sábado, outubro 27, 2012

Renovar sim, também as mentalidades

Duarte Freitas, agindo como quem ainda não percebeu parte importante do que acabou de acontecer, numa das suas primeiras aparições como candidato à sucessão de Berta Cabral, não encontrou melhor forma de afirmar o seu “espírito de missão”, senão, inspirando-se em Victor Gaspar. Que pena. Parece que não há forma de aprenderem, nem mesmo depois dos erros recentes.

É que, mais do que a excessiva austeridade provocada pelo incompetente desacerto do governo “Relvas/passista” que a partir de Portugal nos esmaga, sufoca e tudo faz para restringir ao mínimo a escassa autonomia já conquistada; mais do que a tentativa de extrapolar para todos os Açores (vá lá, excepto o Corvo) as práticas e estratégias políticas utilizadas no Concelho de Ponta Delgada, ainda por cima, quando estas já demonstravam visível desgaste; talvez mais (porque começou mais cedo) do que os vários “tiros nos pés” dados ao longo dos meses de Setembro e Outubro – atemorizar com o “resgate” Açores/Portugal para logo apontar quem melhor o podia renegociar e/ou “desfazer” / acenar com um n x 9 que antes de o ser já era um n x 8 / desembainhar o contraditório chorrilho de promessas que ouvimos, a última das quais (os 15.000 empregos) a fazer lembrar o pior da “era socrática” –; mais do que tudo isso, dizia e estou convencido, a recente derrota eleitoral, sobretudo a alargada margem que aquela consubstanciou, teve muito a ver com a terrível tendência que o PSD/A tem patenteado: aplaudir e louvar submissa e de forma seguidista os líderes do partido em Portugal.

Acredito na renovação. Aliás, mais ainda do que todos os outros motivos antes referidos, estou certo ter sido a renovação, muito propalada e não menos bem evidenciada no projecto de Vasco Cordeiro – em contraponto com o de Berta Cabral, não obstante o célebre “out door” dos figurantes – o verdadeiro “motor” da vitoriosa campanha que renovará a presidência do Governo dos Açores.

A renovação no PSD/A também é bem-vinda. Porém, não há renovação sem que, antes de tudo o mais, se renove as mentalidades (esperemos que o “tropeção de Duarte Freitas seja só isso mesmo: “um tropeção”).

Só com uma nova geração: arejada, descomplexada, desejosa de emancipação e capaz de aceitar o risco de encarar o mundo sem se agarrar às “pernas do papá”, os Açores podem também, um dia, renovando, emancipar-se.

Venham os mais jovens, cheguem sem peias nem teias: a Mátria açoriana agradece!

A.O. 27/10/2012; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)


sexta-feira, outubro 12, 2012

Este ano, 7: No futuro, 70x7

Está patente em Santa Clara, no Centro Cívico e Cultural da freguesia (caso emblemático da gestão social e política do município de Ponta Delgada, que dá guarida e emprego aos que nas listas lideradas pela ex - presidente da CMPD perderam eleições nas suas freguesias e mantém cativa, como inquilina enjeitada, a Junta de Freguesia local), uma exposição de documentos, publicações, fotos e objectos, mostrando parte do muito que mudou em Santa Clara desde que se emancipou de São José, mas fazendo também, e simultaneamente, um retrato de Santa Clara desde 2005 a 2012.

“Sete anos, sete vidas”, patente ao público até dia 16 de Outubro (embora só nos dias úteis e entre as 18:00 e as 20:30), pretende com o seu título aludir à tenacidade em fazer nascer e manter a mais jovem freguesia urbana de Ponta Delgada e com o seu conteúdo mostrar a muita “obra” (mais humana do que material) feita em resultado de um mobilizador projecto de cidadania, pois como se sabe – mas nunca é demais repetir – os destinos da freguesia estão desde a primeira hora entregues a um grupo de cidadãos, intitulado “Santa Clara – Vida Nova”, que à margem dos partidos (mas não contra estes – só o PSD não entendeu o projecto), com grande dedicação e perseverança, reflectindo a forte identidade de Santa Clara, não se poupam a esforços para recuperar o tempo perdido (anos em que Santa Clara foi considerada, e tratada, como o “fundo do quintal de Ponta Delgada”).

Neste seu sétimo ano de vida, Santa Clara recebeu uma especial prenda, pois as suas contas, auditadas pelo Tribunal de Contas, passaram sem mácula, com o único reparo referindo a obrigatoriedade das mesmas serem publicadas no “website” da freguesia (o que de imediato foi efectuado).

“Renovação: avança uma nova geração” foi o lema de campanha usado para o segundo mandato de “Santa Clara – Vida Nova” à frente dos destinos de Santa Clara. Avançou mesmo uma nova geração! Mudaram as pessoas. O que ficou inalterável foi a competência o esforço e a dedicação emprestadas ao projecto, com a juventude – e a vitalidade que daí advém – do novo executivo apresentando-se como mais valia considerável.

Longos anos para Santa Clara.

A.O. 13/10/2012; “Cá à minha moda" (revisto e muito acrescentado, sobretudo com o que não pode ser publicado em dia de reflexão eleitoral)