terça-feira, janeiro 18, 2005

Acertar agulhas

Quando, já por saturação, começávamos a ouvir sem que nos afectasse o corrosivo discurso de Durão acusando Guterres de ter fugido para não se atolar no pântano em que deixou o país, é ele próprio, como José Barroso, quem salta fora agarrando a “taluda” que lhe foi para à mão deixando a “terminação” por conta de uns quantos!
As “trapalhadas” que se seguiram dispensam mais comentários. Mas não evitam, seja qual for o resultado da distribuição dos votos recolhidos aqui nos Açores – é sob esta perspectiva que me interessa analisar a questão – que a chefia do novo governo venha a ser entregue, em bandeja de prata, a José Sócrates.
Em Fevereiro próximo, aqui nos Açores, vamos ter mais uma daquelas eleições “sem sabor”, em que a nossa contribuição para o objectivo principal é – para não dizer nula – diminuta!
Pode mesmo acontecer a quem for votar na última hora, que, querendo, o possa fazer já com o conhecimento quase exacto do resultado daquilo que de facto está causa.
Quem habitualmente vota levado pelo marketing partidário, para variar, tem uma oportunidade de exercitar um voto em sentido divergente ao das maiorias dominantes; basta para isso colocar a ênfase no candidato, na sua real possibilidade em vir a ser eleito, e sendo-o, no modo como irá exercer o cargo.
Bem vistas as coisas, não é o voto dos açorianos que vai decidir a eleição do próximo primeiro-ministro!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém