terça-feira, maio 24, 2005

Da Graciosa para Santa Clara

1ª foto: O Manuel Humberto, eu, e o Paulinho, na Mata da Doca, no fim da década de 50 do século passado (em frente às instalações da Associação Século XX), local completamente soterrado pelo prolongamento do Aeroporto de Ponta Delgada, tendo como cenário de fundo a hoje Rotunda da Autonomia.
2ª foto: O Sr. Humberto Ferreira, pai dos meus amigos, muito possivelmente descendente directo do "João (aliás José) Ferreira" proprietário da taberna/mecearia que me parece ser a referida em "vai levar estes pés de vinha a um sujeito que tem uma loja em frente ao Foral do Carvão", na qual João Herculano Inácio Pacheco Leal, filho do "emigrante da graciosa" de que o livro trata, estava à altura estabelecido .
No seu último livro – o 32º –, Manuel Ferreira, não obstante a sua provecta idade – 89 anos –, revelou-se mais uma vez o homem lúcido, inteligente e perspicaz que desde há muito nos habituou ser. O pesquisador incansável, meticuloso e persistente, ainda senhor de uma invejável capacidade de trabalho, está, sobretudo, cada vez melhor na arte de nos contagiar com aquele seu raro condão – no meu humilde universo; caso único – que nos desperta a paixão e o encantamento para a descoberta – ou aprofundamento – de causas, pessoas, ou coisas com as quais “tropeçamos” no dia a dia, e que, não fora o seu dedicado esforço, dificilmente tomaríamos consciência da sua proximidade e importância!
Em “Um Emigrante da Graciosa em São Miguel” o Comendador Manuel Ferreira, muito embora em determinada passagem - a delicadeza do assunto a isso o obrigou. Presumo!?- tenha dado um “delicioso nó” na sua habitualmente gulosa e escorreita prosa – daqueles que só se desfazem numa segunda passagem –, voltou a não fugir à regra. A páginas tantas, mesmo sem disso darmos conta, lá estávamos perdidos em recordações, deambulando por um edifício e terrenos que só o seu livro foi capaz de recuperar, acompanhando em brincadeiras infantis os descendentes, nossos contemporâneos, de uma das personagens da história.
Nem que seja só por isso; bem hajas Sr. Manuel Ferreira!
PS – (não publicado por exceder os 1400 caracteres que a coluna comporta)
Sobre o “Milagre” de Domingo, e para não bater mais no ceguinho, limito-me a subscrever o que Pedro Lagarto escreveu ontem aqui neste mesmo espaço. Dou também total concordância ao “Aprender com os erros” assinado por Nuno Mendes no jovem Jornal dos Açores.
Não imaginam a pena que tenho de não poder incluir neste grupo o José Silva.
Que mais será necessário acontecer?
Do próprio. In Açoriano Oriental/Cónicas do Aquém