terça-feira, junho 03, 2008

Dia dos Açores: um para esquecer, outro por estabelecer.




Passadas que estão três semanas sobre uma “2ª Feira da Pombinha” de má lembrança – o tempo passa e com o seu decorrer a memória tende a “amolecer” –, e porque, entretanto, já estamos em cima de um outro 6 de Junho; mais cedo ou mais tarde o dia dos Açores por excelência, permitam-me “afogar a mágoa” do passado dia 12 com a evocação, e exaltação, do dia em que milhares de açorianos, reivindicando independência, abriram caminho para esta acanhada autonomia de conveniência, cujo estatuto, nem o conceito de POVO AÇORIANO consegue impor ao resquício de poder colonial português que perdura:
Acanhada, sim; porque mesmo sem estar sujeita às adversidades de 1895 (instabilidade pós ultimato/mudança de regime/1ª Grande Guerra) não consegue criar alicerce, nem “músculo”, para resistir a uma ameaça tipo “Estado Novo" versão Século XXI que por aí apareça.
E, também, de conveniência; porque em tempo de excepcional abastança – pelo menos assim foi durante as duas últimas décadas – aqueles que têm (ou deviam ter) como missão servir, mostram-se sempre muito mais eficazes nas unanimidades conseguidas em defesa de interesses próprios, ou outros mais mesquinhos (aumentar alcavalas pessoais/atribuir comendas dispensáveis) do que na defesa intransigente de princípios fundamentais para TODOS nós; POVO AÇORIANO.
A 3 dias do 33º aniversário do 6 de Junho de 1975, após uma “2ª Feira da Pombinha” de triste recordação, não consigo deixar de questionar quais terão sido as misteriosas forças que empurraram a ALA (isto não é erro. É propositado: tal como fica bem Governo dos Açores, melhor fica ainda Assembleia Legislativa dos Açores) para aquela tão silenciosa quanto unânime condecoração? Será que numa assembleia mais eclética as recentes unanimidades aconteceriam? Estou em crer que não! Nem mesmo o PCP – adversário do 6 de Junho – votaria favoravelmente a comenda “All_tino”.
A. O. 03/06/08; “Cá à minha moda” (Revisto)