terça-feira, junho 06, 2006

06/06/06




( Algumas, "clikando" aumentam)
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Por mais que a muitos custe, o 6 de Junho de 1975 está para a autonomia dos Açores – e da Madeira – como 25 de Abril de 1974 para a democracia em Portugal!
Vejamos um simples exemplo. Já passava mais de ano sobre a Revolução dos Cravos, e, em Portugal, no Ministério da Administração Interna da altura, como se ainda fosse “o tempo da outra senhora”, preparam uma nova divisão administrativa do território, desta feita, transformando os Açores numa província – não sendo ultramarina, seria, quiçá, adjacente!! –, que, com outras oito parcelas do então já ex-império (Madeira e mais cinco províncias em “terra firme”), duas delas as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, todas dotadas de autonomia político administrativa, corporizariam o projecto de regionalização ao tempo em curso.
Só após o “6 de Junho”, e, digam o que disserem, em consequência directa deste, pensaram ir um pouco mais além no que aos Açores e à Madeira dizia respeito. Na madrugada de 20 de Junho, ainda “na ressaca” dos acontecimentos em Ponta Delgada, usando uma estratégia "de amansar" que surte efeitos e ainda hoje é adoptada, o Conselho da Revolução determina como medidas a implementar nos Açores, entre outras: a atribuição imediata de 100.000c ao Plano Pecuário dos Açores; um significativo apoio ao sector das pescas e conservas de peixe; a urgente cobertura médica do arquipélago; e até, imagine-se, a instalação de um Secretariado Regional da Banca.
Para desfazer a suspeita de uma qualquer recente conversão, devo esclarecer que quanto a autonomia, defendo para os Açores a mesma que foi concedida, por exemplo, a Cabo Verde e a Timor. O que acho desnecessário é repetir erros, no caso de Timor, por mais de uma vez cometidos. Nada tenho a opor se a autonomia dos Açores seguir o exemplo da Catalã, evoluído até um “divórcio de veludo”, tal como o que aconteceu recentemente em Montenegro.
Do próprio, in A. O. “à minha maneira”