terça-feira, março 15, 2005

Ainda Março, ainda autarcia

Entre o salazarista “orgulhosamente sós” e a utopia progressista expressa em: “A última palavra sobre o socialismo ainda não foi pronunciada. Não está entre os ricos. A solução para os nossos problemas está em assumirmos definitivamente nossa autarcia!” (C.B. Notas sobre o Relatório ONU 2000), estará o meio-termo que nos interessa. Com certeza, mais próximo da atitude empreendedora e visionária dos açorianos que transformavam em ouro os frutos da terra que vendiam na “Europa desenvolvida”, do que na dos seus actuais patrícios, conformados, cúmplices de desperdícios incalculáveis - já próximos do dia em que o "barril de água" será o fiel da "balança global", nos Açores, até água continuamos a comprar fora - , vivendo do dinheiro da "europa rica" que nos chega via "europa terceiromundista"!
A última campanha autonómica (1974/77) é um marco importante da nossa história recente, e com óbvios reflexos na afirmação, dignificação e bem-estar dos açorianos. Mas a nossa completa realização só acontece criando de riqueza. E, se é certo que houve esforços e avanços no crescimento económico-social, sobretudo no sector da educação e infra-estruturas, é também certo que a nossa situação económica continua muito dependente, isso, não obstante o seu grande potencial.
Quando aliado a um eficaz projecto de desenvolvimento sustentado - envolvendo e beneficiando todos -, o brio que só um ser independente pode ter, é uma parte muito importante daquilo que é necessário para ser capaz de ultrapassar a dependência económica!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém