segunda-feira, agosto 30, 2004

A primeira Santa Clara; no caso, a terceira freguesia

"D. Pedro de Castilho, que foi bispo dos Açores desde 1577 a 1582, criou a terceira paróquia de Ponta Delgada, dando-lhe por sede uma ermida dedicada a Santa Clara.
O Dr. Ernesto do Canto (Notícia sobre as Igrejas, Ermidas e Altares da Ilha de S. Miguel) considera que aquela ermida foi a que ainda existe no extremo oeste da cidade, escrevendo que ela já existia em 1522 data da subversão de Vila Franca, por dizer o Dr. Gaspar Frutuoso (Liv. IV cap. 36) que as filhas de Jorge Melo, daquela vila, atemorizadas com a catástrofe vinham em caminho de Ponta Delgada para fazer penitente em Santa Clara, quando resolveram a ficar na ermida da Conceição do Vale da Caloura. (...)"
Francisco Maria Supico; in A Persuasão, Agosto de 1905

"Esta Ermida, segundo consta na tradição, foi eregida no planalto que domina a referida ponta (a ponta de pedra de biscouto delgada e não grossa), sendo, mais tarde, reedificada mais para o interior, ocupando o sítio actual por, segundo constar, ter sido a Imagem encontrada num silvêdo, quando a recolheram no primeiro Templo, do qual por várias vezes fugiu, até que, sendo tão claramente manifestada a sua vontade, erigiram a nova Ermida onde era seu desejo ficar.
É, este, como se vê, mais um caso a crescentar a tantos outros que nos narram a fuga de Imagens dos seus Templos (...)"
Luís Bernardo Leite d'Athaíde; in a Ilha, Julho de 1949

sexta-feira, agosto 27, 2004

O "Calhau da areia" em meados da década de 60




Era ainda assim, em meados da década de sessenta (64, 65, quando muito 66) o "calhau da areia". Assim tinha ficado depois do enorme aterro afectuado aquando da construção do porto de Ponta Delgada, sobre o qual foi construída a linha férrea por onde circularam as locomotivas da doca, no seu percurso entre a pedreira da mata e as obras do porto, transportando as muitas toneladas de pedra para ali necessárias.
Já então, a "pequena baía de areia" - como Frutuoso a descreveu -, areia propriamente dita tinha muito pouca, embora na maioria dos verões, sobretudo na estrema poente, próximo da "cunhal da maré" - o enorme penedo que se vê por detrás da crinça em primeiro plano na foto -, se concentrasse um significativo volume de areão grado, "conforto" que fazia do local um dos recintos de banhos por excelência para a população local.
Hoje em dia até o "cunhal da maré", completamente soterrado por entulhos e lixo, desapareceu!
A fotografia editada em "post" anterior - tirada em Abril de 2004 de um local muito próximo do esgoto que esta foto mostra, embora a cota superior, sobre mais de dois metros de altura de entulho -, dá a exacta noção da "evolução" do local nos últimos quarenta anos. .... Posted by Hello

SANTA CLARA, a aldeia na cidade

Não sendo, poderá, no entanto, parecer paradoxo: - Santa Clara é ... aldeia na cidade!
A sua característica feição toponómica, a solidão da sua rua "direita", longa e tortuosa como afinal são a de todas as aldeias, os costumes da sua boa gente, e até mesmo a típica pronúncia dos seus naturais, levam-nos a afirmar, sem receio de qualquer comentário, menos sincero, que Santa Clara, o nosso populoso bairro, é de facto aldeia na cidade.
Na sua igrejinha, humilde e simples, pequenina e linda, na sua encosta, ora areenta e baixa, ora alta e escarpada, no seu geral aspecto, ora sombrio triste e solitário, ora movimentado alegre e tipicamente singular, o velho bairro de Santa Clara sugeriu, na sua existência e nos hábitos da sua modesta gente, estas considerações, a quem de perto, bem perto, sentiu e viveu, durante alguns anos, a vida que se vive no seio desta pitoresca aldeia da nossa Ponta Delgada.
Santa Clara, que em tempos idos fora por excelência o primeiro bairro piscatório açoriano, e onde durante vários anos o destino das gerações se sucediam sempre sobre o mar, é hoje, sem dúvida, o nosso maior centro operário.
Um dia, esse mar que levara o avô, levou o pai, e mais tarde o irmão também!
E nesse roubo impiedoso e cruel perdeu o mar um escravo, um amigo, e finalmente uma geração inteira. E os anos sucederam-se e, espalhando-se pelas mais diversas artes, o pescador, por sangue, trocou pelo mar o torno e a forja, o malho e o martelo, o compomedor, o metro e o livro, o escopro e a brocha, o pincel e as picaretas, a vassoura e até mesmo o sacho! Tudo, tudo ... mas o mar ... esse ladrão ... não! Esse, nunca, nunca mais!
E o bairro que ontem fora piscatório é hoje sem dúvida um dos maiores centros operários açorianos!
Mas para que se dissipe qualquer dúvida sobre as afirmações que acabamos de fazer, damos, aos nossos leitores amigos, breves traços, leves pinceladas da estranha mas simples vida íntima da grande família do popular e simpático bairro de Santa Clara.

Abertura de um extenso e detalhado texto da autoria de Lopes de Araújo, publicado sob o mesmo título em A Ilha, a 12 de Julho de 1947

quinta-feira, agosto 26, 2004

A ponta delgada vista do "Calhau da Areia"


Depois de muitas toneladas de lixo e entulho depositadas no Calhau da Areia - a , "pequena baía de areia, defronte das casas do generoso e em tudo grandioso Francisco Arruda da Costa" * - é isto o que resta da ponta delgada que deu nome a Ponta Delgada.
*Frutuoso, Gaspar; Saudades da Terra, Livro IV Posted by Hello

Partida. Uff... até que enfim!

O assessor júnior "baldou-se". Tive de recorrer a um outro, via telefone, um daqueles que sabem disso "p'ra caraças", alguém que um dia até é capaz de vir a substituir o "Jorge Gomes".
Passada que foi mais de uma hora pendurado ao telefone, três "downloads" depois - um deles abortado -, e após um sem número de "pragas rogadas" a este maldito Wxp, que por ainda não ter estabilizado, volta e meia, deixa-me pendurado, CONSEGUI!
Já irão ver o resultado. Só mais uns minutos, e o "oldpd"vai já começar.
Obrigado Hugo - sacana!! - , obrigado Barrim. Aqui vou eu.

Falsa partida

Pois é. Julgava que iria conseguir editar também uma foto.
Era bom, mas não foi! Amanhã, com o meu assessor por perto, talvêz vá lá.
A imagem do que resta da ponta delgada fica então para uma próxima oportunidade.

quarta-feira, agosto 25, 2004

Preparar

Hoje foi quase toda a tarde e noite nisso.
De princípio até pareceu fácil. A assessoria do meu filho foi de enorme utilidade. Porém, quando se fartou das minhas impertinências, deixou-me a "falar sozinho" com a desculpa que também ele não percebia nada disso, era a sua primeira vez; após o básico, se quizesse mais, que falasse com quem tem prática do assunto!
E para aqui estou eu tentando o segundo "post".

Aquecimento

Se tudo correr bem, em breve, terei também o meu Blog!