terça-feira, julho 18, 2006

Cada um tem a máfia que merece


Este sim, é o verdadeiro “Lucky Luciano”
(roubado aqui)

Atribuída a um ex-craque brasileiro – Zico se não estou em erro?! –, li algures uma frase que dizia qualquer coisa como; “o futebol bonito já só existe nas peladinhas (...) ”.
Esta afirmação, perfeitamente confirmada com o decorrer do último campeonato do mundo, quando direccionada para outros aspectos “do jogo” – ou da industria do futebol se o preferirem –, pode também ter diferentes leituras; é cada vez mais feio, menos sério, e extraordinariamente mais desonesto, aquilo que se entendeu convencionar como “mundo do futebol”. A bem de ver, quanto mais a modalidade se afasta da sua vertente desportiva e recreativa, tanto mais se vê enredada na promíscua selva dos interesses pessoais e negócios sujos!
Vejamos. Tal como já acontecera no fim de outro ciclo que acabou consagrando a “bota da Europa ” como campeã do mundo, a elite do futebol italiano está novamente envolvida – até ao pescoço – em mais um esquema mafioso. Desta vez a coisa promete. Se na década de 80 foi Paolo Rossi, quase sozinho, quem figurou como “cabeça de cartaz”, agora, fruto de um aturado trabalho de investigação dos magistrados napolitanos, ao que parece, poderá ser neutralizado um polvo gigante, um esquema controlado pelo dirigente da Juventus; Luciano Moggi, cujos enormes tentáculos podem ir muito para além das apostas desportivas com resultados previamente combinados. Veremos!
Há máfias e máfias, adaptando-se cada uma delas ao meio onde operam, sem que sejam de desprezar os “polvinhos locais”, comezinhos, simplórios, mas nem por isso menos danosos; um sorvedouro do maior manancial de recursos algum dias colocados ao dispor de um projecto desportivo nos Açores, e que, não obstante tamanha fartura, ainda conseguiu delapidar um avultado património.
E contas, e contas? Parece incrível!
Do próprio, in A. O. 18/07/06; “Cá à minha moda”