quinta-feira, dezembro 10, 2009

30 anos de UDA/PDA




Em primeiro lugar, e porque é geralmente com pena que assisto ao esmorecer de uma boa ideia por troca com outra mais simples, aparentemente mais moderna, mas nem sempre tão brilhante, recordo o nome original: União Democrática do Atlântico (dos Açores ainda ficaria melhor). Um nome que sempre me pareceu mais apropriado, mais abrangente, e muito mais de acordo com os objectivos de uma organização que mais do que afirmar ideologia, e/ou andar a competir por espaço num leque político cada vez mais auto governado e alimentado no “centrão”, devia, isso sim, dedicar-se – “com unhas e dentes” – apenas à defesa de uma nobre causa: A Livre Administração dos Açores Pelos Açorianos.
Um “LAAPA” (Livre Administração dos Açores pelos Açorianos), assim referido no público e necessário linguajar do politicamente correcto, mas, também, um “LAAPA” entendido por cada um dos açorianos numa acepção de enorme amplitude, em cujo limite mínimo estivesse a autonomia entretanto conquistada, e no máximo, mesmo que utopicamente, o nobre e honroso ensejo da total soberania. Um “LAAPA” consistentemente agarrado a uma UDA (União Democrática dos Açores), que se dedique, em exclusividade se necessário, apenas às nossas causas. Por exemplo: Combater o mito do Portugal/Estado Unitário; desagravar, do estigma e rótulo de “fascista”, os açorianos que defendem a Independência da sua terra; pugnar pelo desbloqueio, em sede de Constituição Portuguesa, destas e de outras questões, nomeadamente o impedimento a que se formem partidos, de facto, açorianos.
Aqui chegados, e trinta anos passados, é justo também recordar, e saudar, os que abnegada e desinteressadamente tornaram possível esta já longa e difícil jornada: É que, mesmo quando só “marcando passo”, o resistir, três décadas, neste autêntico campo minado por onde o PDA tem deambulado, raia a epopeia!
Mas fiquemos por aqui com os elogios. Não só porque o futuro depende muito mais do trabalho árduo do que de recordações, mas, sobretudo, porque mesmo entre estas, nem todas são acarinháveis: Continuo convencido que muita da fraca representatividade eleitoral do PDA, começando pelo primeiro grande desaire nas urnas (a não eleição do Eng. Costa Matos em 1980), tem muito – se não tudo – a ver com a rotura drasticamente efectuada pouco antes com as forças que permitiram, e em grande parte realizaram, a recolha dos milhares de assinaturas necessários para a legalização da UDA/PDA.
.
A.O. 08/12/09; “Cá à minha moda"