terça-feira, setembro 25, 2007

Odisseia

É a Maddie, ou melhor, o trágico mistério que a envolve, com a opinião pública a baloiçar ao sabor das ondas; ora agitadas por sentimentos contraditórios, mais ou menos espontâneos, ora impelidas no sentido que determinam as milionárias campanhas que à sua volta são desencadeadas.
...É o Scolari, e logo o Mourinho, confirmando – como se fosse necessário – que ainda para muita gente naquele ramo de negócio é “a paixão” o que comanda, sobretudo quando “a razão” depende da carteira que a sustenta, qualquer que seja a origem do seu conteúdo.
...É o novo Código do Processo Penal, que – dizem vozes de credibilidade insuspeita –, tendo passado “ao de leve” pelo crivo legislativo entrou em vigor “à afogalaça”, e ao desagravar penas, e acrescer garantias, em casos de crimes odiosos cujos suspeitos são “gente fina” (Casa Pia por exemplo), presta-se a ressuscitar fantasmas.
...É a faceta “caritativa” do Eng. Sócrates, que, no intervalo das suas funções de “soberano europeu”, e após nos espremer até ao tutano, oferece computadores, telemóveis e o mais que os seus assessores entenderem “estar a dar”, iniciando assim a fase do “amaciar pêlo”.
...É a “Guerra dos Luíses” por uma “pole position” na corrida do poder, facilitando com isso – estou em crer – o adiamento da era pós socrática, uma querela onde nem tem faltado a exibição pública dos “podres” de ambos, como da sua casa comum (nem o PSD/Açores escapou).

Farto de tanto e tão pouco – e do zapping –, abro o livro que tenho à mão (edição barata da Europa América), e ao acaso, mas todo o propósito, os olhos prendem-se no início do diálogo de Telémaco, filho de Ulisses, com a deusa Atena, visando os pretendentes que em farto festim aguardavam a demorada decisão de Penélope:
“ -Vês o que agrada a esta gente: a cítara e o canto. Ah, não lhes custa, pois comem impunemente os haveres de outrem (…)”
Do próprio, in A. O. 25/09/07; “Cá à minha moda”

terça-feira, setembro 11, 2007

Um sonho já quase realidade

Em véspera do Domingo de Santa Clara, e preparando-se para celebrar o seu segundo aniversário, a Junta de Freguesia de Santa Clara – resultado do alargado projecto de cidadania que saiu vitorioso no primeira acto eleitoral realizado na nova freguesia –, assinou um importante protocolo com o Governo Regional, o qual vai permitir a requalificação paisagística do pouco que sobra da Mata da Doca, uma das principais bandeiras do seu compromisso com os eleitores de Santa Clara.
É óbvio que esta é ainda, só, uma primeira etapa. Mas é já uma etapa palpável. Provado fica que vale sempre a pena sonhar, batermo-nos para “forçar os sonhos”, e usar energias tentando realizar sonhos, só inatingíveis para quem nem ousa tê-los!
O projecto é muito feliz, e coerente com o que afirmou na ocasião Ana Paula Marques, responsável pela SRAM: “A qualidade de vida no espaço urbano mede-se, também, pela quantidade de espaços verdes que proporcionam lazer e de que os cidadãos podem usufruir”.
Recordando a “Mata da Doca”, nem imaginam o quanto isso, em Santa Clara, faz todo o sentido.
É enorme a falta que faz aquele autêntico pulmão de Ponta Delgada, local que antes de ser progressivamente atrofiado pelo “progresso” a todos permitia usufruto, e só por “milagre” não desapareceu completamente.
Diniz da Mota sonhou com o “seu” Parque da Alegria. Sonhando com uma vida melhor, gerações de santaclarenses recrearam-se na frondosa “Mata da Doca”, em cujo âmago, o “Campo Açores”, outros tantos sonhos acalentou. A geração que recentemente chegou à idade adulta, já mesmo sem tirar proveito da “Mata da Doca”, também sonhando, soube com firmeza segurar o testemunho. O prémio será para os seus filhos.
Já faltou mais para voltar a brincar, e merendar, no pouco que sobra da “Mata da Doca”.
Do próprio, in A. O. 11/09/07; “Cá à minha moda”
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