Aproveitando o facto do tema, e
muito bem, ir “andar na baila” nos próximos dias, vou também a ele regressar
com algumas das “achas” com que ando alimentando “esta fogueira” ao longo de
anos.
Relembro que, de forma diferente do que se passou por exemplo em
Cabinda, enquanto Timor-leste foi uma possessão portuguesa, nunca se ouviu
falar do petróleo que sob o seu mar existia. Apesar de tudo, mesmo depois dos
portugueses terem sido empurrados “borda fora” daquela ilha, muito pouco se
falou sobre as riquezas que o mar de Timor escondia.
Nos Açores, onde – para alguns só recentemente
– já se começa a ter uma ideia da fortuna que existe sob o nosso mar, riqueza
que inclui metais preciosos e jazidas – mais cedo do que tarde viáveis – de
combustíveis fósseis, há que tomar consciência de que, ao invés do que gostam
de nos fazer crer, “os coitadinhos” não somos nós, sim outros.
O Mar dos Açores é o nosso “petróleo” e uma das
âncoras da nossa soberania: da soberania do Povo Açoriano! Recursos que
garantam a nossa independência não faltam. O que nos falta, isso sim, é
libertarmo-nos das grilhetas que com a capa desta autonomia nos tolhem. O que
nos falta é pugnar para exigir decidir sobre a nossa própria soberania:
condição última para negociar as dependências que subsistam. Isso é tanto mais
verdade quando a nossa dupla dependência desloca-se cada vez mais de Lisboa
para Bruxelas, obrigando-nos a “despachar com subchefes”, impedidos que estamos
de aceder directamente “aos chefes”. Nós ainda nem, tal como outros já o fazem (bascos,
catalães e galegos, por exemplo), podemos eleger em partidos próprios – e não
nas quotas para “nativos” que os partidos portugueses concedem às suas
sucursais açorianas – os nossos representantes no seio da UE. E já lá vão 39
anos após o 25 Abril!
Por falar em 25 de Abril: O discurso de Cavaco Silva lembrou, como nunca,
outros tempos. Até recordou Américo Tomás! Nunca como naquele discurso o “um
presidente, uma maioria, um governo” se aproximou tanto do que sempre me pareceu
querer ser: uma “União Nacional”, à moda antiga!
A.O. 27/04/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)
A.O. 27/04/2013; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)