segunda-feira, novembro 12, 2012

O fim do Império



Tinha planeado a minha vida de forma a hoje, Sábado (09.11.2012), poder ir assistir, na Universidade dos Açores, à dissertação: “Pensar Açores – o fim do Império”, proferida pelo Dr. José Almeida. Vá lá saber-se porquê (mas imagino: há temas e pessoas que causam urticária ao “zeladores da pátria”, sobretudo agora que o “império”, para além do retângulo ibérico, está reduzido aos Açores e à Madeira), notícias de última hora deram conta que o Dr. José Almeida já não incluiu o painel de palestrantes.

Passam os anos, modificam-se os arquétipos e paradigmas, mas fica quase inalterável o “delírio imperial” de uns quantos, que não obstante já pouco mais serem do que meros regentes por conta da Troika, quais “duquesas de Mântua” ou “Migueis de Vasconcelos”, tudo fazem para não perderem uma oportunidade de “puxar pelos galões” ou “arejar a farpela” de representantes do “dono da quinta”, uma "quinta" que desde há muito já deu provas de saber (e poder) viver sem tutelas que nada acrescentam, bem pelo contrário.

Há coisas que não mudam, ou mudando, o que se altera é muito pouco! Perante tanta inércia, tanta presunção e tanta desavergonhada representação – quem se pode esquecer da presença de Miguel Relvas na tomada de posse do novo Governo dos Açores? –, vá lá mais uma vez saber-se porquê, fica-me sempre a sensação que há quem ainda se inflame com o grito salazarento que nos impingiam em criança nas tardes de Mocidade Portuguesa, só que agora, passados todos estes anos, com menor amplitude. Dantes gritava-se: “Do Minho a Timor…. Portugal, Portugal, Portugal”. Agora, impelidos pelo mesmo desejo, porém impedidos de repetir a mesma coisa, parece que dão largas ao “delírio imperial” que os consome gritando em êxtase: “Do Minho ao Corvo … Portugal, Portugal, Portugal”.

A.O. 09/11/2012; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)