terça-feira, outubro 09, 2007

Por um projecto que se chama Açores

Para começar, aqui deixo uma declaração de interesses: Quando se trata de eleições para a Presidência da Republica, exerço o meu dever cívico colocando na urna um voto em branco. Não que seja partidário da restauração da Monarquia. A questão é mesmo republicana; fosse outra a Republica (uma Republica Federal dos Açores, por exemplo) e, claro, o uso que faria da “arma do povo” em acto similar seria necessariamente outro.
Já agora – e ainda no âmbito dos “pontos prévios” –, exige a verdade que diga (ou recorde), ter, durante a última disputa eleitoral para a Presidência da Republica Portuguesa andado mais próximo de Manuel Alegre do que de Cavaco Silva. É que, como na altura escrevi – e agora se comprova – nada de melhor podia acontecer a um “Sócrates determinado” do que a eleição de um “Cavaco deliberado” (o vice-versa é também verdadeiro). “Estava na cara” que ambos se complementariam, fazendo uma dupla tipo; “quando um diz: - mata, logo o outro returque: - esfola”!
Dito isso (e foi para à vontade dizer o que se segue, que, atrás, disse o que disse), é importante reconhecer que a magistratura de Cavaco Silva, pelo menos para com os Açores – até aqui –, tem sido bem mais amigável e generosa do que a exercida pelo seu antecessor. Enquanto Jorge Sampaio, descendente de açorianos como gostava de dizer, já entendia a autonomia no limite do admissível, Cavaco Silva – a costela Algarvia não engana – fez questão em sublinhar o êxito político e económico da solução autonómica.
Com o tempo – como eu gostava de viver este tempo – uns e outros, cá e lá, em maioria, todos haverão de reconhecer que quanto maior for a autonomia (o desejo de Livre Administração dos Açores Pelos Açorianos, é anterior à Republica), tanto maior será o êxito político e económico dos Açores.
Do próprio, in A. O. 09/10/07; “Cá à minha moda”