terça-feira, abril 26, 2005

Ilhas (des)afortunadas II




A norte, engrossa a onda em prol de uma “solução europeia” para Cabo Verde!
A minha opinião – que de pouco e a poucos interessará – sintetiza-se em duas linhas de um texto (22Março2005) já aqui publicado; “devemos apoiar o povo irmão de Cabo Verde (sendo este o seu desejo) numa sua eventual pretensão de integração europeia!”. Porém, o; SENDO ESTE O SEU DESEJO, é o mais importante. Eu sei que esta não é uma questão pacífica naquele país, tampouco o Governo de Cabo Verde, ademais soberano, jamais se atreveu ir tão longe quanto a proposta de Mário Soares e Adriano Moreira.
As posições “paterno-colonialistas” são de evitar!
Bem mais a meu desejo é ver aqueles dois “senadores” da política portuguesa contribuirem para repor justiça num processo em que ambos – um mais do que o outro – foram cúmplices; a versão da Constituição Portuguesa, que, acenando com o fantasma do fascismo, considera criminoso defender a autodeterminação do Povo dos Açores (e da Madeira);
Ou ainda, no ajudar do derrubar de barreiras – situação ainda mais aberrante que a anterior –, como aquelas conduzem à proibição da criação e organização de partidos políticos de índole Açoriana ou Madeirense; única forma democrática – e pacífica – que há para lutar por aquele, ou por outros quaisquer desígnios que a nós nos digam respeito.
E não venham, sobretudo agora, de novo com o “papão americano”, alegando - como sempre fazem quando "dá jeito" - que por detrás daqueles que defendem a independência dos Açores estão os interesses dos EUA!
Hoje sabe-se – já não é segredo para ninguém – que quando, entre as duas “grandes guerras”, foi pedido aos EUA que interviessem nos Açores, aquela foi, acima de tudo, a formula encontrada para combater, em simultâneo, o fascismo e o salazarismo!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

terça-feira, abril 19, 2005

Efemérides; dois em um


18 Abril de 1835; Açoriano Oriental. Longevidade

É micaelense, e até recentemente intrinsecamente açoriano o mais antigo dos jornais publicados em língua portuguesa. Como se isto já não fosse bastante, o A.O. é ainda o segundo mais antigo jornal europeu ininterruptamente publicado.
Foi já nos nossos dias – Janeiro de 1979 –, sob a Direcção de Gustavo Moura, passavam escassos meses – pode até contar-se em semanas – após aquele que chegou a ser tido como o dia D para a Independência dos Açores, que o “Açoriano Oriental” se transformou de semanário em diário, por troca com outro título; o “Açores”.


18 Abril de 1842; Antero de Quental. Memória

Universal, porém açoriano, pelo seu próprio punho escreveu: “Nasci nesta ilha de São Miguel descendente de uma das mais antigas famílias dos seus colonizadores, em Abril de 1842.”
Neste mesmo documento (carta a Wilhelm Storck, Maio de 1887) Antero como que antecipa justificação para o fim que quatro anos depois, na mesma cidade, sentado sob uma simbólica ancora e a poucos metros de um hospital, decidiu ter para si: “(…) Se a isto juntar a imaginação ardente, com que em excesso me dotara a natureza, o acordar das paixões próprias da primeira mocidade, a turbulência e a petulância, os fogachos e os abatimentos de um temperamento meridional, muito boa fé e boa vontade, mas muita falta de paciência e método, ficará feito o quadro das qualidades e defeitos com que, aos 18 anos penetrei no grande mundo do pensamento e da poesia (…)”
Em outra ocasião, mais tarde imortalizada por Vitorino Nemésio (colaboração enviada para a revista Insula aquando da comemoração do V centenário do descobrimento dos Açores, sendo praticamente consensual ter sido este documento - enviado de Cruz de Celas, Coimbra a 19 de Julho de 1932- o primeiro em que foi escrita a palavra "açorianidade"), Antero presenteia-nos com o; “Quási patrícios”, a interessante forma que encontrou para classificar os portugueses ibéricos. Perfeito!

Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

sábado, abril 16, 2005

Um raio no horizonte ao largo de Rosto de Cão


Esta foto, a atestar pelos endereços;

Hugo Pacheco de Melo
Enviado:
segunda-feira, 11 de abril de 2005 12:55:34
Para:

...rotas...
Assunto:
FW: Raio Praia do Pópulo
Caixa de Entrada
Anexo:
RaioPópulo.jpg (0.08 MB)
From: "Tiago Camara"

Subject: FW: Raio Praia do Pópulo Date: Sun, 03 Apr 2005 19:25:16 +0000


...bem viajada, parece testemunhar uma benção da natureza à obra de Minoru Niizuma, já após ter sido iluminada, conjunto que o seu discípulo e assistente (Ricardo Lalanda) montou conforme desejo do autor, junto à orla marítima a nascente da Praia Grande do Pópulo.

terça-feira, abril 12, 2005

A quem pedir responsabilidades?

“Chegaram já há alguns anos, instalaram-se socializando a coberto de uma das nossas características mais marcantes; a passividade!
Quando a praga estava circunscrita e era mais fácil a sua exterminação, nada fizemos. Como de costume, aguardamos que agissem por nós.
Determinante foi também a ignorância. Confundindo estes trituradores insaciáveis com outros seres menos malignos com os quais desde há muito convivemos, contribuímos para a sua proliferação. Hoje estamos perante um fenómeno que atinge níveis catastróficos. Uma situação dramática pois esta nefasta espécie sobrevive à custa dos avultados prejuízos que causa e da enorme destruição patrimonial que provoca”.

