Manuel Inácio de Sousa, uma das mais esforçadas “formiguinhas” do CDSC, com largas dezenas de anos (talvez recordista) de dedicada colaboração ao clube, nos finais da dácada de vinte, foto conteporânea da fundação do CDSC.
(à direita): Manuel Inácio de Sousa na década de sessenta, quando ainda dedicado dirigente - a Presidência do Conselho Fiscal em 1964 foi um dos seus ultimos cargos dirigentes - e activo colaborador do CDSC.
(à direita): Manuel Inácio de Sousa na década de sessenta, quando ainda dedicado dirigente - a Presidência do Conselho Fiscal em 1964 foi um dos seus ultimos cargos dirigentes - e activo colaborador do CDSC.
Só o conhecimento consegue atenuar a barbárie:
Um Solstício de Verão; o de 1927.
Manuel Inácio de Sousa, após dedicado trabalho, no fim de Maio de 1927 tinha pronta a tarefa a que se propusera; uma proposta de estatutos para o clube que, devidamente organizado, haveria de aglutinar – era este o grande propósito dos seus principais promotores. Um objectivo frustado, e, por via disso, causador de ainda maiores divisões, até que após 1931 o Sport Club Santa Clara deixou de ter actividade deixando ao Clube Desportivo Santa Clara o "exclusivo" da representação do bairro de Santa Clara no futebol associativo – as duas fracções resultantes da cisão que as desagradáveis consequências do jogo que havia decidido o título de Campeão na época anterior (1926/27), naturalmente mais um “União Sportiva” vs “Santa Clara” (6 de Março de 1927), haviam provocado. Eram elas uma sequência de graves acontecimentos, dos quais resultou a expulsão da Associação de Foot-ball de San Miguel do “velho” Santa Clara Foot-ball Club, sendo aceite em substituição – acto quase contínuo à expulsão do seu antecessor – a inscrição do Sport Club Santa Clara.
A excelência do documento conseguido – em muitos aspectos de qualidade superior a muitas das versões que mais tarde, pretendendo melhorá-lo, mais não fizeram do que adulterá-lo – denuncia a óbvia, sábia e categorizada colaboração do Dr. Lúcio Agnelo Casimiro, jurisconsulto com quem, ao tempo, Manuel Inácio de Sousa mantinha estreitas relações profissionais.
Na sequência normal deste processo, ficou então decido convocar para 21 Junho de 1927 uma Assembleia-geral, reunião que teve lugar no nº 38 da Rua do Frias, e da qual acaba resultando, inequivocamente, a fundação do CLUBE DESPORTIVO SANTA CLARA!
Tendo em conta o prazo que os estatutos então propostos para aprovação já determinavam para divulgação pública da convocatória (5 dias), e a folgada antecedência com que a decisão foi tomada (mais do dobro do tempo necessário), sou levado a crer que a data escolhida; o 21 Junho, não foi fruto de mera casualidade:
O 21 Junho não é um dia qualquer; trata-se em regra – para o hemisfério Norte – do dia em que acontece o Solstício de Verão, o primeiro dia do Verão, o maior dia do ano, o dia da luz, uma data já desde os Celtas associada à vitalidade, propícia à formulação de votos de felicidade, tradição assimilada pelo cristianismo com a evocação do popular S. João Batista, uma festividade que, quer no formato “verbena” quer como festa de salão, foi recorrentemente celebrada pelo CDSC entre 1928 e 1949. Só já no limiar da década de 50, e como consequência de um longamente ansiado grande êxito desportivo (as vitórias nos campeonatos, 1ºs e 2ºs categorias, da época 1948/49), é que uma eufórica ignorância – e talvez até algo mais – se encarregou de, em corruptela com o 31 Janeiro de 1935 (data da inauguração oficial daquela que ainda é a sede do clube) colocar em cena a “farsa do 31 de Janeiro de 1921”; “uma comédia” cuja longa permanência em palco até certo ponto se justifica por uma cultivada ignorância, mas que hoje, não já é admissível ver sustentada por obstinação ou bárbara teimosia!
Do grupo dos principais fundadores do CDSC, além dos dois já referidos, fazem também parte: Eduardo Reis Rebelo, João Joaquim Vicente Jr., José Cardoso, Humberto Pacheco Botelho, Álvaro Pimenta dos Santos, Ivo José Custódio, Carlos Augusto Raposo e Júlio César Ferreira Pacheco, um naipe de santaclarenses – na sua maioria geralmente ignorados –, alguns deles com dezenas de anos (em alguns casos consecutivos) de diligente dedicação ao clube, entre os quais se podem encontrar individualidades que dada a sua distinção e cultura, não é crível que ignorassem a carga simbólica do solstício de verão quando decidiram marcar, exactamente para 21 Junho de 1927, uma Assembleia-geral que, discutindo e aceitando os estatutos antecipada elaborados, transformou aquela sessão, indiscutivelmente, no acto de Fundação do CLUBE DESPORTIVO SANTA CLARA!
Um Solstício de Verão; o de 1927.
