quarta-feira, setembro 02, 2009

Santa Clara - Vida Nova: AVANÇA UMA NOVA GERAÇÃO



O exemplo, e a força da palavra, têm uma enorme capacidade de intervenção. Mesmo quando isto acontece, aparentemente, de forma ocasional ou involuntária!

Quando se tornou oficial a apresentação no Parlamento Açoriano, pelo PCP, da proposta de criação da Freguesia de Santa Clara (já pouco falta para completar uma década sobre esta data), nas páginas do Correio dos Açores, em artigo de opinião com pouco mais de um milhar de caracteres, ainda empolgado com o facto daquela “luta antiga” ter finalmente condições de um feliz desfecho, saiu-me a seguinte frase:

(…) Se Santa Clara fosse uma freguesia, seria mais difícil arrasar a “Mata da Doca” – e o muito que ela representava para Santa Clara – sem ao menos terem oferecido outras alternativas de ocupação, sadia, dos tempos livres aos jovens do bairro (…) .

Só muito mais tarde, durante a pré campanha eleitoral para as autárquicas de 2005, tomei conhecimento da célebre homilia do Padre Fernando, na “Festa de Cristo Rei” em 1968, quando o principal mentor da criação da freguesia de Santa Clara, perante um alto responsável pelo Governo Civil, disse:

(…) Não se construiu a nova Igreja de Santa Clara na “Mata da Doca” e um jardim de dimensões óptimas, com parques de diversões e campos de jogos, porque os Senhores do Poder nunca o quiseram, não autorizando o andamento dos projectos. A paróquia de Santa Clara perdeu muito com isso, se Santa Clara já fosse freguesia talvez não fosse assim (…).

Não me recordo de ter ouvido esta homilia, mas uma coisa é certa, não sei desde quando, nem como, mas com certeza o meu subconsciente registava indelevelmente o grito de revolta que aquelas palavras do Padre Fernando representaram, levando-me, de uma ou de outra forma, como que a reproduzi-las em 2001.

Tendo passado mais de meio século em Santa Clara, não foi só aos da geração que me precedeu, ou da minha geração, que o Padre Fernando ajudou a formar o carácter. Como se vê pelo exemplo da Carolina da Elisa e da Rita (apenas três, mas há mais, muito mais), também muitos daqueles que agora estão na casa dos vinte, fazem brotar as características “semeadas” pelo Padre Fernando ao longo da vida em seus pais, e avós.
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O exemplo, mais do que a força da palavra, têm uma enorme capacidade de intervenção!