Ainda é cedo, mas logo se saberá das
consequências resultantes da recente “imposição Goldman Sachs” na vida pública
italiana. Haja esperança: se aconteceu o que aconteceu com Monti, que é Monti,
com ou sem “5 Estrelas” (mas não desprezando as ajudas que daí advêm: que
grande pedrada no charco!) o mesmo poderá acontecer com outro qualquer “pau
mandado”, em especial tratando-se de Coelho, um Relvas/Gaspar dependente. Mas, sendo
ainda cedo para conhecer o desfecho da “onda Grillo”, o que já se conhece é a
merecida vontade de castigar os putativos “salvadores da pátria”, possuídos por
uma obsessão ultra liberal que os torna servis servidores de quem gere e
comanda os ditos mercados, governantes carecidos de ideias e vontade própria, bons
mesmo só para serem “levados ao andor”, já que depois de lá instalados fazem “milagres”.
Veja-se o do fim das “gorduras do Estado”, rapidamente transformadas num “raspar
do osso até ao tutano”, incluindo aos mais desfavorecidos. É pois esta a marca
que fica – causando enorme “fartote” – de uma partidocracia doentia, onde, da
alternância que se conhece, volta após volta, cada um que aparece é mais
incompetente que o anterior, e todos exibindo uma escandalosa defesa de
interesses próprios e dos próximos (já sem disfarce), daí a espiral de contradições
e mentiras que se conhecem.
Hoje é 2 de Março. Em 1895 – há 118
anos – foi decretada a “velha autonomia”. Velha mas frutuosa: filha da “questão
do álcool” e mãe de um surto de desenvolvimento industrial e mercantil apreciável,
porém já ultrapassada. Com Salazar, clara e descaradamente (tal como com a
moeda própria), ou cínica e metodicamente (como sucedeu com todo o resto), a
“velha autonomia” foi definhando. Terminada a Ditadura seguiram-se outras
Autonomias. Sempre envergonhadas. Sempre incapazes de se libertar das grilhetas
de um paternalismo mais preocupado em castrar e extorquir – é ver o que se
passa com os “novos salazares” e/ou com a agora tão propalada questão da “extensão
da plataforma continental” – do que em, e naturalmente, “cortar o cordão
umbilical”. O tempo é outro. A Autonomia está caduca. Há que reclamar outros 2
de Março e/ou 6 de Junho. Há que lutar pela Autodeterminação!
Hoje é 2 de Março de 2013: “cheira
a rua”; pairam bons prenúncios no ar!
A.O. 02/03/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)