora devidamente embrulhado e lubrificado – com o fundador do CDS como segunda ou terceira figura do governo pelo qual empenhadamente se bateram ?

À posteriori o azeite não funciona. Mas sempre podem recorrer a “Pastilhas Valda”.

A bem da garganta

terça-feira, março 01, 2005

PARABÉNS Luís Rebelo Gambôa

No mundo do futebol um atleta de nível acima da média dificilmente é bom aluno, e ainda mais raro que concilie; desporto, formação superior, e uma carreira de sucesso. É cedo para o confirmar, mas Luís Rebelo promete fugir a esta regra!
O jovem promissor treinador do mais recente Campeão de S. Miguel foi desde criança atleta do CDSC, tendo pertencido à primeira vaga de atletas do Departamento Futebol Juvenil, origem de vários “pequenos milagres” e muitos títulos, e ainda de um “grande milagre”; a aquisição e construção (o possível) do Complexo Desportivo. Mas “verdadeiro milagre” mesmo – e motivo de orgulho –, é constatar-mos como hoje são homens de sucesso muitos dos putos que por ali passaram!
E para que não se pense que este seu último título foi sorte de principiante, convém deixar aqui registo de outros títulos já ganhos pelo jovem treinador (no futebol ele não gosta de ser chamado professor):
Campeão de S. Miguel e dos Açores em Juvenis (2001/02);
Super Taça em Juvenis (2002/03, ainda antes de ter ido dar aulas para S. Jorge);
Campeão de S. Miguel e dos Açores em Juniores (2003/04).
Se a estes títulos somarmos todos os que, também no CDSC ganhou como atleta, são mais de uma dezena. É obra!
Foi com cinco atletas da sua equipa de juniores entre os habituais titulares que se sagrou Campeão sénior pelo Desportivo de Rabo de Peixe, o segundo clube (depois do “Santo António”) que chega à “Série Açores” com os frutos dos “milagres” do Santa Clara!
Interessante, é descobrir quem foi quase sempre um adversário derrotado por este núcleo de sucesso. Talvez por isso “o milagreiro das facilidades” não tenha descansado enquanto não comprometeu, definitivamente, aquilo que sempre lhe causou tantos engulhos!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém