sábado, março 02, 2013

Águas de Março



 


Ainda é cedo, mas logo se saberá das consequências resultantes da recente “imposição Goldman Sachs” na vida pública italiana. Haja esperança: se aconteceu o que aconteceu com Monti, que é Monti, com ou sem “5 Estrelas” (mas não desprezando as ajudas que daí advêm: que grande pedrada no charco!) o mesmo poderá acontecer com outro qualquer “pau mandado”, em especial tratando-se de Coelho, um Relvas/Gaspar dependente. Mas, sendo ainda cedo para conhecer o desfecho da “onda Grillo”, o que já se conhece é a merecida vontade de castigar os putativos “salvadores da pátria”, possuídos por uma obsessão ultra liberal que os torna servis servidores de quem gere e comanda os ditos mercados, governantes carecidos de ideias e vontade própria, bons mesmo só para serem “levados ao andor”, já que depois de lá instalados fazem “milagres”. Veja-se o do fim das “gorduras do Estado”, rapidamente transformadas num “raspar do osso até ao tutano”, incluindo aos mais desfavorecidos. É pois esta a marca que fica – causando enorme “fartote” – de uma partidocracia doentia, onde, da alternância que se conhece, volta após volta, cada um que aparece é mais incompetente que o anterior, e todos exibindo uma escandalosa defesa de interesses próprios e dos próximos (já sem disfarce), daí a espiral de contradições e mentiras que se conhecem.

Hoje é 2 de Março. Em 1895 – há 118 anos – foi decretada a “velha autonomia”. Velha mas frutuosa: filha da “questão do álcool” e mãe de um surto de desenvolvimento industrial e mercantil apreciável, porém já ultrapassada. Com Salazar, clara e descaradamente (tal como com a moeda própria), ou cínica e metodicamente (como sucedeu com todo o resto), a “velha autonomia” foi definhando. Terminada a Ditadura seguiram-se outras Autonomias. Sempre envergonhadas. Sempre incapazes de se libertar das grilhetas de um paternalismo mais preocupado em castrar e extorquir – é ver o que se passa com os “novos salazares” e/ou com a agora tão propalada questão da “extensão da plataforma continental” – do que em, e naturalmente, “cortar o cordão umbilical”. O tempo é outro. A Autonomia está caduca. Há que reclamar outros 2 de Março e/ou 6 de Junho. Há que lutar pela Autodeterminação!

Hoje é 2 de Março de 2013: “cheira a rua”; pairam bons prenúncios no ar!


A.O. 02/03/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)