sábado, abril 13, 2013

Salagasparzar



A recente exigência de “visto prévio”, castigo com que Victor Gaspar entendeu penitenciar uns quantos logo após, pela segunda vez consecutiva, lhe terem feito ver que o “quero, posso e mando” ainda não está acima de todas as regras, deve fazer “soar campainhas” pois remete para 1933, mesmo passando por cima do 28 de Maio de 1926!
A rapidez de reacção (que diferença quando comparada com o eternamente adiado cortar de regalias e mordomias à séria: PPP’s, rendas excessivas, assessores de luxo, etc. e tal) tal como a burocracia que o “gasparista visto prévio” acarreta, só justificadas por uma grande e leviana emotividade, de imediato, fizeram-me recordar uma anedota do tempo da “velha senhora”, na qual um Salazar, “piedoso”, por escrito e caso a caso, se propôs passar um “livre conduto” a uns quantos “pobrezinhos” que cirandavam os jardins na proximidade da de São Bento colhendo e comendo trevo, “livre conduto” este com o qual os “coitados” podiam evitar a dura punição estabelecida, apesar de tudo, mais leve do que a decretada para quem fosse apanhado a mendigar.
Anedota à parte, só me ocorre uma justificação para este estardalhaço sem efeito prático aparente: o Dr. Gaspar foi a Belém com o intuito de se “por na alheta”, por um qualquer motivo (logo se saberá) obrigaram-no a “aguentar”, e, o “mestre nas folhas de Excel”, numa tripla vingança (TC, PM e PR), chamou a si todo o poder. Lembrem-mo-nos que também Salazar deixou a pasta das finanças para depois regressar todo-poderoso como “Presidente do Conselho”!
Mas há um outro “terlintar de campainhas” que não deve – nem pode – ser ignorado. Quando, em comparação com os desmandos e delírios Gaspar/passistas (será que Relvas “já não pica relva” nenhuma?) as vozes e opiniões de Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix soam a “música angelical” é caso para dizer que só mesmo o próprio e a sua corte mais chegada não enxergam que “o rei vai nu”!
E nós açorianos, temos de “por as barbas de molho”. É que vendidos como eles estão aos ditames da alta finança mundial; obcecados como se apresentam em passar por “bons alunos”; determinados como parecem em pagar tudo até ao último cêntimo (mesmo ignorando que do outro lado estão agiotas e que os juros só por si fermentam mais a dívida do que os próprios deficits), depois de valorizar as garantias que os Açores representam diminuindo em simultâneo as receitas que por direito nos pertencem, ainda nos vendem, ilha a ilha!

A.O. 13/04/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)