Apesar de três anos de vida
exaurida, para alguns, para a maioria – e foi prometido que assim não seria;
que acabar com as “gorduras do Estado” chegava e sobejava! – e quando se torna
óbvio que o resultado deste autêntico “confisco fiscal” (não era esta a
expressão que Paulo Portas tanto gostava de usar?) leva sumiço só no tapar do
buraco BPN, eis que um novo buraco, desta vez a cratera BES, está no nosso
caminho.
A nova tragédia indicia que o
“caminho das pedras” é para continuar, para ser trilhado com ainda mais dor, embora
o “Comité de Propaganda de PPC” se esforce em dizer que desta vez não será
assim; que não serão os “dinheiros públicos” a tapar o buraco; balelas… Dizem isso com o mesmo
descaramento com que disseram não ir aumentar impostos nem despedir à farta;
dizem isso com a mesma “cara de pau” com que ainda recentemente afirmavam que
os problemas do GES nada tinham a ver com os do BES, então ainda uno, seguro,
tão recomendável que até mobilizou o Presidente da Republica Portuguesa em defesa
de tamanha segurança. Isto antes: antes do acelerado Conselho de Ministros, o
das votações virtuais; antes da dicotomia “Banco BOM” “Banco MAU” ter criado um
problema que, se não me engano, aprofundará ainda mais a medonha cratera GES/BES;
antes “deles”, os principais artistas, se terem colocado “a banhos” e “calado
como zorras”; antes de, como se adivinhava inevitável, a realidade (primeiro
dando a conhecer documentos pretensamente omitidos e logo abrindo novas e sérias
feridas) os desminta, a todos. Antes de tudo isso, mas depois, muito depois, quase
um ano depois, de serem conhecidos indícios de gestão fraudulenta no universo
do bom, hoje mau e amanhã, quiçá, vilão, “Dono Disso Tudo”!
Foram os Oliveiras Costas e quejandos
quem viveu acima das suas possibilidades (até quando financiaram campanhas
eleitorais), mas são “os papalvos”, nós, ainda para mais acusados de viver
acima das nossas posses, quem paga a factura!
Isto já tresanda, e para acentuar
o mau cheiro ficamos esta semana a saber que eles, sempre os mesmos, continuam
a “criar gordura”: então o filho de Durão Barroso não foi contratado, por
convite, para ir ajudar desregular para o Banco de Portugal…
A.O. 16/08/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)