terça-feira, novembro 10, 2009

Independências




Com o patrocínio da Universidade dos Açores, o mais precioso fruto desta última vaga autonomista, decorreu recentemente o colóquio: DAS AUTONOMIAS À AUTONOMIA E À INDEPENDÊNCIA. Pena que o eco da iniciativa se tenha desvanecido na lêveda espuma que as parangonas e primeiras páginas daqueles dias se encarregaram de dar forma, a propósito de um “parecer de ocasião”, subtilmente ali requisitado ao constitucionalista convidado, sobre um, tão hipotético quanto pungente, quinto mandato. Maior propósito, e muito mais utilidade teria, confrontar o eminente convidado com a parcela da obra de sua co-autoria (Constituição 1976) que dita o impedimento da criação de partidos açorianos, e equipara os açorianos que defendam a independência do seu Povo a fascistas! Será também assim na Constituição de São Tomé e Príncipe?
Num registo diferente, mais focado, como era espectável, no alargar do conhecimento e não na intriga política, assisti com particular interesse à Comunicação da Dr.ª Susana Serpa Silva, naquele que segundo a própria foi um breve contributo – de facto soube a pouco – sobre a visão autonomista dos açorianos que corporizaram a 1º Republica.
O Dr. Francisco Luís Tavares, sobretudo aquele que me pareceu um propositado “apagamento” do seu relevante papel também na organização política, social e até desportiva da Ponta Delgada desde a segunda década do século XX até ao advento do Estado Novo, já não me havia passado despercebido quando, em tempos, a propósito da história dos primeiros anos da Associação de Futebol de Ponta Delgada (agora a comemorar o seu 85º aniversário), dei conta da injusta omissão que se fazia em relação a quem, não sendo o seu fundador (é a Rolando de Viveiros que cabe este mérito) foi sem dúvida, e de facto, o primeiro Presidente eleito da Associação de Foot – ball de S. Miguel, e o grande responsável pela democratização, daquele, pelo menos até 1931, aguerrido nicho de “velhos republicanos”.
Durante muito tempo ignorado, o mandato do Dr. Francisco Luís Tavares na AFSM (17/10/23 a 22/11/24), além de ser um bom exemplo de como os “vencedores da ocasião” escrevem a história segundo o seu interesse, pode também exemplificar o quanto, e o porquê, do que se desconhece sobre as movimentações autonomistas desde o derrube da Monarquia até à morte do “Presidente – Rei”; Sidónio Pais.
A.O. 10/11/09; “Cá à minha moda”