Assim começava a primeira, e terceira, das minhas colaborações nesta coluna – já lá vão respectivamente; 30 e 28 semanas –, lamentando então, mais uma vez, aquilo que agora jamais poderá ser remediado!
Se em a “Invasão alada” – 29/09/04 –, eram as Cryptotermes Brevis, vulgo térmitas que agora grassam em Ponta Delgada, aquilo que estava em causa, uma vez que em tempo oportuno – com 30 anos de antecedência –, quando era bem mais fácil controlá-las, nada se fez, já duas semanas antes – 14/09/04 –, sob um título idêntico ao de hoje, era a outro tipo de praga que me referia. Também trituradores insaciáveis, esta outra espécie – humana; mas não menos nefasta – de igual modo só sobrevive à custa dos avultados prejuízos que causa, entre os quais, mesmo nos casos mais benignos, quando, da mesma forma, uma enorme destruição patrimonial acontece!
Não podem é dizer que não foram prevenidos!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

segunda-feira, abril 11, 2005

Matemática

A Fátima Rosado, em vez de criar um "blog" - se é que já não tem um sob um qualquer anonimato, mas isso não é agora para aqui chamado! - vai enviando uns "e.mails" interessantes, tornando difícil a tarefa de "optimizar" a minha caixa de correio.
Desta vez achei piada ao seguinte:
Matematicamente, o que tu fazes...
>
>Um estudo interessante........
>
>100% ou 200%
>
>Já pensaste naquelas pessoas que dizem que estão dando mais que 100% delas
>mesmas?
>
>Todos nós já estivemos em reuniões em que alguém quer que tu dês mais de
>100%, certo? Que tal então chegar a 200%????
>
>Aqui vai uma pequena matemática que pode ser útil:
>
>Se: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z são respectivamente:
>1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26, então:
>
>S A B E D O R I A = 19+1+2+5+4+15+18+9+1 =74%
>
>T R A B A L H A R = 10+18+1+2+1+11+8+1+18 = 80%
>
>A T I T U D E S = 1+20+9+20+21+4+5+19 = 99%
>
>F A Z E R P O R R A N E N H U M A =
>6+1+26+5+18+16+15+18+18+1+14+1+14+5+14+8+21+13+1 = 200%
>
>Conclusão:
>
>A SABEDORIA vai-te dar 74%.
>Enquanto TRABALHAR vai melhorar um pouco o teu aproveitamento.
>Já as ATITUDES vão levar-te bem próximo da perfeição.
>Mas FAZER PORRA NENHUMA vai levar-te ao dobro do máximo da tua capacidade.
>
>Agora já sabes que não é por acaso que...
>
>QUEM FAZ PORRA NENHUMA é mais VALORIZADO !!!!!

E voçês?

terça-feira, abril 05, 2005

Zé Rosa Melo Bento

Uma semana após o seu passamento, fingindo ignorar os tempos últimos – vividos, coerentemente, "da sua maneira" –, quero aqui deixar registo, porventura surpreendente, do Zé Rosa Prof. de Ginástica, e, mais tarde, dedicado Director do CDSC; dois momentos, em mais de três décadas de amizade e cumplicidades!
O mais longínquo remonta a uma das primeiras competições no, então recém inaugurado, "Gimno-desportivo", com o Zé Rosa como responsável técnico da equipa de "futebol salão" que eu então integrava em representação da hoje; Escola Dominguos Rebelo. Na altura, só a sua bonomia permitiu disponibilizar os meios imprescindíveis (equipamento - incluíndo bola - e ginásio) para o excelente desempenho que obtivemos.
Foi ainda ele quem nos facultou; papel, máquinas de escrever e a poli copiadora, com o objectivo de editar o "jornal" que fazia a cobertura detalhada daquela competição, e que, por "vender como ginjas", nos chegou a permitir sonhar com uma viagem à Terceira!
Anos depois, em circunstâncias difíceis - ao serviço do CDSC -, voltamos a estar juntos em lides desportivas.
Daí o "Bonjour Mr. Fouché" com que nos cumprimentávamos; ele, ao evocar o jacobino extremista, "vingava-se" da austeridade que lhe era imposta como "acompanhante crónico" – tarefa a exigir disponibilidade que poucos tinham naquele elenco – da equipa, e eu, retribuía-lhe o epíteto, recordando a "pesada argumentação" que sempre usava para "levar a melhor" e justificar os desvios que a sua bonomia, na ocasião em prol dos futebolistas do clube, causava ao mirrado orçamento que havia para a gerir.
Tudo para quê – repetia ele, vezes sem conta, desde o fim da década de noventa para cá?
Pois foi; não sei para quê!
"Au revoir Mr. Fouché"
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém

"Os cinco iniciais" num dos vários jogos do torneio.
Aqui somos:
O "Xico do Porto"(Francisco da Conceição Fernandes), o meu irmão Tony (António Pacheco de Melo), o "Xico Louro" ou "Xico de São Roque" (já falecido e de quem não me rocordo do nome completo), o Varão (Hermano Garcia Varão) e eu próprio (de cócoras para caber na foto eheheh).
Eramos então, como se vê, todos jovens entre os 16 e os 18 anos, e, quase todos, tão imberbes quanto gadelhudos."Ricos tempos"!