Manuel Inácio de Sousa, após dedicado trabalho, no fim de Maio de 1927 tinha pronta a tarefa a que se propusera; uma proposta de estatutos para o clube que, devidamente organizado, haveria de aglutinar – era este o grande propósito dos seus principais promotores. Um objectivo frustado, e, por via disso, causador de ainda maiores divisões, até que após 1931 o Sport Club Santa Clara deixou de ter actividade deixando ao Clube Desportivo Santa Clara o "exclusivo" da representação do bairro de Santa Clara no futebol associativo – as duas fracções resultantes da cisão que as desagradáveis consequências do jogo que havia decidido o título de Campeão na época anterior (1926/27), naturalmente mais um “União Sportiva” vs “Santa Clara” (6 de Março de 1927), haviam provocado. Eram elas uma sequência de graves acontecimentos, dos quais resultou a expulsão da Associação de Foot-ball de San Miguel do “velho” Santa Clara Foot-ball Club, sendo aceite em substituição – acto quase contínuo à expulsão do seu antecessor – a inscrição do Sport Club Santa Clara.
A excelência do documento conseguido – em muitos aspectos de qualidade superior a muitas das versões que mais tarde, pretendendo melhorá-lo, mais não fizeram do que adulterá-lo – denuncia a óbvia, sábia e categorizada colaboração do Dr. Lúcio Agnelo Casimiro, jurisconsulto com quem, ao tempo, Manuel Inácio de Sousa mantinha estreitas relações profissionais.
Na sequência normal deste processo, ficou então decido convocar para 21 Junho de 1927 uma Assembleia-geral, reunião que teve lugar no nº 38 da Rua do Frias, e da qual acaba resultando, inequivocamente, a fundação do CLUBE DESPORTIVO SANTA CLARA!
Tendo em conta o prazo que os estatutos então propostos para aprovação já determinavam para divulgação pública da convocatória (5 dias), e a folgada antecedência com que a decisão foi tomada (mais do dobro do tempo necessário), sou levado a crer que a data escolhida; o 21 Junho, não foi fruto de mera casualidade:
O 21 Junho não é um dia qualquer; trata-se em regra – para o hemisfério Norte – do dia em que acontece o Solstício de Verão, o primeiro dia do Verão, o maior dia do ano, o dia da luz, uma data já desde os Celtas associada à vitalidade, propícia à formulação de votos de felicidade, tradição assimilada pelo cristianismo com a evocação do popular S. João Batista, uma festividade que, quer no formato “verbena” quer como festa de salão, foi recorrentemente celebrada pelo CDSC entre 1928 e 1949. Só já no limiar da década de 50, e como consequência de um longamente ansiado grande êxito desportivo (as vitórias nos campeonatos, 1ºs e 2ºs categorias, da época 1948/49), é que uma eufórica ignorância – e talvez até algo mais – se encarregou de, em corruptela com o 31 Janeiro de 1935 (data da inauguração oficial daquela que ainda é a sede do clube) colocar em cena a “farsa do 31 de Janeiro de 1921”; “uma comédia” cuja longa permanência em palco até certo ponto se justifica por uma cultivada ignorância, mas que hoje, não já é admissível ver sustentada por obstinação ou bárbara teimosia!
Do grupo dos principais fundadores do CDSC, além dos dois já referidos, fazem também parte: Eduardo Reis Rebelo, João Joaquim Vicente Jr., José Cardoso, Humberto Pacheco Botelho, Álvaro Pimenta dos Santos, Ivo José Custódio, Carlos Augusto Raposo e Júlio César Ferreira Pacheco, um naipe de santaclarenses – na sua maioria geralmente ignorados –, alguns deles com dezenas de anos (em alguns casos consecutivos) de diligente dedicação ao clube, entre os quais se podem encontrar individualidades que dada a sua distinção e cultura, não é crível que ignorassem a carga simbólica do solstício de verão quando decidiram marcar, exactamente para 21 Junho de 1927, uma Assembleia-geral que, discutindo e aceitando os estatutos antecipada elaborados, transformou aquela sessão, indiscutivelmente, no acto de Fundação do CLUBE DESPORTIVO SANTA CLARA!
(À esquerda): O Tenente João Joaquim Vicente Jr; primeiro Presidente da AG do CDSC.
(Ao centro): O Major Eduardo Reis Rebelo; primeiro Presidente da Direcção do CDSC, um cargo que manteve, ininterruptamente, de Junho de 1927 a Junho de 1935.
(Ao centro): O Major Eduardo Reis Rebelo; primeiro Presidente da Direcção do CDSC, um cargo que manteve, ininterruptamente, de Junho de 1927 a Junho de 1935.
(À direita): O Dr. Lúcio Agnelo Casimiro, um dos primeiros sócios honorários do CDSC, grande, e principal ideólogo dos estatutos de fundação do CDSC aprovados a 21 Junho de 1927.
Primeiras categorias do CDSC quando o vermelho e branco do equipamento era ainda em listas horizontais.
Foto, muito privavelmente, de 1930, celebrando a vitória no primeiro - e único - Campeonato da Liga Desportiva Micaelense.
Do próprio. In Açoriano Oriental
Foto, muito privavelmente, de 1930, celebrando a vitória no primeiro - e único - Campeonato da Liga Desportiva Micaelense.
Do próprio. In Açoriano Oriental