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Vista aérea de Santa Clara em meados da década de 50 do século XX, com a "Mata da Doca", e o recorte da costa (a "Ponta Delgada", o "Calhau da Areia" e a "Entrada"), muito próximo do que sempre foi.
Sem – ao menos até agora – conseguir ficar à margem do rebuliço eleitoral que já se faz sentir em Ponta Delgada, vão finalmente acontecer as primeiras eleições para Freguesia de Santa Clara.
De facto, SANTA CLARA – em 1580, por mando do Bispo D. Pedro de Castilho; a terceira freguesia de Ponta Delgada a ser criada –, após a sua “pia baptismal” e sede de paróquia ter circulado por diversas ermidas, capelas e igrejas, cerca de 1728 perdeu para S. José o estatuto de Freguesia, passando a ser desde então o singelo curato que o Padre Fernando Vieira Gomes encontrou quando 1949 ali chegou.
O Padre Fernando, o mesmo que, desde 1956, foi um dos mais acérrimos defensores da elevação de Santa Clara a Freguesia!
Tal como aconteceu no tempo da ditadura, também nos primeiros vinte anos de democracia, por via da quase absoluta hegemonia de uma só força partidária, os ancestrais anseios da população de Santa Clara sempre foram ignorados!
É pois com pena que se assiste, após enumeras e insistentes tentativas, à impossibilidade de, nesta PRIMEIRA disputa eleitoral, ver repetida uma plena conjugação de esforços, como aquela que se verificou na votação, unânime e aclamada, obtida pela proposta que o PCP entregou em 2001; origem formal da criação da freguesia.
Tal como então, reforçar do esforço fundacional de Santa Clara, mais do que justificava remeter para segundo plano os mesquinhos interesses partidários, agora e sempre, muito empolados.
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O pouco que sobra da "Mata da Doca", e os esgotos, entulho e lixo agora existentes no local onde, muito possivelmente - segundo Gaspar Frutuoso - varavam "(...) seus batéis por alguns dias, nos quais, fazendo salga neles(...)" aqueles que de Vila Franca vinham à caça dos porcos monteses "(...)além da cidade da Ponta Delgada, para aquela banda de Santa Clara, até a casa de Francisco Ramalho (...)".
"É de meter dó!"
Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém