sábado, fevereiro 02, 2013

Os Piratas do Mar dos Açores



Caiu a máscara. Agora, sem as subtilezas utilizadas num passado ainda não muito distante – como aconteceu com os proveitos da Base das Lajes enquanto foram generosos e fartos, ou até depois, quando já mais minguados e subtilmente transformados em FLAD –, é de forma desenvergonhada e descarada que os portugueses pretendem dar continuidade ao seu modo de nos espoliar. A matriz do recente projecto de lei, que a pretexto da “extensão da plataforma continental” mais não pretende do que retirar poderes aos Açores em relação à gestão e usufruto dos recursos do NOSSO mar, é disso bom exemplo.
É fácil dizer que nós, Açores e açorianos, “vivemos à pála” das transferências do Estado português quando este mesmo Estado “abocanha” as nossas riquezas (localização geoestratégica inclusive), controla e estrangula as nossas potencialidades e capacidade de desenvolvimento, e, nem daquilo que usa e diz ser seu, como por exemplo os bens patrimoniais ao serviço das funções de Estado aqui exercidas, sabe zelar e manter!
O Mar dos Açores é a nossa (dos Açores) reserva estratégica; o “nosso petróleo” (talvez até também em sentido literal); o “nosso ouro”. O Mar dos Açores será, sem dúvida, a “grande âncora” da nossa (açoriana) soberania!
Por isso é reconfortante verificar a unanimidade que a defesa e salvaguarda desta parcela dos interesses dos Açores está a gerar junto daqueles que, via democracia mas também escassa autonomia até aqui conseguida, para tal foram eleitos. Tal como é animador constatar como o Presidente do Governo dos Açores não tenha poupado no verbo (são suas palavras: “pirataria travestida de lei”, “aberração”) para adjectivar mais esta nova afronta. Mas não basta. Todos somos poucos para defender o Mar dos Açores: há que apelar à mobilização geral.
A propósito: é bom saber o que pensam sobre o assunto aqueles que, na “Casa da Democracia Portuguesa”, eleitos pelos Açores, dos Açores deveriam fazer sua primeira e única bandeira a defender. Será que vão proceder como fizeram no passado recente? A ver vamos!

A.O. 02/02/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)