terça-feira, dezembro 14, 2004

A cada um, sua cruz

Ainda estão por aí – até nas estradas – resquícios da anterior, e eis que nos achamos, de novo, em campanha eleitoral.
Sou daqueles que pensa que, se o PR errou, fê-lo apenas por não ter resolvido o assunto, convenientemente, há quatro meses; uma coisa é Santana substituir Durão na liderança do PSD – fora do partido ninguém mais tinha nada a ver com o assunto –, outra, bem diferente como se viu, foi promovê-lo a Primeiro-ministro. Aí, as mazelas foram muito para além do PSD!
A justificação que encontro para a forma “facilitada” como o Jorge Sampaio permitiu a chegada de PSL à chefia do governo, só pode ter a ver com o desejo do PR esperar tudo, menos uma ponta final de mandato como aquela que a “taluda europeia” de José Barroso lhe proporcionou; sorte grande para um, e, literalmente, uma desagradável terminação para o outro! É que não será fácil a Sampaio livrar-se da penumbra de maquiavelismo que paira sobre todo o processo, sobretudo tendo em conta a ferrugenta época pré-socrática!
Santana Lopes, por sua vez, não defraudou “sua galera”. Espectáculo não faltou. O facto foi que em cada cinco foguetes ao ar, quatro caíam-lhe em cima, com Paulo Portas a ser, entre ambos, quem ganhou com o prolongar do arraial. Podiam ter poupado Victor Cruz. Que mais não fosse, por ainda recentemente, também arrastado por Pedro & Paulo, já ter tido o seu: - “Amanhã é um novo dia”!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém